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  • Redes sociais na formação política: influência, riscos e oportunidades

    Redes sociais na formação política: influência, riscos e oportunidades para RIG e advocacy As redes sociais deixaram, há muito tempo, de ser apenas espaços de interação pessoal. Elas se consolidaram como ferramentas poderosas na formação da opinião política , na mobilização social e até na influência de processos legislativos. O ambiente digital se tornou uma extensão direta da arena política, com impactos que vão desde a construção de narrativas públicas até a definição de votos e o andamento de projetos no Congresso. Neste artigo, você vai entender como as redes sociais e a formação política estão profundamente conectadas , como parlamentares, partidos e frentes parlamentares utilizam essas plataformas para pautar discussões, e de que forma profissionais de relações institucionais e governamentais (RIG), public affairs e advocacy podem — e devem — atuar estrategicamente nesse ecossistema. 🗳️ Redes sociais na formação política no Brasil Dados recentes mostram que 80% dos brasileiros usam redes sociais como fonte de informação política . Aproximadamente 22% já consideram as redes como sua principal fonte de notícias sobre política, ficando atrás apenas da televisão. O WhatsApp, embora não seja tecnicamente uma rede social aberta, exerce um papel fundamental nesse cenário. Ele é utilizado por 79% dos brasileiros como fonte frequente de informações sobre política, seguido pelo Facebook (33%), Instagram (16%) e YouTube (12%). Esse cenário evidencia que a opinião política nas redes  não é apenas uma extensão do debate offline — ela é, muitas vezes, o centro das discussões, moldando percepções, decisões e até resultados eleitorais. O impacto desse ambiente digital vai além das conversas informais. As redes sociais interferem diretamente na dinâmica institucional, principalmente em momentos de grande visibilidade política, como durante CPIs , tramitações de projetos de grande repercussão ou debates que envolvem alta polarização, como se observou na discussão sobre a CPI das Bets  e na pressão gerada em torno do PL das Fake News . 🏛️ Como políticos, partidos e frentes usam as redes para influenciar O impacto das redes sociais na política  se torna ainda mais evidente quando se observa o comportamento de parlamentares e partidos. Rankings de influência digital apontam que políticos como Nikolas Ferreira, Fábio Teruel, André Janones, Cleitinho e Flávio Bolsonaro lideram em engajamento nas redes. O uso estratégico dessas plataformas permite que eles construam narrativas, mobilizem suas bases e pressionem decisores — tudo em tempo real e sem intermediação da mídia tradicional. Além dos perfis individuais, partidos e frentes parlamentares  também investem pesado em comunicação digital. A Frente Parlamentar da Agropecuária, por exemplo, realizou campanhas patrocinadas nas redes para defender o projeto do marco temporal, utilizando argumentos econômicos, dados e conteúdos direcionados a públicos específicos. Esse tipo de mobilização, além de influenciar a opinião pública, é parte de uma estratégia muito clara para impactar o processo legislativo , que tem se tornado cada vez mais sensível às repercussões externas, especialmente quando há alta pressão social. Movimentos parecidos aconteceram durante a tramitação do PL das Fake News, quando tanto grupos favoráveis quanto contrários utilizaram as redes como espaço de lobby, pressão e mobilização, dinâmica bastante semelhante ao que se observa em momentos de tramitação de projetos de lei . 📣 Advocacy digital e relações institucionais nas redes As redes sociais não são utilizadas apenas por políticos. Empresas, organizações, movimentos sociais e profissionais de RIG e advocacy digital  também encontraram nesses canais um espaço para defender interesses, dialogar com stakeholders e construir reputação. O exemplo da ONG Sleeping Giants Brasil  é emblemático. Através de mobilização digital, a organização já fez com que mais de R$200 milhões deixassem de financiar sites de desinformação. Isso mostra como a pressão pública, organizada nas redes, pode gerar efeitos concretos tanto no ambiente econômico quanto na esfera política. Outro caso recente foi o do Google, que, durante a tramitação do PL das Fake News, chegou a exibir em sua página inicial uma mensagem contra o projeto, além de utilizar seus algoritmos para favorecer conteúdos críticos à proposta. Isso gerou forte repercussão institucional, incluindo notificações do Ministério da Justiça. Esses exemplos evidenciam que o advocacy não acontece mais apenas nos bastidores. Ele está cada vez mais visível, na linha do tempo de quem acompanha política nas redes — uma dinâmica que se soma a outras formas de atuação, como a elaboração de estratégias baseadas em  análise de conjuntura e no monitoramento constante do ambiente político . Oito em cada dez brasileiros já usaram o WhatsApp para se informar sobre política. ⚠️ Riscos: desinformação, polarização e impactos negativos Se, por um lado, as redes sociais oferecem oportunidades para ampliar a participação pública e influenciar políticas, por outro, também potencializam riscos — e não são poucos. Pesquisas do DataSenado revelam que 72% dos brasileiros já se depararam com fake news sobre política nas redes sociais . Além disso, quase metade dos entrevistados admite ter dificuldade para diferenciar notícias verdadeiras de informações falsas. O Brasil aparece entre os países mais polarizados do mundo. Segundo o Edelman Trust Barometer, 80% dos brasileiros percebem que os debates políticos nunca foram tão agressivos, desrespeitosos e polarizados  como hoje. Esse ambiente de desinformação e radicalização influencia diretamente a opinião pública, pressiona instituições e, muitas vezes, impacta o andamento de projetos legislativos e decisões políticas — o que exige, cada vez mais, preparo de profissionais e organizações para lidar com crises causadas por eventos políticos ou regulatórios , cujos impactos podem ser potencializados ou até mesmo iniciados nas redes, como discutido no artigo sobre  gestão de crise em relações governamentais . 📱 O impacto das redes sociais nas eleições As redes sociais não apenas formam opinião: elas influenciam diretamente nas decisões eleitorais. Dados do DataSenado mostram que 45% dos brasileiros já decidiram seu voto a partir de informações vistas nas redes sociais  — número que ultrapassa 50% entre os jovens. Essa influência digital tem reflexos claros nas estratégias de campanha. O bolsonarismo em 2018 e, mais recentemente, a atuação do deputado André Janones na campanha de Lula em 2022, são exemplos de como a disputa pelo voto também acontece no feed, no story e no grupo de WhatsApp — fenômenos que se tornam ainda mais relevantes quando olhamos para contextos como anos eleitorais municipais , onde a pressão nas redes pode ser decisiva, inclusive em pautas locais e na forma como os agentes públicos atuam após eleitos, tema frequentemente discutido em análises sobre acompanhamento de projetos de lei e seus impactos no ambiente institucional . Clique aqui e conheça as nossas soluções ✨ Como profissionais de RIG podem usar as redes para influência e reputação No contexto atual, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para quem trabalha com relações institucionais, advocacy e comunicação estratégica . Elas são um espaço para: Construir reputação pública , mostrando alinhamento da empresa com pautas de interesse social e responsabilidade corporativa. Fortalecer a licença social para operar , dialogando diretamente com a sociedade e stakeholders institucionais. Antecipar debates regulatórios , pautando informações, dados e argumentos que ajudem na formação da opinião pública e na sensibilização de tomadores de decisão. Monitorar riscos reputacionais e regulatórios , já que o que viraliza nas redes hoje pode rapidamente se transformar em pressão legislativa ou até em processos formais, como abertura de CPIs ou tramitação de projetos emergenciais. Na prática, isso significa que profissionais de RIG precisam combinar a inteligência do monitoramento político com a sensibilidade da gestão de reputação e da comunicação digital. Nesse cenário, ter domínio de ferramentas como análise de risco regulatório , definição de palavras-chave para monitoramento e capacidade de mapear o movimento de stakeholders nas redes se torna uma competência indispensável. 🔍 Redes sociais e formação política: um caminho sem volta O impacto das redes sociais na formação política  é um caminho sem volta. Elas moldam opiniões, constroem (ou destroem) reputações, influenciam votos e, cada vez mais, definem os rumos de projetos legislativos e decisões institucionais. Por isso, entender esse ecossistema é indispensável para qualquer profissional de relações governamentais, public affairs ou comunicação estratégica. As redes são, hoje, tão importantes quanto qualquer ferramenta de acompanhamento de projetos de lei , de análise de risco ou de planejamento de advocacy. Quem atua nesse mercado precisa olhar para as redes não como um canal complementar, mas como uma extensão essencial da atuação política, institucional e estratégica.

  • Do casamento gay à fake news: ativismo judicial?

