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  • Licença-paternidade no Brasil: o direito que o Congresso ainda não regulamentou

    Licença-paternidade no Brasil: o direito que o Congresso ainda não regulamentou A licença-paternidade é um direito constitucional garantido aos trabalhadores brasileiros desde 1988. Prevista no Artigo 7º da Constituição Federal, sua criação marcou uma mudança no reconhecimento do papel do pai nos cuidados com os filhos. No entanto, mais de três décadas depois, esse direito ainda não foi regulamentado por uma lei específica e permanece limitado a apenas 5 dias de afastamento remunerado, salvo exceções pontuais. Enquanto a licença-maternidade foi ampliada progressivamente — chegando a 120 ou até 180 dias — a licença-paternidade ficou estagnada, deixando milhões de pais brasileiros sem a possibilidade de participar de forma ativa dos primeiros dias de vida de seus filhos. Neste artigo, vamos explicar como funciona a licença-paternidade no Brasil, as normas atualmente em vigor, os desafios legais e culturais para sua ampliação e as movimentações recentes que indicam uma possível mudança no cenário nacional . O que é a licença-paternidade? A licença-paternidade é o período de afastamento remunerado concedido ao trabalhador após o nascimento, adoção ou obtenção de guarda de um filho. Seu objetivo é permitir que o pai possa participar ativamente dos cuidados iniciais da criança, fortalecendo o vínculo familiar e contribuindo para a divisão mais equilibrada das responsabilidades parentais. Esse direito foi incluído na Constituição de 1988, com a previsão de uma licença mínima de 5 dias, conforme estabelecido pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). A intenção era que esse prazo fosse ampliado posteriormente por meio de lei ordinária — o que, até hoje, não aconteceu. Licença-paternidade: vínculo essencial, mas ainda limitado na lei brasileira. O que diz a legislação atual? Hoje, o cenário da licença-paternidade no Brasil é fragmentado. A norma geral continua sendo os 5 dias previstos na Constituição e no artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) . No entanto, existem programas e regras complementares que ampliam esse prazo em determinados contextos: Programa Empresa Cidadã (Lei 11.770/2008): desde 2016, permite que empresas que aderirem voluntariamente ao programa concedam 15 dias extras de licença-paternidade, totalizando 20 dias. Em troca, recebem incentivos fiscais. Servidores públicos federais: têm direito à prorrogação para 20 dias desde o Decreto 8.737/2016, desde que solicitem o benefício em até dois dias após o nascimento ou adoção. Pais adotivos: após a Lei 12.873/2013, o pai adotante passou a ter direito a até 120 dias de salário-maternidade, mesmo período previsto para mães adotivas. Acordos coletivos: categorias profissionais podem ampliar o prazo da licença-paternidade por meio de convenções e acordos com os empregadores, o que tem ocorrido em alguns setores. Apesar dessas possibilidades, a regra de 5 dias continua sendo a realidade para a maioria dos trabalhadores brasileiros. Quais são os desafios da regulamentação? O principal obstáculo é a falta de regulamentação definitiva por parte do Congresso Nacional. Desde 1988, diversos projetos de lei foram propostos para ampliar a licença-paternidade, mas nenhum foi aprovado de forma conclusiva. Em 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu essa omissão legislativa ao julgar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 20) movida pela CUT. O STF determinou que o Congresso deve editar uma lei específica sobre o tema em até 18 meses. Caso contrário, o próprio STF poderá fixar as regras. Enquanto isso, empresas e tribunais têm tentado preencher a lacuna . Grandes companhias como Grupo Boticário, Volvo e Shell adotaram licenças parentais de até 6 meses, de forma igualitária, aplicável a qualquer cuidador — inclusive em famílias homoafetivas ou formadas por pais solos. Quais são os impactos da licença-paternidade? Estudos nacionais e internacionais apontam que a ampliação da licença-paternidade traz benefícios para toda a sociedade: Para as crianças: melhora indicadores de saúde, aumenta a taxa de vacinação, prolonga o período de amamentação e fortalece o vínculo afetivo. Para as mães: contribui para a divisão de responsabilidades no cuidado, reduzindo a sobrecarga e o impacto na carreira profissional. Para os pais: permite que eles exerçam seu papel de forma mais ativa, o que reflete positivamente na autoestima e bem-estar. Para as empresas: melhora a retenção de talentos, promove a diversidade e contribui para um ambiente organizacional mais saudável. Para o Estado: contribui para a redução das desigualdades de gênero e para a construção de políticas públicas mais eficazes em primeira infância. Ainda assim, muitas empresas e trabalhadores desconhecem as possibilidades já previstas em lei — como o Programa Empresa Cidadã — ou não se sentem encorajados a utilizá-las por receio de estigmas ou prejuízos profissionais. Clique aqui e conheça as nossas soluções Iniciativas recentes e caminhos para o futuro A Carta Aberta pela Ampliação da Licença-Paternidade no Brasil , lançada em 2024 pela coalização CoPai e mais de 50 organizações, defende a criação de uma licença de pelo menos 60 dias remunerados pela Previdência, com estabilidade no emprego e possibilidade de fracionamento. Já o Projeto de Lei 3.773/2023, em tramitação no Senado , propõe uma ampliação gradual da licença, chegando a 75 dias, e cria um salário-paternidade nos moldes do salário-maternidade. Essas iniciativas refletem um movimento mais amplo, alinhado às tendências internacionais, onde a licença-paternidade é tratada como direito social estruturante, e não como um benefício acessório. Por que conhecer as normas atuais é essencial? Embora o debate sobre a ampliação da licença-paternidade esteja em andamento, já existem leis, programas e jurisprudências que permitem ampliar esse direito em situações específicas. Conhecer essas possibilidades é fundamental para que pais, empresas e gestores públicos possam garantir, hoje, um direito mais completo — mesmo antes da regulamentação definitiva. E, como mostra a experiência recente, as mudanças nas políticas públicas muitas vezes só ocorrem quando há pressão da sociedade civil, articulação de movimentos sociais e produção de conhecimento técnico sobre os impactos das normas existentes. Quer saber mais sobre como decisões legislativas impactam os direitos sociais no Brasil? Continue acompanhando os conteúdos da Inteligov.

  • O que é Análise de Impacto Regulatório? E por que é tão importante para as políticas públicas?

