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Lobby, Advocacy e Relações Governamentais: como cada um influencia decisões

  • Foto do escritor: Anna Carolina Romano
    Anna Carolina Romano
  • há 1 hora
  • 5 min de leitura
Imagem com o título “Lobby, RIG ou Advocacy: qual a diferença e quem tem maior influência?” acompanhada de colunas clássicas que simbolizam os pilares da atuação institucional e do poder público.

Lobby, Advocacy e Relações Governamentais: como cada um influencia decisões públicas no Brasil


A formulação de políticas públicas não acontece de maneira aleatória, nem se resume ao momento em que um parlamentar vota um projeto de lei. Antes disso, existe um ecossistema estruturado de influência, formado por diferentes atores que atuam em etapas específicas do processo político. Entre os termos mais citados nesse contexto estão lobby, advocacy e relações governamentais.


Embora frequentemente mencionados como sinônimos, cada um possui um papel estratégico distinto – e entender essas diferenças é fundamental para compreender como decisões públicas são realmente construídas.


O que é lobby e qual o seu papel na formulação de políticas


O lobby é a atividade de defesa de interesses diretamente junto a tomadores de decisão. Ele ocorre em um momento específico do processo legislativo ou regulatório: quando há uma proposta em discussão e é necessário apresentar argumentos técnicos, propor emendas, sugerir redações ou demonstrar impactos econômicos e sociais de determinada medida.


Internacionalmente, o lobby é regulamentado e reconhecido como parte do funcionamento das democracias modernas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os gastos com lobby federal ultrapassaram US$4,4 bilhões em 2024, com registro público de quem atua, quanto investe e em que temas.


Na União Europeia, estima-se que entre 15 e 30 mil lobistas circulem oficialmente nos corredores de Bruxelas, atuando em regulamentações que impactam 500 milhões de cidadãos.


No Brasil, o lobby ainda não é regulamentado, o que gerou ao longo do tempo a percepção equivocada de que essa atividade está ligada a práticas ilícitas. No entanto, sua legitimidade foi reconhecida institucionalmente em 2018, quando a profissão de Relações Institucionais e Governamentais foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupações.


Isso demonstra que a defesa de interesses, quando feita com transparência, ética e fundamentação técnica, é parte essencial da democracia e contribui para a qualidade das políticas públicas ao levar ao governo dados concretos, experiências setoriais e análise de impactos reais.


Vista aérea de profissionais reunidos em mesa de trabalho analisando documentos, gráficos e tablets, representando estratégias de lobby, advocacy e relações governamentais.
Decisões públicas não nascem isoladas – elas são resultado de articulação técnica, mobilização social e estratégia institucional.

Advocacy: a construção de legitimidade na arena pública


Enquanto o lobby atua diretamente sobre quem decide, o advocacy atua sobre quem influencia a decisão. Trata-se de um conjunto de estratégias voltadas a mobilizar a sociedade, sensibilizar a opinião pública e inserir um tema na agenda política.


O advocacy não busca, em um primeiro momento, alterar a redação de um projeto de lei, mas sim criar o ambiente social e político necessário para que esse projeto seja discutido, compreendido e, eventualmente, aprovado.


A Lei da Ficha Limpa é um exemplo emblemático de advocacy no Brasil. Ela não nasceu de dentro do Congresso, mas de um movimento cívico que mobilizou 1,6 milhão de assinaturas, gerou debate nacional e criou pressão legítima sobre os parlamentares. O advocacy utiliza campanhas, produção de estudos, ações com a imprensa e engajamento nas redes sociais para formar opinião pública e legitimar uma causa.


Em muitos casos, o advocacy prepara o terreno para que, em uma segunda etapa, o lobby seja exercido com maior aceitação política e respaldo social.

Essa complementaridade entre lobby e advocacy é essencial. O lobby atua no momento da decisão técnica; o advocacy atua na construção do consenso público. Um depende do outro para alcançar resultados efetivos e sustentáveis.