    Ativismo judicial no Brasil: entre a garantia de direitos e os riscos à democracia A atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) tem ganhado destaque nas últimas décadas, sobretudo diante de omissões do Congresso Nacional em temas sensíveis e urgentes para a sociedade brasileira. Esse protagonismo, embora muitas vezes necessário, alimenta o debate sobre o chamado ativismo judicial  e seus efeitos na democracia. Afinal, qual é o limite entre proteger direitos fundamentais e interferir no equilíbrio entre os Poderes? 👥 STF e os direitos fundamentais: decisões que mudam vidas Um dos aspectos mais visíveis da judicialização da política  é a atuação do STF na defesa de direitos sociais. Em 2011, o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo assegurou direitos antes restritos a casais heterossexuais. Em 2012, a autorização do aborto em casos de anencefalia reafirmou a dignidade da mulher e seu direito à saúde. O mesmo se deu com decisões que obrigaram o SUS a fornecer medicamentos de alto custo — um marco na chamada judicialização da saúde . Esses julgamentos revelam como o Judiciário pode ser um canal de proteção quando o Legislativo ignora temas relevantes. Ao mesmo tempo, demonstram que o Supremo não atua apenas como guardião da Constituição, mas também como indutor de mudanças sociais profundas. ⚖️ Intervenções institucionais: quando o Supremo arbitra o jogo político Não são apenas os direitos individuais que movem o STF. Em tempos de crise política, o tribunal tem se colocado como moderador de conflitos e defensor da institucionalidade. Um exemplo emblemático é a atuação contra o chamado orçamento secreto . A atuação do Supremo Tribunal Federal tem ganhado destaque nas últimas décadas. Também merecem destaque os inquéritos das fake news  e dos atos antidemocráticos , que buscaram conter ataques às instituições e ao processo eleitoral. Nesses momentos, o STF se coloca como garantidor do funcionamento da democracia, ainda que isso acarrete tensões com outros Poderes . 🚧 Limites do ativismo: protagonismo ou extrapolação? A Constituição é clara ao definir o papel de cada Poder. Ao Congresso cabe legislar; ao Judiciário, julgar. No entanto, quando o STF avança sobre lacunas deixadas pelo Parlamento, com decisões que moldam políticas públicas, surgem críticas sobre ativismo judicial  e até mesmo anarquismo judicial  — quando há decisões contraditórias ou falta de uniformidade na jurisprudência. O desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio: atuar para preservar direitos e a ordem constitucional, sem deslegitimar o papel do Legislativo como representante da vontade popular. Quando esse limite é ultrapassado, abre-se espaço para ruídos institucionais e desgaste da confiança pública.   🏢 Por que empresas devem acompanhar o Judiciário também As decisões do STF impactam diretamente o setor produtivo. Empresas de tecnologia, saúde, agronegócio, energia e finanças precisam acompanhar julgamentos que envolvem desde regras tributárias  e modelos regulatórios  até direitos trabalhistas  e responsabilidade socioambiental . O caso da obrigatoriedade de cobrança de impostos sobre softwares ou a interpretação de regras ambientais são apenas alguns exemplos recentes. Clique aqui e conheça as nossas soluções Esse cenário exige das empresas uma atuação estratégica em relações governamentais , com monitoramento contínuo não apenas do Congresso, mas também do Judiciário. Integrar decisões judiciais e movimentações legislativas é essencial para prevenir riscos e buscar oportunidades — como mostramos no material sobre como estruturar um monitoramento legislativo eficaz .  🤖 Inteligov: antecipação e análise integrada para decisões mais seguras A judicialização da política veio para ficar — e ignorá-la pode custar caro. A Inteligov oferece uma plataforma completa para cruzar dados de casas legislativas, decisões judiciais, movimentações de autoridades e tendências políticas. Com funcionalidades como a Matriz de Relevância , o Termômetro de Aprovação  e os alertas automatizados , é possível antecipar riscos regulatórios e se preparar para atuar com base em evidências. Acesse também nosso conteúdo sobre análise de conjuntura aplicada a advocacy e descubra como transformar dados em decisões estratégicas para o seu negócio. Com a Inteligov, sua empresa atua com mais segurança, previsibilidade e inteligência  — mesmo em um cenário institucional cada vez mais desafiador.

  • Monitoramento legislativo na prática: histórias de empresas que agiram a tempo

    Monitoramento legislativo na prática O monitoramento legislativo  deixou de ser uma atribuição restrita a equipes jurídicas ou institucionais e passou a ocupar um espaço estratégico nas empresas que desejam manter competitividade, antecipar riscos regulatórios e participar ativamente da construção de políticas públicas. Em um cenário político dinâmico, com constantes mudanças em leis, decretos e normas nas esferas federal, estadual e municipal, acompanhar o ambiente legislativo deixou de ser uma precaução — e se tornou um diferencial. Empresas que adotam o monitoramento legislativo de forma estruturada conseguem reagir com agilidade a proposições que afetam diretamente seus modelos de negócio. Mais do que isso, conseguem identificar oportunidades de posicionamento, adaptar produtos e serviços à realidade regulatória e, em muitos casos, influenciar o conteúdo das normas que regem o setor em que atuam. O que é monitoramento legislativo e por que ele importa O monitoramento legislativo consiste no acompanhamento sistemático da tramitação de proposições legais — como projetos de lei, medidas provisórias, decretos, portarias e outras iniciativas normativas — nos diversos níveis do poder público. Ele permite que organizações mapeiem ameaças e oportunidades antes que essas propostas se convertam em obrigações legais, garantindo maior previsibilidade e segurança jurídica para a tomada de decisão. Além disso, o monitoramento legislativo oferece base para ações de relações governamentais, advocacy e comunicação institucional. Com dados confiáveis e atualizados, é possível mobilizar atores relevantes, participar de audiências públicas, propor emendas e construir argumentos técnicos que dialoguem com os interesses públicos e privados em jogo. Se esse conceito ainda parece distante, vale entender como acompanhar um projeto de lei na prática  e quais etapas exigem atenção por parte das empresas. O monitoramento legislativo oferece base para ações de lobby e advocacy. Uber e a regulamentação dos aplicativos de transporte Desde que chegou ao Brasil, em 2014, a Uber enfrentou intensa resistência de setores tradicionais, como o dos táxis. A disputa se materializou no Congresso Nacional, com o Projeto de Lei 5.587/2016, que previa exigências rigorosas para os motoristas de aplicativos, como autorização municipal e uso de placas vermelhas. A tramitação do projeto exigiu resposta imediata. A Uber e outras empresas do setor, como 99 e Cabify, acompanharam cada etapa do processo, mobilizaram usuários, dialogaram com parlamentares e investiram em campanhas publicitárias para influenciar a narrativa pública. O resultado foi uma alteração significativa no texto no Senado, que atenuou as restrições previstas inicialmente. O monitoramento legislativo permitiu que essas empresas se antecipassem e evitassem prejuízos ao seu modelo de operação. Esse é um exemplo clássico de como campanhas de lobby  bem estruturadas podem moldar a política pública e garantir a viabilidade de modelos inovadores. Google e o PL das Fake News Outro exemplo marcante foi o embate entre as big techs e o Projeto de Lei 2.630/2020, conhecido como PL das Fake News . A proposta previa medidas de combate à desinformação e maior responsabilização das plataformas digitais. Identificando riscos à sua atuação, empresas como Google e Meta acompanharam de perto a tramitação, especialmente nos momentos críticos em que o texto ganhava força na Câmara dos Deputados. Em 2023, o Google utilizou sua própria página inicial para alertar usuários sobre os impactos do projeto, levantando preocupações sobre liberdade de expressão e transparência. A empresa também mobilizou criadores de conteúdo e utilizou seus algoritmos para promover conteúdos críticos ao projeto. A reação do governo foi imediata: o Ministério da Justiça determinou a retirada do conteúdo por considerar a ação publicidade abusiva. O caso demonstrou os limites dessa atuação, mas também evidenciou como o monitoramento legislativo pode ser utilizado para construir estratégias públicas de posicionamento e defesa de interesses. O episódio também destaca a importância de compreender como a opinião pública influencia o trabalho dos profissionais de relações governamentais  — e como essas pressões podem tanto favorecer quanto dificultar a aprovação de determinadas propostas. O agronegócio e o chamado “PL do Veneno” O setor agropecuário brasileiro é um dos mais organizados em termos de atuação legislativa. O caso do PL 6.299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”, é emblemático. A proposta, que buscava flexibilizar a legislação sobre agrotóxicos, tramitou por duas décadas e ganhou impulso em 2022, com a aprovação de um substitutivo mais alinhado aos interesses do setor. Através de um monitoramento legislativo minucioso, entidades como a Frente Parlamentar da Agropecuária e o Instituto Pensar Agro atuaram para acelerar a tramitação no Senado, contornando comissões que poderiam frear o projeto. Essa articulação, respaldada por dados e estratégias bem definidas, mostrou como o monitoramento legislativo é utilizado não apenas para reagir, mas para moldar o percurso político de projetos de alto impacto. Sympla e o monitoramento como estratégia de sobrevivência Durante a pandemia da Covid-19, empresas do setor de eventos viram sua atividade ser suspensa por tempo indeterminado. A Sympla, uma das maiores plataformas de venda de ingressos do país, enfrentou o desafio de operar em um ambiente de extrema incerteza. O monitoramento legislativo e normativo foi o recurso escolhido para lidar com esse cenário. A empresa passou a acompanhar decretos estaduais e municipais, medidas provisórias e portarias  relacionadas à retomada de atividades culturais. Com isso, foi possível mapear onde e quando eventos poderiam ser retomados, redirecionar esforços comerciais e adaptar seu modelo de negócio com agilidade. Nesse caso, o monitoramento não serviu para influenciar o conteúdo das normas, mas foi crucial para garantir a continuidade da operação e orientar decisões estratégicas em um momento de crise. Clique aqui e conheça as nossas soluções Monitorar é agir: a importância de transformar informação em estratégia Os exemplos acima evidenciam um ponto central: monitoramento legislativo é uma ferramenta de inteligência institucional . Não se trata apenas de saber o que está tramitando, mas de compreender o impacto potencial das propostas, identificar aliados e adversários, construir estratégias de atuação e tomar decisões com base em dados contextualizados. Organizações que desejam se posicionar de forma proativa precisam ir além da coleta de informações e desenvolver metodologias próprias para análise de conjuntura , cenário político e articulação com stakeholders. A Inteligov como aliada estratégica Na Inteligov, transformamos o monitoramento legislativo em vantagem competitiva. Com tecnologia de ponta, utilizamos inteligência artificial, análise preditiva e metodologias avançadas para acompanhar, organizar e qualificar informações legislativas em tempo real. Nossas ferramentas — como a Matriz de Relevância  e o Termômetro de Aprovação  — permitem às empresas antecipar movimentos políticos, mensurar riscos regulatórios e construir estratégias assertivas. Mais do que um sistema de alertas, oferecemos inteligência regulatória integrada à realidade dos negócios , com personalização por temas, regiões e interesses específicos de cada cliente. Seja para departamentos jurídicos, áreas de relações governamentais, comunicação ou estratégia, a Inteligov oferece a estrutura necessária para transformar informação em ação. Se sua empresa ainda vê o monitoramento legislativo apenas como um acompanhamento de leis, é hora de mudar de perspectiva. Conte com a Inteligov para tornar sua atuação mais estratégica, segura e conectada ao futuro .