    O que é Análise de Impacto Regulatório? E por que é tão importante para as políticas públicas? A Análise de Impacto Regulatório (AIR) é um processo técnico essencial para garantir que as novas normas e regulamentos no Brasil não apenas atendam a uma necessidade, mas também sejam eficientes, sem gerar efeitos indesejados. A AIR permite que o governo, especialmente as agências reguladoras, avaliem com antecedência os impactos econômicos, sociais e ambientais de uma norma antes de sua implementação. No entanto, apesar de ser uma exigência legal desde a Lei Geral das Agências Reguladoras (Lei nº 13.848/2019) e do Decreto nº 10.411/2020, que a tornou obrigatória para as agências federais, a aplicação da AIR no Brasil ainda enfrenta desafios. Dados recentes indicam que menos de 20% das normas emitidas pelas agências passam por uma análise de impacto, o que revela a necessidade de uma implementação mais efetiva dessa prática no país. Neste artigo, vamos explicar o que é a AIR, como ela funciona e qual a sua importância para a construção de políticas públicas mais transparentes, eficientes e fundamentadas em dados. Além disso, vamos discutir como a transparência regulatória e a governança regulatória desempenham um papel fundamental nesse processo. O que é Análise de Impacto Regulatório (AIR)? A AIR é um processo rigoroso realizado pelas agências reguladoras antes da publicação de novas normas. Seu principal objetivo é prever as consequências dessas normas, tanto os impactos positivos quanto negativos , para poder tomar decisões mais informadas e evitar custos desnecessários. Basicamente, a AIR permite que o governo analise alternativas regulatórias, identificando os efeitos esperados de uma norma antes de sua implementação. Esse processo é feito por meio de estudos baseados em evidências, que analisam diferentes cenários e ajudam a determinar a melhor abordagem regulatória. Por exemplo, pode-se avaliar se uma regra será eficaz para resolver um problema específico ou se ela gerará impactos negativos não previstos, como custos extras para empresas ou danos ambientais. A Análise de Impacto Regulatório (AIR) é a chave para criar políticas públicas mais transparentes. Por que a AIR é importante? A principal vantagem da AIR é garantir que as políticas públicas sejam baseadas em dados e não apenas em decisões impulsivas ou sujeitas a pressões políticas. A análise prévia permite que as agências reguladoras evitem criar normas que, no futuro, possam causar danos econômicos, sociais ou ambientais desnecessários. Além disso, ela contribui para um processo de regulação mais transparente, em que as decisões podem ser discutidas publicamente com base em dados concretos. A participação pública, por meio de consultas públicas, é uma etapa fundamental nesse processo , pois permite que os cidadãos, empresas e especialistas contribuam com informações adicionais, o que enriquece o debate e ajuda a melhorar a qualidade das normas. Como a AIR funciona na prática? Na prática, a aplicação da AIR no Brasil ainda enfrenta alguns obstáculos. Embora seja uma exigência legal, muitas agências não a aplicam de forma consistente. Isso é visível em diversos setores, como saúde, telecomunicações e transporte, onde as decisões regulatórias, muitas vezes, não são precedidas por uma análise de impacto. No entanto, agências como a Anatel e a Anvisa têm se destacado pelo uso sistemático da AIR em suas normas. A Anatel, por exemplo, realizou uma análise rigorosa antes de implementar mudanças no setor de telecomunicações, especialmente em projetos de grande impacto econômico, como o leilão de frequências para a tecnologia 5G. Já a Anvisa, ao criar regulamentações sobre rotulagem nutricional, usou a AIR para avaliar os impactos econômicos e sociais da medida, garantindo que as mudanças não afetassem negativamente a indústria de alimentos e beneficiassem, de fato, os consumidores. Clique aqui e conheça as nossas soluções Desafios da AIR no Brasil A implementação da AIR no Brasil ainda enfrenta vários desafios, entre eles a falta de capacitação técnica nas agências reguladoras e a ausência de critérios claros sobre quando a análise deve ser aplicada. Muitos reguladores não têm equipes qualificadas para realizar análises detalhadas, o que leva à subutilização da ferramenta ou à sua realização de forma superficial. Além disso, a falta de uma cultura sólida em torno da AIR dificulta a sua aplicação de maneira eficaz. O processo regulatório muitas vezes continua sendo impulsionado por pressões políticas ou interesses setoriais, sem considerar adequadamente os dados e evidências disponíveis. Como melhorar a aplicação da AIR? Para melhorar a aplicação da AIR no Brasil, é necessário definir critérios mais claros sobre quando ela deve ser aplicada e garantir que as agências reguladoras tenham os recursos necessários para realizar análises detalhadas. Isso envolve não apenas a contratação de profissionais qualificados, mas também o uso de ferramentas tecnológicas que possam ajudar na análise de grandes volumes de dados. Além disso, a transparência deve ser um princípio fundamental . As consultas públicas precisam ser vistas como uma etapa importante para garantir que a sociedade participe ativamente da definição das normas, especialmente aquelas com grande impacto econômico e social. Como a AIR pode transformar as políticas públicas? A Análise de Impacto Regulatório é uma ferramenta fundamental para garantir que as normas criadas no Brasil sejam realmente eficazes e não tragam custos ou impactos negativos desnecessários. Quando bem aplicada, a AIR pode transformar a qualidade da regulação no país, tornando o processo decisório mais transparente, baseado em dados e alinhado com os interesses da sociedade. Ainda há desafios a serem enfrentados, mas a conscientização sobre a importância da AIR está crescendo, e sua aplicação consistente pode levar a um futuro onde as políticas públicas sejam mais racionais, bem fundamentadas e com menor risco de gerar efeitos adversos . Quer saber mais sobre como a AIR pode impactar o futuro da regulação no Brasil? Continue acompanhando nossos conteúdos e fique por dentro das últimas tendências e análises regulatórias.

  • O que muda com o novo licenciamento ambiental no Brasil?

    O que muda com o novo licenciamento ambiental no Brasil? O Congresso Nacional acaba de aprovar uma das mudanças mais significativas na legislação ambiental desde a Constituição de 1988. Com a aprovação do PL 3729/2004 , que estabelece a nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental , o país flexibiliza regras fundamentais de proteção ambiental — e isso acontece em um momento crítico: às vésperas da realização da COP30 , que será sediada em Belém, no coração da Amazônia. Neste artigo, você vai entender o que muda com o novo licenciamento ambiental , quais são os principais pontos de atenção, o que dizem governo e especialistas, e como essa mudança pode impactar o cenário jurídico, político e ambiental nos próximos anos. Licenciamento ambiental: um breve histórico O licenciamento ambiental é uma exigência legal no Brasil desde a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) . Ele foi reforçado pela Constituição de 1988 , que determinou a obrigatoriedade de estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA) para obras com potencial de degradação. Com o tempo, surgiram normas complementares e resoluções do CONAMA para regulamentar o processo de licenciamento em nível federal, estadual e municipal. No entanto, a ausência de uma lei geral específica levou a um cenário de insegurança jurídica e procedimentos divergentes entre os entes federativos. A proposta de uma Lei Geral do Licenciamento Ambiental  surgiu para padronizar e simplificar esse processo. O problema, segundo especialistas, é que a versão aprovada pelo Congresso vai muito além da simplificação — ela fragiliza a proteção ambiental ao dispensar o licenciamento em uma série de casos. A flexibilização do licenciamento ambiental pode abrir brechas perigosas para o desmatamento. O que diz o PL 3729/2004 sobre o licenciamento ambiental O projeto de lei, aprovado em 2025 pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, traz uma série de alterações relevantes no processo de licenciamento ambiental: Criação da Licença por Adesão e Compromisso (LAC):  permite que empreendedores obtenham licença de forma auto declaratória, sem análise técnica prévia de órgãos ambientais. Dispensa de licenciamento para atividades agropecuárias:  o texto isenta todas as atividades de licenciamento ambiental, independentemente do porte ou localização. Redução da participação de órgãos como FUNAI e IPHAN:  empreendimentos que afetem terras indígenas não demarcadas ou sítios arqueológicos não tombados não precisarão de anuência desses órgãos. Renovação automática de licenças:  empreendimentos poderão renovar licenças com simples autodeclaração, sem verificação do cumprimento das condicionantes anteriores. Prazos limitados para análise de projetos estratégicos:  o governo poderá declarar projetos como prioritários, exigindo decisão sobre o licenciamento em até um ano, mesmo para empreendimentos complexos como exploração de petróleo. Essas mudanças são justificadas por parlamentares da base ruralista como uma forma de “destravar investimentos” e “reduzir burocracia”. Já especialistas e organizações da sociedade civil classificam o texto como um retrocesso sem precedentes na legislação ambiental brasileira . Licenciamento ambiental e os riscos para a Amazônia Uma das principais críticas ao novo modelo de licenciamento ambiental é a sua relação direta com o aumento do risco de desmatamento na Amazônia e em outros biomas sensíveis. Ao dispensar licenciamento para atividades agropecuárias — principal vetor de desmatamento na região — o projeto abre brechas para que grandes empreendimentos avancem sobre áreas frágeis sem qualquer estudo de impacto ambiental. Além disso, a autodeclaração no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que serve como base para a dispensa de licença, é um sistema ainda precário e vulnerável à grilagem de terras. Outro ponto preocupante é a redução do papel de instituições fundamentais na proteção de territórios tradicionais, como a FUNAI. Povos indígenas e comunidades tradicionais correm o risco de não serem consultados antes de obras que afetem diretamente seus modos de vida. O enfraquecimento da análise técnica e da fiscalização prévia é, segundo diversos juristas e ambientalistas, um passo perigoso rumo à “normalização” do desmatamento legalizado. Clique aqui e conheça as nossas soluções Governo, Congresso e os dilemas da legislação ambiental O licenciamento ambiental virou mais um ponto de tensão entre o Executivo e o Legislativo. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva , foi contra a proposta e alertou publicamente para os riscos que ela representa à credibilidade internacional do Brasil. Mesmo assim, o projeto foi aprovado com ampla maioria no Congresso — 267 votos a favor na Câmara, contra 116, além de maioria no Senado. Agora, o presidente Lula precisa decidir entre sancionar ou vetar o texto, total ou parcialmente. Do outro lado, parlamentares da bancada ruralista já indicaram que, caso haja veto, trabalharão para derrubá-lo. O impasse político é evidente — e coloca o governo em uma posição delicada, especialmente em um momento em que o país busca reconstruir sua imagem ambiental no cenário global . A caminho da COP30: o Brasil entre o discurso e a prática A COP30 , conferência climática das Nações Unidas, será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA) . O evento coloca o Brasil no centro das discussões sobre o futuro do clima — e também sob forte escrutínio internacional. Nos últimos anos, o governo Lula tem adotado uma agenda mais alinhada à conservação: relançou o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, reativou o Fundo Amazônia e promoveu aumento expressivo na fiscalização. Em 2023, por exemplo, o desmatamento caiu 42% em comparação ao ano anterior, marcando a primeira reversão significativa em anos. A expectativa do governo é chegar à COP com resultados concretos e apresentar metas ambiciosas, como zerar o desmatamento até 2030. Mas essa narrativa pode ser comprometida se leis como o PL 3729 forem sancionadas sem alterações. A contradição entre discurso e prática pode prejudicar a credibilidade do Brasil nas negociações internacionais e colocar em risco acordos comerciais e climáticos. Acompanhe as atualizações sobre licenciamento ambiental e os desdobramentos da COP30 O debate sobre o licenciamento ambiental  está longe de terminar. Com vetos presidenciais em jogo, possíveis judicializações e repercussões internacionais, esse tema continuará no centro das atenções nos próximos meses. Quer continuar por dentro das atualizações sobre política ambiental, relações governamentais e riscos regulatórios? Conheça a Inteligov  e receba informações, alertas, análises e outros dados relevantes sobre as decisões que afetam o seu setor.