Relações Governamentais: a estratégia contínua de influência institucional


As relações governamentais – ou RIG – vão além do momento do lobby e da mobilização do advocacy. Essa área é responsável por acompanhar continuamente o ambiente político e regulatório, identificar riscos e oportunidades para a organização e construir uma relação permanente com o Estado.


O profissional de relações governamentais monitora projetos de lei, decretos, consultas públicas e movimentações nas comissões legislativas, avaliando o impacto de cada medida sobre o setor que representa.


Além disso, relações governamentais envolvem diálogo técnico e estratégico com autoridades, participação em fóruns, construção de posicionamentos institucionais e articulação com diferentes atores. Segundo a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG), já em 2018 havia cerca de 4 mil profissionais atuando na área no Brasil, o que demonstra sua relevância crescente.


Diferentemente do lobby, que pode ter foco em uma ação específica, as relações governamentais atuam de forma contínua, estruturando uma presença institucional capaz de influenciar o processo de formulação de políticas de maneira legítima e previsível.


As relações governamentais também se diferenciam do advocacy porque não se voltam apenas à mobilização da sociedade, mas principalmente à articulação entre governo, setor privado e sociedade civil dentro de um ambiente institucional de diálogo e cooperação.


Public Affairs e Comunicação Estratégica: a integração das frentes de influência


Para que lobby, advocacy e relações governamentais sejam eficazes, é necessário que suas narrativas estejam alinhadas e sejam comunicadas de forma estratégica.


É nesse ponto que entram os Assuntos Públicos – também chamados de Public Affairs – e a comunicação estratégica. Public Affairs é a área que integra todas as frentes de relacionamento institucional: governo, imprensa, sociedade civil, entidades de classe e stakeholders setoriais. Seu papel é garantir que a defesa de interesses ocorra com coerência, reputação positiva e transparência.


Já a comunicação estratégica traduz pautas complexas em mensagens acessíveis, ajuda a explicar à sociedade o valor público de determinada proposta e oferece legitimidade ao trabalho institucional. Na atual era da informação, em que a percepção pública pode fortalecer ou destruir uma agenda, dominar a comunicação estratégica não é acessório – é parte central do processo político.


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Como diferentes setores utilizam lobby, advocacy e relações governamentais


Empresas privadas utilizam lobby e relações governamentais para garantir segurança regulatória, competitividade e previsibilidade. ONGs e organizações da sociedade civil trabalham principalmente com advocacy, mobilizando causas e defendendo direitos difusos.


Já os entes públicos também utilizam estratégias semelhantes, especialmente em articulações federativas, quando estados e municípios atuam junto ao governo federal em defesa de seus interesses institucionais.


Essa diversidade de atores mostra que lobby, advocacy e relações governamentais não são opostos, mas partes complementares de um mesmo sistema democrático. Cada uma dessas funções atua em uma fase diferente da formação da decisão pública: o advocacy mobiliza, as relações governamentais articulam e o lobby consolida.


Como a Inteligov fortalece estratégias de lobby, advocacy e relações governamentais


Se lobby é informação técnica, advocacy é legitimidade social e relações governamentais são estratégia contínua, todas essas atividades dependem de um elemento em comum: acesso a dados legislativos confiáveis, organizados e atualizados em tempo real.


A Inteligov é a plataforma líder em monitoramento legislativo no Brasil e foi desenvolvida para apoiar diretamente o trabalho de profissionais de lobby, advocacy e relações governamentais. Com a Inteligov, é possível acompanhar automaticamente projetos de lei, identificar parlamentares-chave, entender movimentações em comissões, analisar o histórico de votações e antever cenários regulatórios com base em inteligência de dados.


Ao transformar informação legislativa em estratégia, a Inteligov oferece aos profissionais dessas áreas a capacidade de agir com rapidez, precisão e transparência – garantindo que a defesa de interesses aconteça de forma ética, técnica e alinhada ao interesse público.


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