  • Políticas públicas de saneamento básico: como funcionam no Brasil?

    Elemento vital para o fortalecimento da democracia, as políticas públicas visam assegurar o cumprimento das necessidades coletivas da população e dialogar com os interesses da sociedade. Compreendidas como uma série de programas, ações e decisões — adotadas pelos governos nacional, estadual e municipal com participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados —, buscam refletir os direitos garantidos pela Constituição Federal, como as políticas públicas de saneamento básico. Essas políticas públicas podem ser analisadas sob duas perspectivas diferentes: as de caráter político, que estão inseridas em um processo de decisões governamentais, em que há, naturalmente, conflitos de interesse, uma vez que depende dos governantes para decidir o que será realizado ou não; e no sentido administrativo, que se refere à coordenação dos meios disponíveis para a execução dos projetos e programas acordados. Políticas públicas de saneamento básico: como funcionam no Brasil? Existe, ainda, uma diferença entre política pública de Estado, que consiste no fomento dos direitos assegurados pela Constituição e independe do governante, e a política pública de governo , que está associada à alternância de poder e aos projetos de cada governo — considerando que os direitos não previstos pela Carta Magna podem ser alcançados por meio da criação de novas políticas públicas, a partir do entendimento das necessidades dos cidadãos. Do planejamento à fiscalização, as políticas públicas ficam a cargo dos Três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Considerados como direitos universais, temas como saúde, educação e saneamento básico são exemplos de políticas públicas trabalhadas pelos governos. A evolução do saneamento básico enquanto política pública O saneamento é um conjunto de medidas que busca preservar as condições do meio ambiente de modo a prevenir doenças e promover a saúde, com vistas à melhora da qualidade de vida dos indivíduos. O tema é debatido amplamente na esfera pública em função de sua importância, já que se constitui como fator essencial para o desenvolvimento do país, além de garantir direitos fundamentais, como o acesso à água, coleta e tratamento de esgoto, além da saúde de modo geral, fomentando o avanço social, ambiental e econômico. Contudo, a realidade no Brasil está longe do ideal. Em 2017, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país ocupava a 117.ª posição no ranking de população com acesso ao saneamento básico. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforça a situação do cenário brasileiro: 57% das cidades brasileiras, com delegações para o serviço de esgotamento sanitário, estão em situação irregular e um total de 1.277 cidades mantêm contrato para coleta de esgoto, porém não contam com o serviço. A região Norte tem a maior parte dos contratos problemáticos em relação ao esgotamento sanitário: 90% dos municípios operam com irregularidades. O Nordeste vem logo atrás, com 80%. Regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste têm 69%, 61% e 14% de contratos irregulares, respectivamente. Dessa forma, o saneamento básico continua sendo um enorme desafio para o Brasil, onde apenas 53,2% de sua população apresentam acesso à coleta de esgoto, segundo dados de 2018. Por ser um tema absolutamente relevante, as políticas públicas voltadas ao saneamento estão sempre no foco de debates. Para lidar com o déficit , diversas medidas foram adotadas ao longo dos anos. A década de 1990 foi determinante para os principais avanços na área. Em 1995, foi aprovada a Lei de Concessões de Serviços Públicos (Lei 8.897) , que trouxe oportunidades para os municípios não operados por companhias estaduais para privatizar ofertar de saneamento. Foi nesse período, também, que algumas empresas estaduais passaram a promover a revisão de seus modelos organizacionais e abriram capitais na Bolsa de Valores, como ocorreu com a Sabesp, em São Paulo, por exemplo. Já nos anos 2000, foram criados o Ministério das Cidades e a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, bem como o início de investimentos no setor por meio do Programa Saneamento para Todos. Mas foi em 2007 que um dos principais marcos na área aconteceu: o Congresso Nacional aprovou a Lei Nacional do Saneamento Básico (Lei 11.445) , que dispunha sobre o planejamento, regulação, fiscalização, prestação de serviços, entre outros, e previa a elaboração de um Plano Nacional de Saneamento. Em 2010 houve o lançamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e, em 2013, após consulta pública, o Plano Nacional de Saneamento foi aprovado por decreto presidencial. Políticas públicas de saneamento básico e a pandemia A pandemia do coronavírus trouxe inúmeros desafios às sociedades globais. No Brasil, a ausência de um plano sólido de vacinação e a falta de incentivo às medidas de distanciamento social agravaram o quadro de mortes no país em decorrência do vírus. No entanto, outros fatores como a realidade do saneamento básico no Brasil evidenciaram a disparidade social e os problemas na saúde pública. Isso porque um dos principais cuidados para evitar o contágio, além do distanciamento, é a higiene, sobretudo das mãos com água e sabão — prática mais acessível e de menor custo se comparada ao uso de álcool em gel. Contudo, o que a pandemia desnudou foi o fato de que a água, bem universal, não está disponível para todos os cidadãos brasileiros. Mais do que isso, a vulnerabilidade causada pela falta de saneamento básico, como um todo, contribuiu para que uma grande parcela da sociedade sofresse com o agravamento da doença. Em uma tentativa de preencher a lacuna deixada pelo saneamento no avanço da pandemia, em 2020, o Congresso aprovou a polêmica Lei 14.026 , que atualiza o marco legal do saneamento básico e possibilita a abertura do setor para investimentos privados. Diante de um cenário volátil e da presença do saneamento básico em debates no Poder Público, acompanhar o andamento de políticas públicas voltadas à área, bem como questões relacionadas à regulamentação e fiscalização — seja por entes públicos ou privados —, se faz absolutamente necessário para o profissional de Relações Governamentais e Institucionais (RIG). Isso porque a importância do saneamento básico para a população brasileira é tema recorrente no Congresso Nacional, que pode adotar novas políticas públicas acerca da temática, especialmente em momentos de crise. A criação de legislações e novos normativos por parte das agências reguladoras impactam diretamente a atividade dos profissionais de RIG atuantes em setores ligados ao saneamento básico. Por isso, estar atento e contar com soluções inovadoras, como o monitoramento inteligente disponibilizado pela Inteligov, pode conferir mais facilidade e velocidade ao acesso de informações relevantes para a atuação em Relações Governamentais — de modo que os profissionais de Relgov possam antecipar eventuais decisões e construir planos mais sólidos para a defesa de interesses. Para conhecer a solução da Inteligov e otimizar seus processos de relações governamentais de forma rápida e inteligente, basta preencher o formulário para que um especialista entre em contato com você.