  • Tarifa Brasil EUA: entenda o impacto da nova medida sobre as exportações brasileiras

    Tarifa Brasil EUA: entenda o impacto da nova medida sobre as exportações brasileiras O comércio entre Brasil e Estados Unidos sempre foi um dos pilares das relações econômicas internacionais para ambos os países. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$40,36 bilhões em bens para os EUA, enquanto importou US$40,65 bilhões, resultando em um pequeno déficit brasileiro. No entanto, essa dinâmica foi profundamente alterada em julho de 2025, com o anúncio de uma tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre todas as exportações brasileiras.  A seguir, explicamos o que é a tarifa Brasil EUA, por que foi criada, quais setores e estados brasileiros serão mais impactados e quais são as reações do governo e do Congresso Nacional. O que é a tarifa Brasil EUA e por que ela foi criada A tarifa Brasil EUA corresponde a uma medida unilateral adotada pelo governo americano, elevando em 50% o custo de qualquer produto brasileiro que entre no mercado dos Estados Unidos.  Antes dessa decisão, as tarifas existentes eram mais pontuais e moderadas, como as de 25% sobre aço e 10% sobre alumínio, impostas desde 2018. Em abril de 2025, já havia sido instaurada uma tarifa geral de 10% sobre os produtos brasileiros, como já destacamos no artigo   Tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros: entenda o impacto . Mas a nova medida representa uma escala muito maior, praticamente fechando o mercado americano para o Brasil. As motivações declaradas pelo presidente Donald Trump para implementar a tarifa Brasil EUA envolvem acusações de uma relação comercial supostamente desigual. Trump afirmou que o Brasil mantém tarifas e barreiras contra produtos americanos, o que, segundo ele, justificaria uma resposta à altura. Entretanto, a maioria dos especialistas classifica essa justificativa como pretexto para uma retaliação de cunho político e ideológico.  Trump criticou abertamente o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e expressou insatisfação com mudanças no Marco Civil da Internet no Brasil, alegando violações à liberdade de expressão de empresas de tecnologia americanas. A discussão sobre o papel das redes sociais nas disputas políticas, inclusive, foi abordada recentemente no artigo   Redes sociais na formação política: qual o impacto real? . Setores brasileiros mais afetados pela tarifa Brasil EUA Os setores brasileiros mais impactados pela tarifa Brasil EUA abrangem desde bens industrializados até produtos do agronegócio. A indústria de base e os manufaturados, incluindo siderurgia, aeronáutica, máquinas, equipamentos e petróleo, tendem a ser fortemente afetados.  Empresas como Embraer e Petrobras já estimam perdas significativas em suas receitas. No agronegócio, produtos como suco de laranja, café, carne bovina e açúcar ocupam lugar de destaque entre os mais prejudicados. A tarifa torna inviável a venda desses produtos para o mercado americano, levando a um excesso de oferta interna e consequente redução de preços no Brasil, afetando diretamente os produtores. A indústria de metais e materiais básicos também sofrerá impactos relevantes. Produtos como ferro-gusa, semi acabados de ferro e aço, além de ligas metálicas, que já vinham sendo taxados em 50% desde junho de 2025, agora estão incluídos no pacote geral da tarifa Brasil EUA. Isso atinge de forma direta estados como Minas Gerais e Espírito Santo, onde esses produtos têm peso importante na pauta de exportações.  Outros segmentos, como calçados, têxteis, tabaco e móveis, devem desaparecer do mercado americano com o novo tarifaço, afetando especialmente o Rio Grande do Sul. Comércio entre Brasil e EUA sempre foi pilar de relações internacionais para ambos os países. Estados brasileiros mais impactados pela tarifa Brasil EUA Entre os estados mais impactados pela tarifa Brasil EUA, São Paulo lidera em volume de exportações, com destaque para aeronaves e suco de laranja. O Rio de Janeiro se sobressai nas exportações de petróleo e produtos siderúrgicos, enquanto Minas Gerais é responsável por café, ferro-gusa e máquinas.  Espírito Santo e Rio Grande do Sul também têm participação expressiva, com produtos siderúrgicos, celulose, tabaco e calçados, respectivamente. Além das empresas exportadoras, a tarifa Brasil EUA também afetará diretamente a logística portuária brasileira. Portos como o de Santos, no estado de São Paulo, e os portos do Rio de Janeiro e Vitória terão uma redução significativa no fluxo de exportações destinadas aos Estados Unidos. Reação do governo brasileiro à tarifa Brasil EUA Diante dessa situação, o governo brasileiro adotou uma postura de condenação veemente à medida americana. O presidente Lula classificou a tarifa de 50% como arbitrária e politizada, ressaltando que o Brasil não aceitará ser tratado como subalterno em suas relações comerciais. Ao mesmo tempo, o governo optou por buscar uma solução diplomática antes de recorrer a medidas de retaliação.  A Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada em abril de 2025, permite ao Brasil impor tarifas equivalentes sem necessidade de autorização prévia da Organização Mundial do Comércio (OMC). Entretanto, o governo preferiu inicialmente intensificar o diálogo com as autoridades americanas para tentar reverter a decisão. Além das críticas políticas, autoridades brasileiras também destacaram a importância de compreender as regras que regem as relações institucionais e econômicas entre países, incluindo a prática do lobby. No contexto da tarifa Brasil EUA, muitas vezes se questiona se pressões políticas ou empresariais configuram lobby legítimo ou extrapolam os limites legais. Para aprofundar esse debate, o artigo   Lobby no Brasil é crime? Entenda o que diz a lei e o que pode mudar  traz reflexões essenciais sobre o tema, esclarecendo pontos que ajudam a entender melhor situações como a atual disputa comercial. Reação do Congresso Nacional à tarifa Brasil EUA O Congresso Nacional também reagiu de forma quase unânime. Lideranças de diversos partidos se uniram em manifestações de repúdio à tarifa Brasil EUA, aprovando moções e articulando debates públicos sobre o tema. Embora haja divergências políticas sobre as causas da crise, governo e oposição convergiram no sentido de defender os interesses nacionais.  Enquanto parlamentares aliados ao governo acusam a família Bolsonaro de incentivar Trump a punir o Brasil, a oposição argumenta que a política externa de Lula teria provocado o atrito. Ainda assim, existe consenso sobre a necessidade de proteger exportadores e empregos brasileiros. Clique aqui e conheça as nossas soluções Impactos econômicos da tarifa Brasil EUA para o Brasil Os impactos econômicos da tarifa Brasil EUA são significativos. Estima-se que as exportações brasileiras para os Estados Unidos possam cair até 25% em valor, o que pode reduzir o Produto Interno Bruto do Brasil entre 0,2 e 0,3 ponto percentual ao longo do ano. Além disso, há o risco de pressão cambial, com o dólar subindo e alimentando a inflação interna. Esse cenário de inflação já vinha sendo observado nos últimos meses e foi tema de análise, como discutimos no artigo   Inflação no Brasil: fatores, efeitos e tendências . O setor produtivo brasileiro já trabalha com projeções de retração nas vendas, cortes de produção e demissões em empresas que dependem do mercado americano. Estratégias do Brasil para contornar a tarifa Brasil EUA Para contornar a situação, o Brasil busca diversificar seus mercados de exportação, fortalecendo relações com países da Ásia, Europa e Oriente Médio. Além disso, o governo tem intensificado negociações para acelerar acordos comerciais com a União Europeia e reforçar parcerias dentro do BRICS. No entanto, essas soluções são de médio a longo prazo e não eliminam os efeitos imediatos da tarifa Brasil EUA. Quando a tarifa Brasil EUA entra em vigor A entrada em vigor da tarifa Brasil EUA está prevista para 1º de agosto de 2025, com validade por tempo indeterminado. Para acompanhar atualizações sobre o tema, é possível consultar informações oficiais junto ao Itamaraty, à Confederação Nacional da Indústria e aos canais do governo federal, além de acompanhar de forma automatizada pela plataforma Inteligov. Tarifa Brasil EUA: desafio ou oportunidade para agir com inteligência? A tarifa Brasil EUA de 50% impõe um desafio de grandes proporções para a economia brasileira. A resposta exigirá equilíbrio entre firmeza e pragmatismo, buscando preservar as relações comerciais sem abrir mão da defesa dos interesses nacionais. O futuro dessa disputa dependerá da capacidade de negociação entre os governos e da pressão interna nos Estados Unidos, onde setores produtivos e consumidores também podem se mobilizar contra os efeitos negativos do tarifaço. Mais do que observar os desdobramentos, este é o momento de buscar informação estratégica e agir com inteligência. A Inteligov acompanha em tempo real os movimentos legislativos e regulatórios que impactam diretamente setores econômicos e relações comerciais. Acesse nossas soluções para conferir como podemos ajudar a entender melhor cenários como esse e se preparar com antecedência.

