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O jurídico do futuro: menos litígio, mais advocacia preventiva

  • Foto do escritor: Anna Carolina Romano
    Anna Carolina Romano
  • 3 de jul.
  • 3 min de leitura

O jurídico do futuro: menos litígio, mais advocacia preventiva


O Brasil figura entre os países mais litigiosos do mundo, com mais de 80 milhões de processos em tramitação, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Dados da PwC revelam que empresas de grande porte podem gastar entre 0,5% e 2% do faturamento anual apenas com litígios trabalhistas. Além disso, o tempo médio para resolver uma disputa comercial na Justiça brasileira é de 2 anos e meio em primeira instância. Esse cenário, além de custoso, compromete a previsibilidade e a segurança jurídica para os negócios.


Mas e se parte desses riscos pudesse ser evitada antes mesmo de virar conflito?

É justamente essa a proposta da advocacia preventiva, que tem ganhado espaço nos departamentos jurídicos e escritórios que atendem grandes empresas. Ao lado das áreas de Relações Governamentais (RIG), essa abordagem oferece não apenas redução de custos, mas ganho estratégico para as organizações.


Advocacia preventiva na prática: mais do que evitar litígios


Embora o termo esteja cada vez mais difundido, ainda há dúvidas sobre o que realmente caracteriza a advocacia preventiva. Trata-se de uma atuação jurídica voltada à antecipação de riscos legais, regulatórios e reputacionais, com foco em orientar estratégias antes que o conflito se materialize.


Entre as práticas recorrentes dessa abordagem estão:


  • Pareceres jurídicos para novas iniciativas comerciais;

  • Due diligence regulatória antes de operações ou aquisições;

  • Revisão preventiva de contratos e relações de consumo;

  • Avaliação dos impactos de projetos de lei ou regulações emergentes.


Segundo o relatório Future Ready Lawyer (Wolters Kluwer, 2024), 69% dos líderes jurídicos acreditam que a capacidade de antecipar mudanças regulatórias será o principal diferencial competitivo até 2026. Ainda, oito em cada dez deles afirmam que a demanda por serviços consultivos e preventivos cresceu nos últimos três anos.


O papel das relações governamentais na advocacia preventiva


Se o jurídico atua sobre o risco normativo, a área de RIG observa a sua origem. O Brasil tem uma das maiores densidades legislativas do mundo: mais de 5,5 mil normas são publicadas semanalmente nas três esferas de governo, segundo levantamento da CNI.


É nesse ambiente de alta volatilidade normativa que o profissional de relações governamentais se torna essencial. Ele não só monitora a produção legislativa e regulatória, mas também atua em audiências públicas, consultas e interações com o poder público para oferecer subsídios técnicos e proteger os interesses da organização de forma lícita e transparente.


Essa interface entre RIG e jurídico pode evitar autuações, orientar adaptações a novas normas e garantir mais previsibilidade para a gestão empresarial.


No blog da Inteligov, já discutimos como monitorar projetos de lei com eficiência e utilizar análise de conjuntura como ferramenta de advocacy. São práticas que reforçam esse papel preditivo e articulador das relações institucionais.

Pessoas sentadas à mesa, digitando em laptops
Advogado que transita entre o Direito e análise política está ganhando espaço no mercado jurídico.

Integração entre RIG e departamentos jurídicos: como funciona?


Na prática, a integração entre as duas áreas acontece por meio de processos de governança, informação compartilhada e participação conjunta em comitês decisórios. Os relatórios de monitoramento legislativo podem subsidiar pareceres jurídicos e impactar a construção de contratos, o reposicionamento de produtos e a atuação institucional.


Um estudo da Deloitte apontou que empresas que estruturaram a cooperação entre jurídico, RIG e compliance conseguiram reduzir em até 36% o número de autuações e litígios administrativos em um período de dois anos.

Essa atuação cruzada se torna ainda mais estratégica em setores regulados, como saúde, energia, telecomunicações, educação e financeiro.


Advocacia preventiva e relações governamentais: uma sinergia necessária


O fortalecimento da advocacia preventiva e das relações governamentais nas empresas e nos escritórios de advocacia responde a um cenário de alta complexidade normativa, crescimento do controle estatal e pressão por maior governança e responsabilidade.


Como já mostramos em nosso artigo sobre análise de impacto legislativo, antecipar e entender os efeitos de projetos de lei é fundamental para que o jurídico atue com mais segurança e menos improviso.

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Esse novo perfil do advogado consultivo, que transita entre o Direito e a análise política, tem ganhado espaço nos escritórios, nos departamentos de compliance e também em áreas de relacionamento institucional. Empresas que adotam essa abordagem reduzem custos com litígios, aumentam a previsibilidade regulatória e reforçam sua posição estratégica perante o mercado e o Estado.


A Inteligov atua justamente nesse elo entre o jurídico e o regulatório, com ferramentas de monitoramento e análise que permitem às empresas se anteciparem às mudanças legislativas e protegerem seus interesses com agilidade e segurança.


Se você atua com compliance, consultoria jurídica, relações institucionais ou representa um escritório que atende grandes empresas, comece hoje a incorporar esse olhar mais estratégico sobre o Direito. O risco que não se vê é o que mais compromete os resultados.

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