  • Mandato de 5 anos e fim da reeleição

    Estamos prontos para um novo sistema eleitoral no Brasil? O debate sobre o fim da reeleição no Brasil voltou com força ao centro da pauta política com a tramitação da PEC 12/2022  no Senado Federal. A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), avança com apoio suprapartidário e traz mudanças significativas para o funcionamento do sistema político eleitoral brasileiro. Além de extinguir a reeleição para cargos do Executivo, como presidente da República, governadores e prefeitos, a proposta também amplia os mandatos de 4 para 5 anos e unifica as eleições a partir de 2034. Trata-se de uma das mais abrangentes reformas políticas desde a redemocratização, com implicações diretas na lógica de poder, no calendário eleitoral e na forma como se estruturam as campanhas e estratégias partidárias no país. Neste artigo, vamos analisar em profundidade os principais pontos da proposta, o cenário político de tramitação, os impactos esperados caso a PEC seja aprovada e o papel da inteligência legislativa no acompanhamento desse processo. O que propõe a PEC do fim da reeleição? Apresentada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), a Proposta de Emenda à Constituição 12/2022  teve como relator o senador Marcelo Castro (MDB-PI) e passou a ganhar tração em 2025. Em maio deste ano, o parecer foi aprovado por unanimidade na CCJ do Senado, incluindo um substitutivo que consolidou diferentes emendas e articulações internas. O texto aprovado estabelece três eixos centrais: Extinção da reeleição  para cargos do Executivo; Mandatos de 5 anos  para todos os cargos eletivos, incluindo deputados e senadores; Unificação das eleições  municipais e gerais a partir de 2034, com mandato-tampão de 6 anos para os prefeitos eleitos em 2028. A proposta estabelece regras de transição para garantir segurança institucional. Os chefes do Executivo eleitos em 2024 e 2026 ainda poderão se reeleger uma vez, desde que estejam no primeiro mandato. A partir de 2034, a reeleição estará definitivamente proibida e todas as eleições ocorrerão simultaneamente em ciclos de cinco anos. A reeleição no Brasil foi instituída em 1997, desde então todos presidentes buscaram a recondução. Por que o fim da reeleição está sendo discutido agora? A reeleição no Brasil foi introduzida em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, por meio da Emenda Constitucional nº 16. Desde então, todos os presidentes buscaram a recondução ao cargo. O modelo, embora pensado para permitir continuidade administrativa, passou a ser criticado por estimular o uso da máquina pública em favor de interesses eleitorais e comprometer a alternância de poder. A PEC 12/2022 reflete esse incômodo. Seus defensores alegam que o modelo atual gera distorções institucionais, como a personalização excessiva da política, a dificuldade de renovação das lideranças e a priorização de agendas de curto prazo por parte de governantes em busca da reeleição. Ao propor o mandato único de 5 anos , a proposta tenta promover uma reorganização do Executivo em direção a uma governança mais focada em resultados estruturantes. A expectativa é de que, sem a possibilidade de reeleição, os chefes do Executivo possam tomar decisões mais impopulares, mas necessárias, com menos pressões eleitorais imediatas. A articulação no Senado e os pontos de tensão Apesar da votação unânime na CCJ, a tramitação da PEC envolveu articulações e resistências nos bastidores. Um dos trechos mais criticados do relatório inicial previa mandatos de 10 anos para senadores , o que gerou reação imediata de parlamentares. A proposta foi revista, e os mandatos acabaram igualados aos demais cargos — cinco anos para todos. Outro ponto sensível foi a definição do calendário de transição. Para viabilizar a unificação das eleições em 2034, os prefeitos eleitos em 2028 cumprirão mandatos de seis anos — uma solução negociada para evitar que os mandatos fossem encurtados para apenas dois anos, o que poderia gerar resistência entre lideranças municipais. Agora, a proposta aguarda votação em dois turnos no plenário do Senado. Se aprovada, segue para a Câmara dos Deputados, onde enfrentará um novo ciclo de debates e poderá ser alvo de alterações. Ainda que a tramitação tenha avançado, a pauta esbarra em interesses locais, especialmente entre prefeitos e governadores que se beneficiariam da manutenção da regra atual. Se você quer entender como funciona esse caminho legislativo, confira nosso artigo sobre como acompanhar um projeto de lei no Congresso Nacional . Clique aqui e conheça as nossas soluções O que pode mudar com o fim da reeleição? A aprovação da PEC 12/2022 traria uma série de impactos institucionais e políticos. Entre os principais efeitos esperados estão: Redução do uso eleitoral da máquina pública : sem a perspectiva de reeleição, espera-se que os ocupantes de cargos no Executivo tenham menos incentivos para utilizar recursos públicos em benefício próprio durante o mandato. Aumento da alternância de poder : ao eliminar a possibilidade de recondução imediata, a proposta cria um ambiente mais propício à renovação das lideranças. Unificação do ciclo eleitoral : com todos os cargos sendo disputados no mesmo pleito, as campanhas ganham novas dinâmicas, o que pode afetar a visibilidade de temas locais e nacionais. Possível fortalecimento da governabilidade : a separação mais clara entre governar e fazer campanha tende a favorecer a implementação de políticas de médio e longo prazo. Ainda assim, a proposta não está isenta de críticas. Especialistas apontam que o fim da reeleição pode dificultar a continuidade de políticas públicas bem-sucedidas. Outros avaliam que o verdadeiro problema não é a reeleição em si, mas sim a fragilidade dos mecanismos de controle e transparência no processo eleitoral e de gestão. Além disso, a unificação das eleições pode gerar uma sobrecarga de temas e candidaturas em um único pleito, tornando mais difícil para o eleitor avaliar propostas e perfis com profundidade. Para entender como esse tipo de debate se conecta com estratégias de influência legislativa, leia também: Como funciona uma campanha de lobby no Brasil . O papel da Inteligov no monitoramento da reforma política Na Inteligov, acompanhamos em tempo real todas as fases da tramitação da PEC 12/2022 , assim como outras propostas de reforma política que circulam no Congresso Nacional. O monitoramento dessa agenda não se limita à leitura de manchetes — envolve análise preditiva, mapeamento de atores políticos e projeção de cenário com base em dados. Foi com esse olhar estratégico que produzimos, no ano passado, um material completo sobre a reforma eleitoral e as propostas de mudanças no sistema político brasileiro . Na época, a discussão sobre o fim da reeleição já estava presente, e nossos dados anteciparam os desdobramentos que agora ganham corpo com a PEC 12/2022.  Por meio da nossa plataforma, é possível identificar com precisão os parlamentares envolvidos, avaliar a probabilidade de aprovação de proposições legislativas e receber alertas em tempo real sobre movimentações relevantes — tudo com base em inteligência legislativa aplicada. Se a sua organização precisa acompanhar o impacto de reformas como essa no cenário político e regulatório, a Inteligov pode ser sua aliada estratégica. Acesse   www.inteligov.com.br  e veja como transformar dados públicos em decisões inteligentes.

  • A CPI das Bets é só palanque?