  • Inteligência artificial no Direito: riscos, ética e regulação no contexto jurídico

    Inteligência artificial no Direito: riscos, ética e regulação no contexto jurídico A inteligência artificial no Direito já não é mais um tema teórico — ela faz parte do cotidiano de escritórios, departamentos jurídicos e magistratura. Ao mesmo tempo em que essas tecnologias trazem ganhos significativos de produtividade, surgem dilemas éticos, riscos reputacionais e desafios regulatórios que nenhum profissional do Direito pode ignorar. Neste artigo, examinamos as três frentes importantes desse debate: a revisão judicial do uso de IA , a ética na advocacia digital  e os impactos do Marco Legal da IA (PL 2338/2023) . Com base em dados concretos e casos reais, oferecemos um panorama crítico para quem busca aplicar IA de forma responsável na prática jurídica. Inteligência artificial no Direito e a regulamentação do Judiciário Em 2020, o Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução nº 332 , traçando diretrizes do uso de IA por tribunais. No entanto, a proliferação de sistemas baseados em IA generativa — como os famosos “chatbots jurídicos” — colocou esse regramento em xeque. Por isso, em 2025, o CNJ propôs uma revisão que inclui: Proibição de decisões judiciais exclusivamente automatizadas ; Exigência de supervisão humana qualificada e auditoria contínua dos sistemas ; Responsabilização e valoração da segurança jurídica  como direito fundamental; Tratamento de potenciais vieses algorítmicos , bem como proteção à privacidade e à LGPD. A nova resolução estabelece também que todos os tribunais devem publicar relatórios sobre as IAs em uso e criar comitês para monitorá-las. Isso é fundamental para que advogados saibam que tipo de sistema está em operação no Judiciário, e como isso pode afetar sua estratégia processual. Esse movimento do CNJ é a prova de que a inteligência artificial no Direito  deixa de ser domínio exclusivo dos tecnólogos — passa a exigir atenção jurídica direta, sob pena de impacto na estratégia, no mérito das peças e na reputação profissional. A IA generativa quando má utilizada pode resultar em riscos reputacionais. Ética na advocacia digital: quando a automação vira risco Um dos casos mais emblemáticos recentes ocorreu em Santa Catarina, onde um advogado foi oficialmente advertido pelo TJ/SC por apresentar um habeas corpus contendo jurisprudência fictícia gerada por IA . A peça, redigida por um software generativo, continha citações inteiramente inventadas — um risco grave à credibilidade do profissional e do cliente. Esse episódio ilustra bem os riscos da automação desgovernada: Violação de deveres processuais : a produção de dados falsos contraria os princípios do art. 6º da OAB, que exigem honestidade, diligência e veracidade das informações; Risco disciplinar e reputacional : a má-fé processual pode resultar em sanções, e o impacto sobre a reputação de escritórios ou departamentos é imediato; Alerta ao mercado : o uso indiscriminado de IA, sem conferência crítica, coloca em xeque a confiança dos clientes e o valor agregado dos serviços jurídicos. Para se aprofundar nos desafios do uso de IA no Direito, vale conferir nosso conteúdo sobre ética e compliance nas organizações — que traz reflexões sobre transparência, compliance e controle de qualidade. Inteligência artificial no Direito e o Marco Legal da IA Em 2024, o Senado aprovou o PL 2.338/2023  — o chamado Marco Legal da IA — que atualmente tramita na Câmara. Esse projeto institui o Sistema Nacional de Regulação e Governança de IA , sob coordenação da ANPD. Aqui estão os pontos que interessam diretamente aos profissionais do Direito: Classificação por nível de risco : sistemas usados em decisões legais, seleção de pessoal ou serviços jurídicos digitais entram em categorias de risco elevado e precisam de compliance reforçado; Obrigatoriedade de Avaliação de Impacto Algorítmico (AIA)  e mecanismos de transparência, rastreabilidade e supervisão humana; Responsabilidade civil e administrativa  em casos de falhas ou danos causados por IA, inclusive com provimento para inversão do ônus da prova; Sanções severas , incluindo multas de até 2 % do faturamento ou R$ 50 milhões por infração. Isso significa que departamentos jurídicos e escritórios usarão um tripé de governança: criar políticas próprias , atuar como guardiões éticos da IA  e oferecer serviços de compliance tecnológico para clientes . Quem hoje pesquisa inteligência artificial no Direito  está iniciando um caminho que será essencial nos próximos anos. Clique aqui e conheça as nossas soluções Inteligência artificial no Direito como ferramenta Mesmo com regulamentações emergentes e responsabilidades claras, a IA pode ser uma aliada estratégica  nos serviços jurídicos: Automatização de rotinas repetitivas : revisão contratual, pesquisa de jurisprudência e diligência em massa; inteligência-artificial-no-direito-riscos-ética-e-regulação-no-contexto-jurídico Ganho de eficiência : advogados liberam tempo para tarefas de alto valor jurídico — diligências críticas, estratégias processuais e atendimento personalizado; Dados e inteligência virtual : sistemas de IA ajudam a mapear tendências regulatórias e identificar padrões relevantes em auditoria normativa. Mas, para isso, é imprescindível adotar práticas responsáveis: Definir políticas internas de uso da IA, como um guia ético jurídico; Exigir revisão humana prévia a qualquer conteúdo que vá ao tribunal ou ao cliente; Registrar logs e trilhas de comprovação do uso da IA; Educar os times jurídicos com treinamentos sobre compliance digital  e responsabilidade algorítmica . Mais sobre esse tema pode ser encontrado no post da Inteligov sobre monitoramento regulatório como prática preventiva  — uma metodologia que conecta IA, ética e segurança jurídica na prática. Como reforçar a segurança jurídica e tecnológica A inteligência artificial no Direito  já está mudando a forma de exercer a advocacia. Mas para que essa transformação seja sustentável e segura, é preciso ir além da inovação: é necessário investir em governança jurídica, compliance digital e revisão ética constante . Na Inteligov, desenvolvemos metodologias e soluções que ajudam escritórios e departamentos jurídicos a navegar esse cenário: Monitoramento de normas e jurisprudência; Análises de riscos regulatórios; Acompanhamento de novas normas sobre uso de tecnologia e IA na atuação jurídica. Se você deseja estruturar uma abordagem jurídica estratégica responsável e aderente à nova realidade tecnológica, clique aqui e saiba como podemos ajudar.