    O que a CPI das Bets revela sobre o lobby e a formulação de políticas públicas A CPI das Bets , em andamento no Senado Federal, colocou em evidência um setor bilionário que cresceu com pouca regulação no Brasil: o das apostas online. Mas, mais do que uma investigação sobre fraudes e contratos obscuros, a comissão escancara o impacto político e regulatório de práticas publicitárias que envolvem influenciadores digitais , plataformas de jogos e consumidores muitas vezes vulneráveis. O caso ganhou força a partir da convocação de personalidades da internet que promoveram conteúdos com promessas irreais de lucros fáceis — estimulando seguidores a apostarem em plataformas digitais sem qualquer orientação ou transparência sobre os riscos. A comissão investiga também suspeitas de manipulação de resultados esportivos, lavagem de dinheiro e omissão de responsabilidade por parte das empresas envolvidas. Neste artigo, explicamos como funcionam as CPIs, o que está em jogo na CPI das Bets e por que esse tipo de investigação é central para entender os bastidores da formulação de políticas públicas no Brasil — especialmente quando envolve regulação de mercado, opinião pública e lobby transparente . O papel institucional das CPIs As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)  são mecanismos constitucionais que permitem ao Congresso Nacional investigar fatos específicos com interesse público. Embora não tenham poder de punição ou julgamento, contam com prerrogativas importantes: podem convocar depoentes, requisitar documentos sigilosos, solicitar quebras de sigilo e produzir relatórios que encaminham denúncias ao Ministério Público ou recomendam mudanças na legislação. Sua força política é inegável. CPIs têm o poder de colocar temas urgentes no centro do debate legislativo, provocar mobilização social e alterar as prioridades da agenda do Congresso. É o que ocorreu, por exemplo, com propostas legislativas debatidas a partir da regulamentação do lobby no Brasil , cuja discussão voltou a ganhar destaque nos últimos meses. CPI das Bets: investigação dos jogos e apostas esportivas no Brasil. Como funciona uma CPI na prática Para que uma CPI seja instaurada, é necessário que um terço dos parlamentares da Casa legislativa (171 deputados na Câmara ou 27 senadores no Senado) assinem o requerimento. A proposta deve ter um fato determinado  e um prazo de funcionamento , geralmente entre 90 e 120 dias. Uma vez instalada, a comissão define presidente e relator, aprova seu plano de trabalho e inicia os requerimentos de convocação, coleta de informações e audiências públicas. Com base nesses dados, é elaborado um relatório final com recomendações — que, dependendo do contexto, podem impactar diretamente a produção legislativa. Inclusive, muitas propostas de lei que alteram regras setoriais ou fortalecem mecanismos de controle  têm origem em diagnósticos apresentados em CPIs. O foco da CPI das Bets A CPI das Bets foi criada para investigar a explosão do mercado de apostas esportivas no Brasil, especialmente em plataformas online. A ausência de uma regulamentação consolidada e a rápida popularização desse tipo de jogo geraram um cenário propício a abusos, fraudes e exploração comercial de consumidores — muitos deles jovens e com acesso irrestrito à internet. Entre os principais pontos investigados estão os contratos entre influenciadores digitais e plataformas de apostas , que muitas vezes envolvem campanhas publicitárias agressivas e pouco transparentes. O discurso do “dinheiro rápido” aliado à autoridade desses comunicadores digitais criou um terreno fértil para que milhões de pessoas se sentissem encorajadas a apostar sem pleno entendimento dos riscos envolvidos. A CPI, ao convocar influenciadores, donos de casas de apostas, representantes de clubes de futebol e membros do governo, constrói um retrato amplo do problema — e prepara o terreno para uma regulação mais robusta do setor de jogos e publicidade digital , tema que também está sendo debatido por meio de projetos de lei em tramitação. A participação legítima de interesses Nos bastidores da CPI das Bets, representantes de diversos setores têm atuado de forma estruturada para apresentar dados, sugestões e pontos de vista sobre o tema. É o caso das casas de apostas que forneceram informações sobre o funcionamento do mercado global; dos clubes de futebol preocupados com a manutenção de patrocínios; de entidades jurídicas que pedem regras mais duras para proteger consumidores; e, também, dos próprios influenciadores, que passaram a reivindicar diretrizes claras sobre o que podem ou não divulgar. Esse processo evidencia um movimento cada vez mais comum em CPIs: a presença legítima de grupos organizados na tentativa de influenciar tecnicamente os desdobramentos políticos . Essa atuação — quando feita com transparência, dados e posicionamento público — é reconhecida como parte fundamental da democracia e se relaciona com o fortalecimento da prática do lobby institucional e da advocacy  no Brasil. Clique aqui e conheça as nossas soluções Impacto político e legislativo Ainda que uma CPI não produza leis diretamente, os seus efeitos são profundos. No caso da CPI das Bets, o relatório final pode influenciar a criação de regras para a publicidade digital, a atuação de influenciadores, a proteção de dados de consumidores e até a responsabilização de plataformas em casos de manipulação de jogos ou vício em apostas. Esse tipo de efeito indireto é o que torna o acompanhamento legislativo  constante uma necessidade estratégica para empresas, organizações da sociedade civil e profissionais da área de relações governamentais. Afinal, não basta apenas acompanhar o texto de um projeto de lei — é preciso entender de onde ele veio, quais pressões o originaram, quem o apoia e qual conjuntura o favorece. Como transformar a CPI em inteligência estratégica A CPI das Bets não é apenas uma reação a um problema emergente. Ela mostra como temas complexos — envolvendo economia digital, comportamento do consumidor e regulação estatal — exigem atuação qualificada de todos os lados. Para os setores que podem ser afetados por suas recomendações, acompanhar cada movimentação da comissão é uma forma de antecipar riscos, planejar respostas e contribuir com soluções construtivas . Mas isso exige atenção constante a dados pulverizados, documentos, requerimentos, agendas, discursos e bastidores políticos. Com a plataforma da Inteligov , todo esse processo se torna mais estratégico. É possível monitorar CPIs em tempo real, configurar alertas, analisar movimentações legislativas, identificar atores influentes e cruzar informações com base em critérios relevantes para sua atuação. Tudo isso com fontes oficiais integradas — da Câmara, Senado, Assembleias Legislativas, diários oficiais e muito mais. Em tempos em que uma CPI pode pautar a agenda pública, alterar prioridades do Congresso e influenciar diretamente o ambiente de negócios, tomar decisões com base em dados confiáveis não é mais diferencial — é sobrevivência institucional . Conheça as nossas soluções  e descubra como transformar informação pública em poder estratégico.

  • Lobby no Brasil é crime? Entenda o que diz a lei e o que pode mudar

    O que é lobby e por que é importante? A pergunta “lobby no Brasil é crime?” ainda é comum no debate público e revela não só a falta de regulamentação sobre o tema, mas também a persistência de um estigma que confunde práticas legítimas de representação de interesses com atos ilícitos. O fato é que o lobby, quando exercido com ética e transparência, é uma prática essencial para o bom funcionamento da democracia. Representação de interesses como pilar democrático A atuação organizada de empresas, organizações da sociedade civil, sindicatos e setores produtivos junto ao poder público é uma forma de garantir que decisões políticas, regulatórias ou administrativas considerem diferentes perspectivas da sociedade.  Essa prática, conhecida como lobby, contribui para a pluralidade no processo decisório e fornece aos formuladores de políticas públicas dados e argumentos técnicos que qualificam o debate — o que o torna um dos motores da democracia . Ainda assim, no Brasil, a palavra “lobby” é frequentemente associada a corrupção ou tráfico de influência, em grande parte porque o país nunca teve uma legislação específica que regulamente claramente essa atividade.  A ausência de regras abre espaço para distorções, alimenta a desconfiança e dificulta o entendimento de que o lobby legítimo é uma ferramenta democrática, não um crime. Quando o lobby é legítimo — e como ele se distingue de outras estratégias Em meio à desinformação, é comum que o lobby seja confundido com outras práticas como advocacy ou campanhas de interesse. Embora todas façam parte do universo das relações institucionais e governamentais , há distinções importantes entre elas.  O advocacy, por exemplo, costuma ser voltado à mobilização social, educação do público e sensibilização da opinião pública — estratégias amplamente utilizadas por organizações da sociedade civil. Já o lobby é mais centrado no diálogo direto com autoridades, com o objetivo de influenciar decisões específicas de forma estruturada e técnica. Essas duas frentes são complementares dentro das estratégias de RIG, que envolvem desde o monitoramento legislativo até a articulação ativa com agentes públicos.  Campanhas de interesse, por sua vez, costumam combinar os dois modelos, articulando mobilização social e interlocução direta com o poder público em uma mesma ação. Algumas dessas experiências são analisadas em exemplos de campanhas de lobby no Brasil . Lobby é a atividade centrada no diálogo direto com autoridades para influenciar decisões. O lobby é crime no Brasil? Não. Lobby não é considerado crime pela legislação brasileira. O que é ilegal — e deve continuar sendo combatido — são práticas como corrupção, tráfico de influência ou recebimento de vantagem indevida. O lobby em si, desde que feito com transparência e de forma institucionalizada, é legítimo e respaldado pelo direito constitucional de petição . Apesar disso, a ausência de uma norma específica que estabeleça limites, regras de conduta e deveres para representantes de interesse e agentes públicos deixa a atividade em uma zona cinzenta. Isso gera insegurança jurídica, favorece desequilíbrios no acesso a tomadores de decisão e fortalece a percepção de que o lobby serve apenas aos grupos mais poderosos — o que reforça a urgência de uma regulamentação nacional. O que propõe o Projeto de Lei de Regulamentação do Lobby? A proposta mais avançada nesse sentido é o PL 1202/2007 , aprovado pela Câmara em 2022 e atualmente em análise no Senado como PL 2914/2022 . O texto define as interações entre representantes de interesse e agentes públicos como atividades legítimas e propõe a criação de um cadastro nacional de lobistas, além da obrigatoriedade de registro de agendas e transparência sobre reuniões e pautas discutidas com autoridades. O projeto também impõe obrigações tanto aos lobistas quanto aos servidores públicos, com sanções administrativas em caso de descumprimento — incluindo advertência, multa ou, em situações mais graves, exoneração. Essa proposta se insere no esforço de regulamentação do lobby no Brasil , que vem sendo debatido há décadas. Além disso, a proposta resgata princípios constitucionais já existentes, como o direito de petição, e dialoga com práticas que vêm sendo adotadas por diferentes entes da federação e instituições. Segundo o Termômetro da Inteligov , que avalia a probabilidade de avanço de proposições legislativas com base em dados de tramitação e contexto político, o PL 2914/2022 tem atualmente cerca de 51% de chance de aprovação, o que pode mudar de acordo com as movimentações no Congresso. - como designação de relator, pedido de urgência, etc. O que dizem os modelos internacionais Experiências internacionais mostram caminhos possíveis para o Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, o lobby é regulamentado desde 1946, com exigências rígidas de registro, prestação de contas e divulgação periódica de atividades e gastos. Já na União Europeia, a adesão ao registro de transparência ainda é voluntária, mas necessária para acesso às instituições, funcionando como um mecanismo indireto de controle e reputação. Outros países, como o Chile, adotam uma lógica distinta: o agente público é quem tem o dever de registrar todos os encontros com representantes de interesse. Esse modelo inverte o ônus da transparência, oferecendo à sociedade um mecanismo eficaz de fiscalização. O comparativo entre esses modelos também está presente na análise sobre a regulamentação do lobby no Brasil. O papel da opinião pública Uma pesquisa do Instituto DataSenado mostra que o lobby não é rejeitado em sua essência, mas desperta cautela. A maioria da população concorda que a prática precisa ser regulamentada, especialmente para coibir abusos e tornar as decisões políticas mais transparentes. Esses dados reforçam a importância de qualificar o debate público — como abordado no artigo sobre lobby como motor da democracia . Além disso, o estudo revela que a influência percebida de grandes setores econômicos como agronegócio e bancos é muito superior à de grupos como trabalhadores, ONGs ou cidadãos comuns — o que aponta para uma assimetria de acesso que a regulamentação pode ajudar a corrigir. Clique aqui e conheça as nossas soluções Casos de impacto: o lobby e advocacy na prática No Brasil, há diversos exemplos de campanhas de interesse que uniram mobilização social e interlocução direta com o poder público para gerar mudanças concretas. A aprovação da Lei da Ficha Limpa, por exemplo, foi resultado de uma articulação que combinou pressão popular, coleta de assinaturas e diálogo com o Congresso Nacional. Já a Lei Maria da Penha foi impulsionada por uma ampla campanha de advocacy liderada por organizações da sociedade civil. Mais recentemente, a reforma da Previdência contou com uma forte articulação entre governo federal e entidades do setor produtivo, além de uma campanha de comunicação voltada à opinião pública. Em todos esses casos, o fator comum foi a legitimidade da pauta, a organização das estratégias e a transparência da atuação — características também abordadas em conteúdos sobre advocacy no terceiro setor  e estratégias de análise de conjuntura . Portanto, o lobby no Brasil não é crime, mas a falta de regras claras ainda compromete seu pleno reconhecimento como ferramenta legítima de influência política.  Regulamentar a atividade, como prevê o PL 2914/2022, pode ser um meio de garantir mais igualdade de acesso ao processo decisório, fortalecer a confiança da sociedade nas instituições e qualificar a formulação de políticas públicas com base em dados, diálogo e diversidade de vozes. Para acompanhar esse e outros projetos de lei e montar estratégias de lobby e advocacy, conte com a Inteligov!