  • O jurídico do futuro: menos litígio, mais advocacia preventiva

    O jurídico do futuro: menos litígio, mais advocacia preventiva O Brasil figura entre os países mais litigiosos do mundo, com mais de 80 milhões de processos em tramitação, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Dados da PwC revelam que empresas de grande porte podem gastar entre 0,5% e 2% do faturamento anual apenas com litígios trabalhistas. Além disso, o tempo médio para resolver uma disputa comercial na Justiça brasileira é de 2 anos e meio em primeira instância. Esse cenário, além de custoso, compromete a previsibilidade e a segurança jurídica para os negócios. Mas e se parte desses riscos pudesse ser evitada antes mesmo de virar conflito? É justamente essa a proposta da advocacia preventiva, que tem ganhado espaço nos departamentos jurídicos e escritórios que atendem grandes empresas. Ao lado das áreas de Relações Governamentais (RIG), essa abordagem oferece não apenas redução de custos, mas ganho estratégico para as organizações. Advocacia preventiva na prática: mais do que evitar litígios Embora o termo esteja cada vez mais difundido, ainda há dúvidas sobre o que realmente caracteriza a advocacia preventiva . Trata-se de uma atuação jurídica voltada à antecipação de riscos legais, regulatórios e reputacionais, com foco em orientar estratégias antes que o conflito se materialize. Entre as práticas recorrentes dessa abordagem estão: Pareceres jurídicos para novas iniciativas comerciais; Due diligence regulatória antes de operações ou aquisições; Revisão preventiva de contratos e relações de consumo; Avaliação dos impactos de projetos de lei ou regulações emergentes. Segundo o relatório Future Ready Lawyer  (Wolters Kluwer, 2024), 69% dos líderes jurídicos acreditam que a capacidade de antecipar mudanças regulatórias será o principal diferencial competitivo até 2026. Ainda, oito em cada dez deles afirmam que a demanda por serviços consultivos e preventivos cresceu nos últimos três anos. O papel das relações governamentais na advocacia preventiva Se o jurídico atua sobre o risco normativo, a área de RIG observa a sua origem. O Brasil tem uma das maiores densidades legislativas do mundo: mais de 5,5 mil normas são publicadas semanalmente nas três esferas de governo, segundo levantamento da CNI. É nesse ambiente de alta volatilidade normativa que o profissional de relações governamentais se torna essencial. Ele não só monitora a produção legislativa e regulatória, mas também atua em audiências públicas, consultas e interações com o poder público para oferecer subsídios técnicos e proteger os interesses da organização de forma lícita e transparente. Essa interface entre RIG e jurídico pode evitar autuações, orientar adaptações a novas normas e garantir mais previsibilidade para a gestão empresarial. No blog da Inteligov, já discutimos como monitorar projetos de lei com eficiência  e utilizar análise de conjuntura como ferramenta de advocacy . São práticas que reforçam esse papel preditivo e articulador das relações institucionais. Advogado que transita entre o Direito e análise política está ganhando espaço no mercado jurídico. Integração entre RIG e departamentos jurídicos: como funciona? Na prática, a integração entre as duas áreas acontece por meio de processos de governança , informação compartilhada e participação conjunta em comitês decisórios. Os relatórios de monitoramento legislativo podem subsidiar pareceres jurídicos e impactar a construção de contratos, o reposicionamento de produtos e a atuação institucional. Um estudo da Deloitte apontou que empresas que estruturaram a cooperação entre jurídico, RIG e compliance conseguiram reduzir em até 36% o número de autuações e litígios administrativos em um período de dois anos. Essa atuação cruzada se torna ainda mais estratégica em setores regulados, como saúde, energia, telecomunicações, educação e financeiro. Advocacia preventiva e relações governamentais: uma sinergia necessária O fortalecimento da advocacia preventiva e das relações governamentais nas empresas e nos escritórios de advocacia responde a um cenário de alta complexidade normativa, crescimento do controle estatal e pressão por maior governança e responsabilidade. Como já mostramos em nosso artigo sobre análise de impacto legislativo , antecipar e entender os efeitos de projetos de lei é fundamental para que o jurídico atue com mais segurança e menos improviso. Clique aqui e conheça as nossas soluções Esse novo perfil do advogado consultivo, que transita entre o Direito e a análise política, tem ganhado espaço nos escritórios, nos departamentos de compliance e também em áreas de relacionamento institucional. Empresas que adotam essa abordagem reduzem custos com litígios, aumentam a previsibilidade regulatória e reforçam sua posição estratégica perante o mercado e o Estado. A Inteligov atua justamente nesse elo entre o jurídico e o regulatório, com ferramentas de monitoramento e análise que permitem às empresas se anteciparem às mudanças legislativas e protegerem seus interesses com agilidade e segurança. Se você atua com compliance, consultoria jurídica, relações institucionais ou representa um escritório que atende grandes empresas, comece hoje a incorporar esse olhar mais estratégico sobre o Direito . O risco que não se vê é o que mais compromete os resultados.