  • Pets a bordo: como a aprovação da Lei Joca muda as regras das viagens de avião

    A aprovação da Lei Joca marca um avanço importante para quem viaja com pets no Brasil. Inspirada na história do golden retriever Joca, que morreu durante uma viagem aérea em 2024, a lei cria regras específicas para o transporte de cães e gatos em aviões. Mas como era o transporte de animais antes da nova legislação? Quais mudanças a Lei Joca traz? E que outras leis sobre animais já impactaram setores no Brasil? Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber. Como funcionava o transporte de animais em aviões antes da Lei Joca Até a aprovação da Lei Joca, o transporte de animais em aviões brasileiros era regulado apenas por normas internas das companhias aéreas e orientações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) . Não havia uma lei federal obrigando as empresas a aceitar pets nos voos. Cada companhia era responsável por definir suas próprias regras: Peso e tamanho permitidos para levar o pet na cabine; Condições para transporte no porão; Taxas adicionais cobradas; Limite de animais por voo. Essa falta de padronização deixava os tutores vulneráveis. Em caso de acidentes ou extravios, como o que ocorreu com a cadela Pandora em 2021, os donos precisavam recorrer à Justiça para buscar indenizações. Em resumo, viajar de avião com pets era um serviço opcional e sem regras unificadas — até que a morte do cão Joca chamou atenção para a necessidade urgente de mudanças . O que motivou a formulação da Lei Joca A história do Joca mobilizou o país. O cão deveria viajar de São Paulo para Sinop (MT), mas, devido a um erro da companhia aérea, foi embarcado para Fortaleza (CE) e acabou falecendo durante o trajeto. Caso Joca mobilizou tutores de pets de todo o país em busca de mudanças na legislação. Esse caso revelou a fragilidade da proteção legal para o transporte de animais em voos comerciais. Tanto no  âmbito federal como no subnacional  foram feitas propostas sobre o tema. Projetos de lei surgiram tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. A relatora no Senado, Margareth Buzetti (PSD-MT), consolidou as propostas em um texto único, que foi aprovado em abril de 2025. Atualmente, o projeto aguarda a análise final na Câmara para ser enviado à sanção presidencial. Principais mudanças trazidas pela aprovação da Lei Joca A aprovação da Lei Joca cria novas obrigações e direitos no transporte aéreo de pets: Obrigatoriedade de transporte: as companhias aéreas devem oferecer a opção de transporte de cães e gatos em voos domésticos; Cabine ou porão: animais com até 50 kg podem viajar na cabine, ao lado do tutor, com compra de um assento extra. Animais maiores poderão ser transportados no porão em condições adequadas; Rastreamento obrigatório: pets transportados no porão deverão ter rastreamento disponível durante toda a viagem; Responsabilidade civil objetiva: as companhias serão responsáveis por danos, ferimentos ou mortes dos animais durante o transporte, exceto em casos de problemas de saúde pré-existentes; Documentação exigida: será necessário apresentar atestado veterinário emitido até 10 dias antes do embarque, além de comprovante de vacinação; Selo de boas práticas: empresas que adotarem padrões elevados poderão receber o selo "Empresa Amiga dos Animais". Essas medidas visam garantir o bem-estar dos pets e a segurança dos tutores que viajam com eles. Precedentes de leis e normas sobre transporte de animais Antes da Lei Joca, algumas legislações já tratavam de transporte ou proteção de animais: Lei nº 11.126/2005: garante o acesso de cães-guia a meios de transporte, incluindo aviões; Leis estaduais e municipais: desde 2015, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro permitem o transporte de pequenos animais em ônibus, metrôs e trens, sob condições específicas; Normas da Anac: havia recomendações para transporte de animais vivos, mas sem força de lei. Esses antecedentes mostravam uma evolução gradual no reconhecimento dos direitos dos animais — processo que se intensificou com a aprovação da Lei Joca. Clique aqui e conheça as nossas soluções Outras leis recentes que impactaram setores ligados a animais Nos últimos dez anos, outras legislações também mudaram práticas importantes: Lei Sansão (Lei nº 14.064/2020): aumentou penas para maus-tratos contra cães e gatos, com prisão de até 5 anos; Lei nº 14.228/2021: reconheceu animais como seres sencientes, e não como objetos; Cadastro Nacional de Animais Domésticos (Lei nº 15.046/2024): criação de um banco de dados nacional para cães e gatos; Política Nacional de Controle Populacional (Lei nº 13.426/2017): diretrizes para castração de animais e guarda responsável. Essas leis refletem a crescente preocupação da sociedade brasileira com o bem-estar animal — tendência que a Lei Joca reforça. Como as companhias aéreas reagiram à aprovação da Lei Joca Inicialmente, as companhias aéreas demonstraram preocupação com a obrigatoriedade de transportar animais, principalmente devido a questões de segurança e operação. No entanto, com ajustes feitos no texto aprovado, como a possibilidade de transporte no porão para animais maiores e a retirada da exigência de veterinários permanentes em aeroportos, o setor demonstrou apoio à nova legislação. Empresas como Gol, Latam e Azul já começaram a adotar melhorias nos protocolos  de transporte de pets, incluindo a implementação de sistemas de rastreamento. A aprovação da Lei Joca é vista como um marco para trazer mais segurança jurídica, confiança dos consumidores e padronização no serviço de transporte de animais em aviões. O que a aprovação da Lei Joca revela sobre o futuro da proteção animal no Brasil A aprovação da Lei Joca representa uma vitória para quem entende que os pets são membros da família e merecem viajar com segurança e dignidade. Com regras mais claras e responsabilidades bem definidas, a nova lei protege animais e tutores, além de trazer mais previsibilidade para o setor aéreo. Essa mudança também mostra que a sociedade brasileira está cada vez mais atenta  à proteção animal e à necessidade de adaptar as operações de diferentes setores — do transporte à saúde pública — para garantir o respeito aos direitos dos animais. Agora, o Brasil se alinha a práticas internacionais mais modernas e reforça o compromisso com o bem-estar animal, não apenas em terra, mas também nos céus. Quer saber como as novas leis e tendências estão transformando outros setores? Assine a newsletter da Inteligov e fique sempre por dentro das mudanças que moldam o Brasil.