  • Transporte aéreo turístico no Brasil: o que a legislação permite hoje

    Transporte aéreo turístico no Brasil: o que a legislação permite hoje O acidente recente envolvendo um balão que caiu no sul de Santa Catarina com 22 pessoas a bordo trouxe à tona uma questão urgente: qual é o arcabouço legal que regula o transporte aéreo turístico no país? Entre balões, helicópteros, aviões de pequeno porte e voos fretados, o caso expõe lacunas regulatórias, responsabilidades difusas e riscos operacionais relevantes. Para quem atua em relações institucionais e governamentais, entender esse contexto é fundamental para a leitura de cenários e gestão de riscos. Panorama regulatório do transporte aéreo turístico A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) é o órgão responsável por estabelecer as regras de operação do transporte aéreo no Brasil. Para atividades com fins comerciais — como voos panorâmicos ou passeios remunerados — é obrigatória a certificação da empresa ou do piloto, além da autorização para operar. Já os voos não remunerados, feitos por aeronaves particulares, são regulados com exigências menores. No caso do balonismo, a legislação ainda é incipiente. As operações costumam ocorrer sob a classificação de atividade esportiva, sem certificação comercial formal. Na prática, não há hoje nenhuma empresa autorizada pela ANAC a operar balões com fins turísticos. A situação é diferente do que ocorre com helicópteros e aviões de pequeno porte, que podem operar voos panorâmicos desde que estejam devidamente certificados como táxi aéreo ou como serviço aéreo especializado, conforme as regras do RBAC 135 e RBAC 136. Essa distinção regulatória revela um desequilíbrio: enquanto alguns modais aéreos são altamente fiscalizados, outros operam em zonas cinzentas. Isso impõe desafios para a segurança, mas também para o monitoramento de riscos e a responsabilização em caso de acidentes. Legislação não prevê o balonismo como transporte aéreo turístico no Brasil. Riscos, acidentes e responsabilizações Dados recentes da ANAC mostram que, embora os voos comerciais regulares tenham mantido altos níveis de segurança nas últimas décadas, a aviação geral — que inclui passeios de balão, voos turísticos de helicóptero e de aeronaves leves — concentra a maioria dos acidentes. Em 2024, o país registrou 175 ocorrências aeronáuticas com 152 mortes, segundo dados do Cenipa. A maior parte dessas ocorrências envolveu operações fora do escopo da aviação regular. A responsabilização em caso de acidente ocorre em três frentes: civil, penal e administrativa. No campo civil, opera-se com base na responsabilidade objetiva, que impõe a obrigação de indenizar independentemente de culpa. No âmbito penal, imprudência, negligência ou imperícia podem levar a processos criminais por homicídio culposo ou até doloso. E, administrativamente, a ANAC pode aplicar sanções como multas e suspensão de certificados. Para quem acompanha os impactos institucionais desses episódios, o tema se conecta diretamente à discussão sobre gestão de crise em relações governamentais , bem como ao papel da regulação na antecipação de riscos e na definição de responsabilidades. Clique aqui e conheça as nossas soluções Debate legislativo e brechas regulatórias A tragédia recente reacendeu no Congresso o debate sobre a regulação do balonismo comercial. Parlamentares discutem a criação de uma nova categoria regulatória que inclua balões como modal turístico formal , com exigências técnicas, planos de manutenção e certificação obrigatória. Além disso, avança a discussão sobre a criminalização do táxi aéreo clandestino — um problema recorrente em voos panorâmicos oferecidos sem autorização. Esses temas se somam a outros movimentos regulatórios que afetam setores que operam na intersecção entre regulação e inovação. Já discutimos aqui no blog, por exemplo, os desafios regulatórios de modelos de negócio disruptivos em cenários complexos de regulação  e a importância da análise de conjuntura como ferramenta de advocacy . Inteligência institucional para temas em alta rotatividade A discussão sobre transporte aéreo turístico não é apenas uma questão de mobilidade. Trata-se de um tema com impactos regulatórios, econômicos, reputacionais e jurídicos. Para empresas que atuam em setores afetados direta ou indiretamente por essas operações, acompanhar o ciclo regulatório é essencial. Na Inteligov, monitoramos e analisamos continuamente os movimentos do Congresso Nacional, dos órgãos reguladores e das esferas executivas, oferecendo aos nossos clientes insumos qualificados para tomada de decisão, prevenção de riscos e atuação estratégica em pautas de alto impacto. Se você atua com relações governamentais, compliance ou áreas regulatórias e precisa entender como esses temas se movimentam no Brasil, acompanhe nosso blog e conheça a ferramenta!

  • Redes sociais na formação política: influência, riscos e oportunidades

    Redes sociais na formação política: influência, riscos e oportunidades para RIG e advocacy As redes sociais deixaram, há muito tempo, de ser apenas espaços de interação pessoal. Elas se consolidaram como ferramentas poderosas na formação da opinião política , na mobilização social e até na influência de processos legislativos. O ambiente digital se tornou uma extensão direta da arena política, com impactos que vão desde a construção de narrativas públicas até a definição de votos e o andamento de projetos no Congresso. Neste artigo, você vai entender como as redes sociais e a formação política estão profundamente conectadas , como parlamentares, partidos e frentes parlamentares utilizam essas plataformas para pautar discussões, e de que forma profissionais de relações institucionais e governamentais (RIG), public affairs e advocacy podem — e devem — atuar estrategicamente nesse ecossistema. 🗳️ Redes sociais na formação política no Brasil Dados recentes mostram que 80% dos brasileiros usam redes sociais como fonte de informação política . Aproximadamente 22% já consideram as redes como sua principal fonte de notícias sobre política, ficando atrás apenas da televisão. O WhatsApp, embora não seja tecnicamente uma rede social aberta, exerce um papel fundamental nesse cenário. Ele é utilizado por 79% dos brasileiros como fonte frequente de informações sobre política, seguido pelo Facebook (33%), Instagram (16%) e YouTube (12%). Esse cenário evidencia que a opinião política nas redes  não é apenas uma extensão do debate offline — ela é, muitas vezes, o centro das discussões, moldando percepções, decisões e até resultados eleitorais. O impacto desse ambiente digital vai além das conversas informais. As redes sociais interferem diretamente na dinâmica institucional, principalmente em momentos de grande visibilidade política, como durante CPIs , tramitações de projetos de grande repercussão ou debates que envolvem alta polarização, como se observou na discussão sobre a CPI das Bets  e na pressão gerada em torno do PL das Fake News . 🏛️ Como políticos, partidos e frentes usam as redes para influenciar O impacto das redes sociais na política  se torna ainda mais evidente quando se observa o comportamento de parlamentares e partidos. Rankings de influência digital apontam que políticos como Nikolas Ferreira, Fábio Teruel, André Janones, Cleitinho e Flávio Bolsonaro lideram em engajamento nas redes. O uso estratégico dessas plataformas permite que eles construam narrativas, mobilizem suas bases e pressionem decisores — tudo em tempo real e sem intermediação da mídia tradicional. Além dos perfis individuais, partidos e frentes parlamentares  também investem pesado em comunicação digital. A Frente Parlamentar da Agropecuária, por exemplo, realizou campanhas patrocinadas nas redes para defender o projeto do marco temporal, utilizando argumentos econômicos, dados e conteúdos direcionados a públicos específicos. Esse tipo de mobilização, além de influenciar a opinião pública, é parte de uma estratégia muito clara para impactar o processo legislativo , que tem se tornado cada vez mais sensível às repercussões externas, especialmente quando há alta pressão social. Movimentos parecidos aconteceram durante a tramitação do PL das Fake News, quando tanto grupos favoráveis quanto contrários utilizaram as redes como espaço de lobby, pressão e mobilização, dinâmica bastante semelhante ao que se observa em momentos de tramitação de projetos de lei . 📣 Advocacy digital e relações institucionais nas redes As redes sociais não são utilizadas apenas por políticos. Empresas, organizações, movimentos sociais e profissionais de RIG e advocacy digital  também encontraram nesses canais um espaço para defender interesses, dialogar com stakeholders e construir reputação. O exemplo da ONG Sleeping Giants Brasil  é emblemático. Através de mobilização digital, a organização já fez com que mais de R$200 milhões deixassem de financiar sites de desinformação. Isso mostra como a pressão pública, organizada nas redes, pode gerar efeitos concretos tanto no ambiente econômico quanto na esfera política. Outro caso recente foi o do Google, que, durante a tramitação do PL das Fake News, chegou a exibir em sua página inicial uma mensagem contra o projeto, além de utilizar seus algoritmos para favorecer conteúdos críticos à proposta. Isso gerou forte repercussão institucional, incluindo notificações do Ministério da Justiça. Esses exemplos evidenciam que o advocacy não acontece mais apenas nos bastidores. Ele está cada vez mais visível, na linha do tempo de quem acompanha política nas redes — uma dinâmica que se soma a outras formas de atuação, como a elaboração de estratégias baseadas em  análise de conjuntura e no monitoramento constante do ambiente político . Oito em cada dez brasileiros já usaram o WhatsApp para se informar sobre política. ⚠️ Riscos: desinformação, polarização e impactos negativos Se, por um lado, as redes sociais oferecem oportunidades para ampliar a participação pública e influenciar políticas, por outro, também potencializam riscos — e não são poucos. Pesquisas do DataSenado revelam que 72% dos brasileiros já se depararam com fake news sobre política nas redes sociais . Além disso, quase metade dos entrevistados admite ter dificuldade para diferenciar notícias verdadeiras de informações falsas. O Brasil aparece entre os países mais polarizados do mundo. Segundo o Edelman Trust Barometer, 80% dos brasileiros percebem que os debates políticos nunca foram tão agressivos, desrespeitosos e polarizados  como hoje. Esse ambiente de desinformação e radicalização influencia diretamente a opinião pública, pressiona instituições e, muitas vezes, impacta o andamento de projetos legislativos e decisões políticas — o que exige, cada vez mais, preparo de profissionais e organizações para lidar com crises causadas por eventos políticos ou regulatórios , cujos impactos podem ser potencializados ou até mesmo iniciados nas redes, como discutido no artigo sobre  gestão de crise em relações governamentais . 📱 O impacto das redes sociais nas eleições As redes sociais não apenas formam opinião: elas influenciam diretamente nas decisões eleitorais. Dados do DataSenado mostram que 45% dos brasileiros já decidiram seu voto a partir de informações vistas nas redes sociais  — número que ultrapassa 50% entre os jovens. Essa influência digital tem reflexos claros nas estratégias de campanha. O bolsonarismo em 2018 e, mais recentemente, a atuação do deputado André Janones na campanha de Lula em 2022, são exemplos de como a disputa pelo voto também acontece no feed, no story e no grupo de WhatsApp — fenômenos que se tornam ainda mais relevantes quando olhamos para contextos como anos eleitorais municipais , onde a pressão nas redes pode ser decisiva, inclusive em pautas locais e na forma como os agentes públicos atuam após eleitos, tema frequentemente discutido em análises sobre acompanhamento de projetos de lei e seus impactos no ambiente institucional . Clique aqui e conheça as nossas soluções ✨ Como profissionais de RIG podem usar as redes para influência e reputação No contexto atual, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para quem trabalha com relações institucionais, advocacy e comunicação estratégica . Elas são um espaço para: Construir reputação pública , mostrando alinhamento da empresa com pautas de interesse social e responsabilidade corporativa. Fortalecer a licença social para operar , dialogando diretamente com a sociedade e stakeholders institucionais. Antecipar debates regulatórios , pautando informações, dados e argumentos que ajudem na formação da opinião pública e na sensibilização de tomadores de decisão. Monitorar riscos reputacionais e regulatórios , já que o que viraliza nas redes hoje pode rapidamente se transformar em pressão legislativa ou até em processos formais, como abertura de CPIs ou tramitação de projetos emergenciais. Na prática, isso significa que profissionais de RIG precisam combinar a inteligência do monitoramento político com a sensibilidade da gestão de reputação e da comunicação digital. Nesse cenário, ter domínio de ferramentas como análise de risco regulatório , definição de palavras-chave para monitoramento e capacidade de mapear o movimento de stakeholders nas redes se torna uma competência indispensável. 🔍 Redes sociais e formação política: um caminho sem volta O impacto das redes sociais na formação política  é um caminho sem volta. Elas moldam opiniões, constroem (ou destroem) reputações, influenciam votos e, cada vez mais, definem os rumos de projetos legislativos e decisões institucionais. Por isso, entender esse ecossistema é indispensável para qualquer profissional de relações governamentais, public affairs ou comunicação estratégica. As redes são, hoje, tão importantes quanto qualquer ferramenta de acompanhamento de projetos de lei , de análise de risco ou de planejamento de advocacy. Quem atua nesse mercado precisa olhar para as redes não como um canal complementar, mas como uma extensão essencial da atuação política, institucional e estratégica.