  • Do Congresso ao Diário Oficial: como acompanhar projeto de lei em todas as etapas

    Do Congresso ao Diário Oficial: como acompanhar projeto de lei em todas as etapas Você já se deparou com um projeto de lei que altera profundamente o ambiente regulatório da sua organização — mas só soube da existência dele após a aprovação? Esse tipo de cenário, infelizmente, ainda é comum. E justamente por isso, dominar as formas de acompanhar um projeto de lei  desde a sua proposição até a eventual sanção (ou arquivamento) deixou de ser uma habilidade complementar e passou a ser requisito básico para quem atua com Relações Institucionais e Governamentais (RIG). Neste artigo, vamos percorrer as etapas centrais da tramitação legislativa, apontar sinais políticos que indicam mudanças de rota e apresentar caminhos — inclusive tecnológicos — que viabilizam uma atuação estratégica, informada e contínua. Tudo isso com foco em quem monitora o processo decisório como instrumento de trabalho. A importância do acompanhamento sistemático A dinâmica legislativa brasileira é intensa. Diariamente, surgem novas proposições nas casas legislativas em diferentes esferas. Algumas tratam de temas inofensivos, outras carregam potenciais de disrupção normativa capazes de impactar cadeias produtivas inteiras. Dois casos recentes ilustram isso com clareza: O PL 2630/2020 , conhecido como o “PL das Fake News”, que tramitou por anos, mas foi impulsionado repentinamente por um pedido de urgência em 2023. O risco de aprovação sem debates aprofundados mobilizou setores de tecnologia, comunicação e organizações civis que já acompanhavam o projeto de forma contínua. O PL 1904/2024 , apelidado de “PL do Estupro Culposo”, que viralizou nas redes sociais antes mesmo de avançar institucionalmente, gerando um cenário de pressão pública que repercutiu nos bastidores do Legislativo. Esses exemplos evidenciam que acompanhar projetos de lei não é apenas cumprir protocolo — é antever riscos, mapear oportunidades e proteger interesses. Diariamente, surgem novas proposições nas casas legislativas em diferentes esferas. Etapas do processo legislativo: o que está em jogo em cada fase Compreender o trâmite formal de uma proposição é o primeiro passo. Em linhas gerais, o processo no Congresso Nacional segue esta lógica: Protocolo : a proposição legislativa é apresentada por um parlamentar, comissão, outro poder ou por meio de iniciativa popular. Despacho inicial : a mesa diretora distribui o projeto às comissões temáticas correspondentes. Designação de relatoria : parlamentar é incumbido de elaborar parecer técnico-político. Discussão nas comissões : análise de mérito, apresentação de emendas e votação do parecer. Apreciação em plenário  (quando cabível): votação nominal, destaques e orientações de bancada. Revisão na outra Casa : novo ciclo deliberativo, podendo gerar ajustes no texto. Análise do Executivo : sanção total, veto parcial ou integral. Projetos que tramitam em regime conclusivo  nas comissões dispensam a análise em plenário, salvo se houver apresentação de recurso com quórum mínimo. Essa previsibilidade regimental é fundamental para definição de estratégias de acompanhamento. Sinais que indicam mudança de temperatura política Mais do que observar a tramitação, é preciso saber interpretar o contexto . Alguns sinais exigem atenção redobrada: Relatoria estratégica : o alinhamento do relator com lideranças da Casa ou com o governo pode acelerar ou frear a tramitação. A troca de relatoria, por sua vez, costuma sinalizar mudança de orientação. Regime de urgência : transforma o projeto em prioridade, atropelando o rito ordinário. Um bom acompanhamento permite se antecipar à inclusão na ordem do dia. Volume e tipo de emendas : muitas emendas podem indicar forte disputa de narrativa ou tentativa de desconfigurar o projeto original. Incorporação em projetos apensados ou substitutivos globais : situações que mudam substancialmente o escopo do texto, muitas vezes sem gerar manchete. Agenda legislativa e conjuntura : a depender do contexto (CPIs, crises, eleições), pautas ganham ou perdem tração. Cruzar esse tipo de informação com o calendário do Congresso é essencial. Para quem trabalha com mapeamento de riscos regulatórios, essas sutilezas fazem toda a diferença. Clique aqui e conheça as nossas soluções Ferramentas e canais oficiais de monitoramento Existem diferentes formas de acessar as movimentações legislativas de forma confiável: Portal do Congresso Nacional (Simplificou) : permite busca integrada entre Câmara e Senado. Câmara dos Deputados e Senado Federal : possuem sistemas próprios para consulta de proposições, pareceres e votações. Diário Oficial da União (DOU)  e Diário do Congresso Nacional : fundamentais para acesso ao teor final das normas e atos oficiais. Destaque para experiências estaduais Alesp (SP) : traz recursos como webcast de sessões, busca por autoria, assunto e histórico de tramitação. ALMG (MG) : sistema de alertas por e-mail, transparência em tempo real e base documental robusta, desde 1959. Muitas assembleias e câmaras municipais já contam com funcionalidades semelhantes, permitindo uma cobertura territorial ampla. A tecnologia como catalisadora da inteligência legislativa Plataformas especializadas, como a Inteligov, mudaram o patamar do acompanhamento legislativo no Brasil . Ao centralizar dados de diversas fontes e aplicar inteligência analítica, elas possibilitam: Criação de trilhas personalizadas de acompanhamento , por tema, autor, casa legislativa ou esfera de governo; Alertas automatizados , que notificam cada nova movimentação relevante; Análise de impacto regulatório , com classificação por grau de relevância; Recursos preditivos , como o Termômetro de Aprovação e a Matriz de Relevância, que estimam probabilidades e ajudam a priorizar pautas. Para profissionais que precisam entregar diagnósticos ágeis, relatórios analíticos e recomendações embasadas, esse tipo de solução reduz gargalos operacionais e aumenta a precisão estratégica. De observador a agente de influência No campo das relações governamentais, acompanhar projeto de lei  não é tarefa burocrática — é uma forma de inserção qualificada no processo político. É por meio desse monitoramento sistemático que se constroem argumentos, identificam janelas de oportunidade e evitam danos regulatórios. A informação certa, no momento certo, pode ser o diferencial entre uma reação tardia e uma articulação bem-sucedida. E, nesse sentido, a tecnologia tem um papel central: amplia a visibilidade, estrutura o caos informacional e transforma dados em insumos para a tomada de decisão. Se você quer transformar o modo como monitora o Legislativo e elevar o grau de inteligência institucional da sua organização, conheça a Inteligov.