  • Do casamento gay à fake news: ativismo judicial?

    Ativismo judicial no Brasil: entre a garantia de direitos e os riscos à democracia A atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) tem ganhado destaque nas últimas décadas, sobretudo diante de omissões do Congresso Nacional em temas sensíveis e urgentes para a sociedade brasileira. Esse protagonismo, embora muitas vezes necessário, alimenta o debate sobre o chamado ativismo judicial  e seus efeitos na democracia. Afinal, qual é o limite entre proteger direitos fundamentais e interferir no equilíbrio entre os Poderes? 👥 STF e os direitos fundamentais: decisões que mudam vidas Um dos aspectos mais visíveis da judicialização da política  é a atuação do STF na defesa de direitos sociais. Em 2011, o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo assegurou direitos antes restritos a casais heterossexuais. Em 2012, a autorização do aborto em casos de anencefalia reafirmou a dignidade da mulher e seu direito à saúde. O mesmo se deu com decisões que obrigaram o SUS a fornecer medicamentos de alto custo — um marco na chamada judicialização da saúde . Esses julgamentos revelam como o Judiciário pode ser um canal de proteção quando o Legislativo ignora temas relevantes. Ao mesmo tempo, demonstram que o Supremo não atua apenas como guardião da Constituição, mas também como indutor de mudanças sociais profundas. ⚖️ Intervenções institucionais: quando o Supremo arbitra o jogo político Não são apenas os direitos individuais que movem o STF. Em tempos de crise política, o tribunal tem se colocado como moderador de conflitos e defensor da institucionalidade. Um exemplo emblemático é a atuação contra o chamado orçamento secreto . A atuação do Supremo Tribunal Federal tem ganhado destaque nas últimas décadas. Também merecem destaque os inquéritos das fake news  e dos atos antidemocráticos , que buscaram conter ataques às instituições e ao processo eleitoral. Nesses momentos, o STF se coloca como garantidor do funcionamento da democracia, ainda que isso acarrete tensões com outros Poderes . 🚧 Limites do ativismo: protagonismo ou extrapolação? A Constituição é clara ao definir o papel de cada Poder. Ao Congresso cabe legislar; ao Judiciário, julgar. No entanto, quando o STF avança sobre lacunas deixadas pelo Parlamento, com decisões que moldam políticas públicas, surgem críticas sobre ativismo judicial  e até mesmo anarquismo judicial  — quando há decisões contraditórias ou falta de uniformidade na jurisprudência. O desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio: atuar para preservar direitos e a ordem constitucional, sem deslegitimar o papel do Legislativo como representante da vontade popular. Quando esse limite é ultrapassado, abre-se espaço para ruídos institucionais e desgaste da confiança pública.   🏢 Por que empresas devem acompanhar o Judiciário também As decisões do STF impactam diretamente o setor produtivo. Empresas de tecnologia, saúde, agronegócio, energia e finanças precisam acompanhar julgamentos que envolvem desde regras tributárias  e modelos regulatórios  até direitos trabalhistas  e responsabilidade socioambiental . O caso da obrigatoriedade de cobrança de impostos sobre softwares ou a interpretação de regras ambientais são apenas alguns exemplos recentes. Clique aqui e conheça as nossas soluções Esse cenário exige das empresas uma atuação estratégica em relações governamentais , com monitoramento contínuo não apenas do Congresso, mas também do Judiciário. Integrar decisões judiciais e movimentações legislativas é essencial para prevenir riscos e buscar oportunidades — como mostramos no material sobre como estruturar um monitoramento legislativo eficaz .  🤖 Inteligov: antecipação e análise integrada para decisões mais seguras A judicialização da política veio para ficar — e ignorá-la pode custar caro. A Inteligov oferece uma plataforma completa para cruzar dados de casas legislativas, decisões judiciais, movimentações de autoridades e tendências políticas. Com funcionalidades como a Matriz de Relevância , o Termômetro de Aprovação  e os alertas automatizados , é possível antecipar riscos regulatórios e se preparar para atuar com base em evidências. Acesse também nosso conteúdo sobre análise de conjuntura aplicada a advocacy e descubra como transformar dados em decisões estratégicas para o seu negócio. Com a Inteligov, sua empresa atua com mais segurança, previsibilidade e inteligência  — mesmo em um cenário institucional cada vez mais desafiador.