  • PL da Anistia: contexto, tramitação e impactos no cenário político

    PL da Anistia: contexto, tramitação e impactos no cenário político No início de 2025, o chamado PL da Anistia tornou-se um dos assuntos mais debatidos no Congresso Nacional. Trata-se de uma proposta de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, um episódio que abalou as instituições brasileiras.  A iniciativa ganhou destaque pela sua repercussão política e institucional, dividindo opiniões entre parlamentares, governo, oposição e sociedade civil. Profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) , jornalistas e cidadãos atentos à política reconhecem a relevância do tema: além de retomar eventos traumáticos da história recente, o projeto impacta diretamente a agenda legislativa atual e levanta discussões sobre segurança jurídica e preservação da democracia. A seguir, abordaremos os principais aspectos do projeto, mantendo uma análise objetiva e imparcial sobre seus desdobramentos institucionais. Os eventos de 8 de janeiro de 2023 e sua motivação Em 8 de janeiro de 2023, dezenas de manifestantes radicais contestando o resultado das eleições presidenciais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.  Nesse episódio, frequentemente descrito como uma tentativa de golpe de Estado, prédios como o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal sofreram danos significativos. Vidraças foram quebradas, obras de arte destruídas e equipamentos vandalizados, simbolizando um ataque direto ao Estado Democrático de Direito. A resposta inicial das instituições foi enérgica: centenas de participantes foram detidos, e processos judiciais foram abertos para responsabilizar criminalmente os envolvidos. Ao longo de 2023 e 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) conduziu julgamentos e condenações desses atos, enquanto uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)  investigou eventuais omissões e conivências. A quase unanimidade em condenar os ataques naquele momento demonstrou o compromisso das lideranças políticas com a defesa da democracia​. Porém, com o passar do tempo, parte do espectro político passou a articular uma forma de perdão institucional aos envolvidos. Essa mudança de postura decorre do entendimento de que algumas punições teriam sido exageradas ou impostas sem o devido processo legal. É nesse contexto que surge o PL da Anistia, apresentado como uma resposta legislativa aos eventos de 8 de janeiro. O que é o PL da Anistia: origem, escopo e proposta O Projeto de Lei 2858/2022, apelidado de PL da Anistia , foi proposto por parlamentares da oposição bolsonarista no final de 2022 e ganhou força após os eventos de 8 de janeiro de 2023.  O texto do projeto busca conceder anistia (isto é, perdão legal) a pessoas acusadas ou condenadas por crimes relacionados aos atos antidemocráticos daquele dia. Seu escopo é amplo: além de alcançar manifestantes que efetivamente invadiram e depredaram os prédios públicos, a redação contempla indivíduos que tenham participado de eventos preparatórios ou consequentes aos ataques, desde que conectados com as ações de 8 de janeiro.  Em outras palavras, ações políticas ocorridas antes ou depois daquela data, mas em ligação direta com os atos, poderiam ser anistiadas, o que inclui potenciais financiadores, organizadores e até autoridades envolvidas indiretamente. A origem política do projeto está vinculada ao Partido Liberal (PL) – legenda do ex-presidente Bolsonaro – e seus aliados no Congresso. O ex-deputado Major Vitor Hugo (PL/GO) é citado como autor original da proposta, que foi encampada pela bancada bolsonarista.  PL da Anistia ganhou forças após os eventos de 8 de janeiro de 2023. Em 2025, com a nova legislatura, o PL da Anistia foi abraçado de vez pela oposição como bandeira política. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), tem sido o principal articulador para impulsionar a tramitação​, argumentando que a anistia corrigiria supostas injustiças nas punições. Segundo Cavalcante, algumas penas aplicadas aos envolvidos foram desproporcionais e feriram garantias como o devido processo legal. Como funciona a anistia proposta?  Na prática, se aprovado, o projeto extinguiria as sanções penais, civis e administrativas relacionadas aos delitos enquadrados, impedindo novas ações judiciais e revogando decisões condenatórias já proferidas.  Críticos alertam que isso incluiria, por exemplo, a reversão da inelegibilidade de políticos punidos pelos atos – o caso mais citado é o de Jair Bolsonaro, que perdeu os direitos políticos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. De fato, líderes oposicionistas admitem que o PL pretende tornar Bolsonaro apto a concorrer em 2026, anulando efeitos de decisões judiciais.  Esses pontos ampliam a controvérsia em torno da proposta, dada a sua abrangência inédita e impactos potenciais. Atores a favor e contra o projeto O PL da Anistia provocou um realinhamento curioso no Congresso, reunindo apoios e resistências de diferentes campos. Os principais atores a favor e contra o projeto incluem: A favor Partido Liberal (PL) e base bolsonarista: liderados por Sóstenes Cavalcante na Câmara, os 92 deputados do PL fecham questão a favor da anistia. A legenda de Bolsonaro vê no projeto uma forma de proteger seus apoiadores e o próprio ex-presidente de consequências legais futuras. Deputados de partidos do Centrão e base do governo: paradoxalmente, parlamentares de legendas formalmente aliadas ao governo Lula também apoiam a urgência da anistia. Entre as 262 assinaturas coletadas para acelerar o projeto, destacam-se 40 deputados do partido União Brasil, 23 do PSD e 20 do MDB – partidos que ocupam ministérios no atual governo. Além disso, 28 deputados do Republicanos e 35 do PP (ambos considerados independentes) também assinaram. Contra  Governo Lula e partidos de esquerda: a base governista (PT, PCdoB, PSOL, Rede, entre outros) posiciona-se firmemente contra o PL da Anistia. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou o projeto como “uma aberração constitucional e uma ameaça à democracia” , acusando-o de ser forjado para “livrar Bolsonaro e seu grupo criminoso da cadeia”. Presidência da Câmara e líderes institucionais cautelosos: o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), apesar de pertencer a um partido de centro-direita, indicou que não pautará temas que possam gerar crises institucionais. Ministros do STF e juristas: embora não participem diretamente do processo legislativo, membros do Judiciário acompanham de perto o debate. O ministro Gilmar Mendes, do STF, declarou que o movimento pró-anistia busca beneficiar os “mentores do 8 de janeiro”, sinalizando oposição à ideia de perdoar os articuladores dos atos golpistas. Tramitação e desdobramentos legislativos até abril de 2025 Desde que foi apresentado, o PL da Anistia enfrentou idas e vindas em sua tramitação. Originalmente distribuído à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o projeto teve sua votação na comissão postergada ao longo de 2023. Um fato marcante ocorreu em outubro de 2024, quando o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou abruptamente o projeto da pauta da CCJ. Essa manobra retardou a análise, evitando que a comissão votasse o mérito naquele momento. Analistas interpretaram o gesto de Lira como uma tentativa de ganhar tempo e evitar aprofundar divisões durante o ano eleitoral municipal de 2024. Com a nova Mesa Diretora em 2025, a oposição voltou à carga. Em 14 de abril de 2025, o PL (partido)  protocolou um requerimento de urgência  para que o projeto de anistia pudesse ser apreciado diretamente pelo plenário da Câmara, sem passar por comissões.  O requerimento obteve 262 assinaturas de deputados, ultrapassando o mínimo regimental de 257 assinaturas necessárias. Entre os signatários estão parlamentares de 17 partidos diferentes, incluindo mais da metade pertencentes a legendas da base governista, o que evidenciou um constrangimento para o Planalto. No entanto, coletar assinaturas não garante a votação imediata. Conforme o Regimento Interno da Câmara, após protocolada, a urgência precisa ser aprovada em plenário pela maioria absoluta dos deputados (257 votos favoráveis) para então travar a pauta.  Até o momento, esse requerimento aguarda inclusão na agenda. Cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta, reunir os líderes partidários e decidir a data da votação em plenário. Motta, como mencionado, tem sido relutante. Clique aqui e conheça as nossas soluções Impacto na agenda legislativa e riscos institucionais A ascensão do PL da Anistia como prioridade da oposição em 2025 trouxe efeitos colaterais para o funcionamento do Legislativo e acendeu debates sobre precedentes jurídicos. Dois impactos se destacam: Paralisação de outras pautas importantes Desde fevereiro de 2025, a Câmara dos Deputados vem apresentando um ritmo lento de votações comparado a anos anteriores. Analistas atribuem esse desempenho abaixo do esperado a diversos fatores, entre eles a pressão pela aprovação do PL da Anistia que tem consumido tempo e energia das articulações políticas. Projetos considerados prioritários pelo governo acabaram ficando em segundo plano. Por exemplo, a proposta de isenção do Imposto de Renda para pessoas de renda até R$5 mil não avançou na comissão especial; da mesma forma, a regulação das redes sociais e a revisão dos supersalários do funcionalismo permanecem paradas.  Parlamentares e cientistas políticos apontam que o debate em torno da anistia “monopolizou” a atenção do Congresso, ofuscando discussões importantes e esvaziando a agenda de votações. Em suma, a simples perspectiva de votação da anistia já atua como um fator de obstrução: muitas lideranças evitam avançar em outras matérias enquanto não houver definição sobre esse tema sensível. Risco de criação de precedentes jurídicos perigosos A concessão de anistia para crimes dessa natureza – atos violentos contra as instituições democráticas – seria algo inédito na Nova República, e especialistas alertam para as implicações futuras. Deputados contrários ao projeto argumentam que perdoar atos golpistas pode incentivar reincidências . Esse temor reside no precedente: se manifestantes que tentaram subverter a ordem constitucional forem anistiados por conveniência política, qual mensagem isso passará a eventuais grupos antidemocráticos no futuro? Além do incentivo implícito, há também o aspecto institucional. O líder petista Lindbergh Farias advertiu que o PL da Anistia derrubaria decisões judiciais já tomadas (como as do TSE), ferindo cláusulas pétreas da Constituição e configurando obstrução da Justiça. Ou seja, o Legislativo estaria sobrepondo-se ao Judiciário para beneficiar um grupo político específico, algo que constitucionalistas veem como uma quebra do princípio da separação de Poderes. Não por acaso, ministros do STF demonstram preocupação com a proposta, temendo a banalização de medidas golpistas e a instauração de uma crise entre as instituições caso o projeto avance. Vale ressaltar que o Brasil tem histórico de leis de anistia, mas em contextos muito distintos – notadamente, a Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes políticos cometidos durante a ditadura militar, visando a reconciliação nacional após um período de exceção. A situação atual, entretanto, envolve defender ou punir atos contra a própria democracia em pleno regime democrático, o que torna o debate ainda mais delicado.  Diante da complexidade do PL da Anistia e das múltiplas dimensões que envolvem sua tramitação — jurídicas, políticas e institucionais —, é fundamental que profissionais de RIG, comunicadores e organizações que atuam junto ao poder público acompanhem esse e outros projetos de forma estratégica e contínua.

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