  • Monitoramento legislativo na prática: histórias de empresas que agiram a tempo

    Monitoramento legislativo na prática O monitoramento legislativo  deixou de ser uma atribuição restrita a equipes jurídicas ou institucionais e passou a ocupar um espaço estratégico nas empresas que desejam manter competitividade, antecipar riscos regulatórios e participar ativamente da construção de políticas públicas. Em um cenário político dinâmico, com constantes mudanças em leis, decretos e normas nas esferas federal, estadual e municipal, acompanhar o ambiente legislativo deixou de ser uma precaução — e se tornou um diferencial. Empresas que adotam o monitoramento legislativo de forma estruturada conseguem reagir com agilidade a proposições que afetam diretamente seus modelos de negócio. Mais do que isso, conseguem identificar oportunidades de posicionamento, adaptar produtos e serviços à realidade regulatória e, em muitos casos, influenciar o conteúdo das normas que regem o setor em que atuam. O que é monitoramento legislativo e por que ele importa O monitoramento legislativo consiste no acompanhamento sistemático da tramitação de proposições legais — como projetos de lei, medidas provisórias, decretos, portarias e outras iniciativas normativas — nos diversos níveis do poder público. Ele permite que organizações mapeiem ameaças e oportunidades antes que essas propostas se convertam em obrigações legais, garantindo maior previsibilidade e segurança jurídica para a tomada de decisão. Além disso, o monitoramento legislativo oferece base para ações de relações governamentais, advocacy e comunicação institucional. Com dados confiáveis e atualizados, é possível mobilizar atores relevantes, participar de audiências públicas, propor emendas e construir argumentos técnicos que dialoguem com os interesses públicos e privados em jogo. Se esse conceito ainda parece distante, vale entender como acompanhar um projeto de lei na prática  e quais etapas exigem atenção por parte das empresas. O monitoramento legislativo oferece base para ações de lobby e advocacy. Uber e a regulamentação dos aplicativos de transporte Desde que chegou ao Brasil, em 2014, a Uber enfrentou intensa resistência de setores tradicionais, como o dos táxis. A disputa se materializou no Congresso Nacional, com o Projeto de Lei 5.587/2016, que previa exigências rigorosas para os motoristas de aplicativos, como autorização municipal e uso de placas vermelhas. A tramitação do projeto exigiu resposta imediata. A Uber e outras empresas do setor, como 99 e Cabify, acompanharam cada etapa do processo, mobilizaram usuários, dialogaram com parlamentares e investiram em campanhas publicitárias para influenciar a narrativa pública. O resultado foi uma alteração significativa no texto no Senado, que atenuou as restrições previstas inicialmente. O monitoramento legislativo permitiu que essas empresas se antecipassem e evitassem prejuízos ao seu modelo de operação. Esse é um exemplo clássico de como campanhas de lobby  bem estruturadas podem moldar a política pública e garantir a viabilidade de modelos inovadores. Google e o PL das Fake News Outro exemplo marcante foi o embate entre as big techs e o Projeto de Lei 2.630/2020, conhecido como PL das Fake News . A proposta previa medidas de combate à desinformação e maior responsabilização das plataformas digitais. Identificando riscos à sua atuação, empresas como Google e Meta acompanharam de perto a tramitação, especialmente nos momentos críticos em que o texto ganhava força na Câmara dos Deputados. Em 2023, o Google utilizou sua própria página inicial para alertar usuários sobre os impactos do projeto, levantando preocupações sobre liberdade de expressão e transparência. A empresa também mobilizou criadores de conteúdo e utilizou seus algoritmos para promover conteúdos críticos ao projeto. A reação do governo foi imediata: o Ministério da Justiça determinou a retirada do conteúdo por considerar a ação publicidade abusiva. O caso demonstrou os limites dessa atuação, mas também evidenciou como o monitoramento legislativo pode ser utilizado para construir estratégias públicas de posicionamento e defesa de interesses. O episódio também destaca a importância de compreender como a opinião pública influencia o trabalho dos profissionais de relações governamentais  — e como essas pressões podem tanto favorecer quanto dificultar a aprovação de determinadas propostas. O agronegócio e o chamado “PL do Veneno” O setor agropecuário brasileiro é um dos mais organizados em termos de atuação legislativa. O caso do PL 6.299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”, é emblemático. A proposta, que buscava flexibilizar a legislação sobre agrotóxicos, tramitou por duas décadas e ganhou impulso em 2022, com a aprovação de um substitutivo mais alinhado aos interesses do setor. Através de um monitoramento legislativo minucioso, entidades como a Frente Parlamentar da Agropecuária e o Instituto Pensar Agro atuaram para acelerar a tramitação no Senado, contornando comissões que poderiam frear o projeto. Essa articulação, respaldada por dados e estratégias bem definidas, mostrou como o monitoramento legislativo é utilizado não apenas para reagir, mas para moldar o percurso político de projetos de alto impacto. Sympla e o monitoramento como estratégia de sobrevivência Durante a pandemia da Covid-19, empresas do setor de eventos viram sua atividade ser suspensa por tempo indeterminado. A Sympla, uma das maiores plataformas de venda de ingressos do país, enfrentou o desafio de operar em um ambiente de extrema incerteza. O monitoramento legislativo e normativo foi o recurso escolhido para lidar com esse cenário. A empresa passou a acompanhar decretos estaduais e municipais, medidas provisórias e portarias  relacionadas à retomada de atividades culturais. Com isso, foi possível mapear onde e quando eventos poderiam ser retomados, redirecionar esforços comerciais e adaptar seu modelo de negócio com agilidade. Nesse caso, o monitoramento não serviu para influenciar o conteúdo das normas, mas foi crucial para garantir a continuidade da operação e orientar decisões estratégicas em um momento de crise. Clique aqui e conheça as nossas soluções Monitorar é agir: a importância de transformar informação em estratégia Os exemplos acima evidenciam um ponto central: monitoramento legislativo é uma ferramenta de inteligência institucional . Não se trata apenas de saber o que está tramitando, mas de compreender o impacto potencial das propostas, identificar aliados e adversários, construir estratégias de atuação e tomar decisões com base em dados contextualizados. Organizações que desejam se posicionar de forma proativa precisam ir além da coleta de informações e desenvolver metodologias próprias para análise de conjuntura , cenário político e articulação com stakeholders. A Inteligov como aliada estratégica Na Inteligov, transformamos o monitoramento legislativo em vantagem competitiva. Com tecnologia de ponta, utilizamos inteligência artificial, análise preditiva e metodologias avançadas para acompanhar, organizar e qualificar informações legislativas em tempo real. Nossas ferramentas — como a Matriz de Relevância  e o Termômetro de Aprovação  — permitem às empresas antecipar movimentos políticos, mensurar riscos regulatórios e construir estratégias assertivas. Mais do que um sistema de alertas, oferecemos inteligência regulatória integrada à realidade dos negócios , com personalização por temas, regiões e interesses específicos de cada cliente. Seja para departamentos jurídicos, áreas de relações governamentais, comunicação ou estratégia, a Inteligov oferece a estrutura necessária para transformar informação em ação. Se sua empresa ainda vê o monitoramento legislativo apenas como um acompanhamento de leis, é hora de mudar de perspectiva. Conte com a Inteligov para tornar sua atuação mais estratégica, segura e conectada ao futuro .

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