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- As 10 tendências de RIG para 2024
Nos últimos anos, observamos um notável desenvolvimento no cenário empresarial, impulsionado por mudanças constantes nas esferas legal, regulatória e política. Essas são áreas consideradas tradicionais, em que os processos e tarefas seguiam padrões que dificilmente seriam modificados ou modernizados. Todavia, a pandemia impactou diretamente a forma como muitos de nós realizamos nossas funções, trazendo a necessidade de implementação de novas metodologias para nos adaptarmos ao trabalho remoto e ganhar produtividade. Uma das áreas que mais precisou encontrar formas de se adaptar ao novo formato de trabalho foi a de Relações Institucionais e Governamentais (RIG). Como o nome já diz, o centro das atividades de RIG são as relações, que foram prejudicadas pelo distanciamento social. Além disso, o alto volume de informações no âmbito legislativo e regulatório, já considerado uma grande dificuldade para os profissionais que precisavam mapear esses dados, tornou-se ainda mais desafiador, visto que a pandemia exigiu que muitas decisões fossem tomadas rapidamente. Mesmo após o fim da pandemia, os avanços tecnológicos continuaram a se acelerar, transformando significativamente diversas atividades em vários setores. A experiência coletiva do distanciamento social acelerou a digitalização e aumentou a dependência de tecnologias online. Esse cenário de uma sociedade mais conectada gerou mudanças significativas, especialmente no modo como as informações são consumidas. Dessa forma, profissionais de RIG precisaram se adaptar a essa nova realidade, uma vez que a conectividade constante e o aumento do consumo de informações online exigiram abordagens mais inteligentes para impactar os stakeholders. Ao observar esse movimento, a Inteligov destacou algumas tendências que estarão ainda mais presentes na rotina dos profissionais de RIG em 2024. E, ao perceber que muitas delas estão relacionadas com a gestão eficiente do setor, identificamos uma nova tendência: as RIG Operations ou RIG Ops. Confira as 10 principais tendências de RIG para 2024! 1. RIG Operations O conceito de RIG Operations (ou RIG Ops) como uma tendência para 2024 está intrinsecamente relacionado às transformações observadas na área nos últimos anos. A modernização da prática, impulsionada por avanços tecnológicos, as mudanças na dinâmica política e uma sociedade mais conectada - tudo isso tem contribuído para maximizar a eficiência e a qualidade do trabalho do profissional de relações institucionais e governamentais. A ênfase crescente em análise de dados é um elemento-chave nessa tendência. Com o uso de ferramentas de inteligência artificial e plataformas de gestão de relacionamento com stakeholders, a rotina de RIG tornou-se mais eficiente e direcionada. A capacidade de monitorar riscos políticos e regulatórios, identificar oportunidades e receber informações em tempo real permite que as organizações ajam de forma mais ágil e tomem decisões mais seguras. A tendência também está relacionada à crescente importância do advocacy digital. A capacidade de conduzir campanhas online, utilizar plataformas de engajamento nas redes sociais e mobilizar eletronicamente stakeholders contribui para uma abordagem mais dinâmica e criativa na defesa de interesses. A busca por transparência, ética e compliance nas atividades de RIG também impulsiona a ênfase em operações mais estruturadas. O uso de práticas operacionais claras e transparentes ajuda a construir confiança com stakeholders e minimiza riscos de percepção negativa. Em resumo, o RIG Ops emerge como uma tendência para 2024, impulsionando a qualidade e a eficiência da área. Essa evolução reflete uma resposta adaptativa às mudanças no ambiente político, incorporando práticas mais eficientes, com o objetivo de alcançar melhores resultados e gerar valor por meio do trabalho dos profissionais de RIG. 2. Alianças colaborativas Integrar o departamento de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) de uma empresa com os demais é especialmente importante quando existe um debate no âmbito governamental, principalmente quando a aprovação de uma pauta apresenta alterações significativas nas operações, como no caso da Reforma Tributária. Diante deste cenário, aos profissionais de RIG fica a tarefa de acompanhar as discussões, antecipar as mudanças legislativas, defender interesses, minimizar riscos e garantir que as unidades impactadas estejam preparadas para se adaptar às transformações impostas pela nova regulação. Portanto, trabalhar para a formação de alianças colaborativas torna-se uma estratégia que deve ganhar força em 2024. Essa abordagem busca englobar os esforços entre diferentes setores da organização, promovendo a otimização de recursos para alcançar objetivos comuns. É também dessa maneira que fica mais fácil evidenciar o valor gerado pelas atividades dos profissionais de RIG, já que a antecipação de cenários faz com que a organização evite ao máximo perdas financeiras e aproveite as oportunidades que se materializarem. 3. Foco em ética e transparência Embora as discussões sobre fake news tenham ganhado notoriedade nos últimos anos, o foco em ética e transparência vai muito além da preocupação com o combate à disseminação de notícias falsas. Essa prática está atrelada diretamente à reputação de empresas e governos. Nesse sentido, a ênfase na ética e transparência ressalta a importância de práticas responsáveis, e os profissionais e RIG têm um papel fundamental nesse contexto, atuando como agentes capazes de moldar a percepção de uma organização perante a sociedade e as autoridades. Segundo dados da pesquisa “Integridade Corporativa no Brasil - Evolução do compliance e das boas práticas empresariais nos últimos anos”, realizada pela Deloitte, a maioria das grandes empresas do país projetam investir em treinamento de compliance em 2024. Isso envolve o monitoramento e análise de dados para a verificação de padrões e anomalias por meio do uso de inteligência artificial, ferramenta que deve ser uma grande aliada nos processos de auditoria. Além disso, passa a ser cada vez mais imprescindível ter regras claras e visibilidade sobre as interações que os colaboradores da organização realizam com agentes públicos. 4. Apoio em insights preditivos Não ser pego de surpresa continua sendo o mantra de profissionais de RIG em 2024. Assim, uma das promessas para a área é a crescente atenção para insights preditivos no momento de orientar estratégias mais certeiras. Essa abordagem avançada envolve a adoção de ferramentas sofisticadas de análise de dados e machine learning para antecipar mudanças políticas e identificar tendências legislativas antes mesmo de se concretizarem. No entanto, a simples obtenção de insights preditivos não é suficiente. Uma forte tendência nesta área é a integração desses insights com análises aprofundadas. Isso significa que os profissionais de RIG não apenas adotam as projeções informadas para antecipar cenários políticos, mas também utilizam seu conhecimento especializado para realizar análises críticas e contextualizadas desses insights. Ou seja, a habilidade de mesclar dados preditivos com uma compreensão aprofundada do ambiente político passa a ser um grande diferencial, pois permite que esses profissionais tracem planos mais seguros, adaptando-se de maneira mais inteligente às nuances específicas do cenário governamental. Essa abordagem integrada representa uma evolução significativa na prática de Relações Governamentais, capacitando os profissionais a navegar com sucesso por ambientes políticos dinâmicos e muitas vezes imprevisíveis. 5. Monitoramento eleitoral No cenário político de 2024, o monitoramento eleitoral se destaca como uma tendência inquestionável na prática de Relações Institucionais e Governamentais (RIG), especialmente por conta das eleições municipais. Para os profissionais dessa área, estar atentos às propostas dos candidatos, participar ativamente de debates locais e adaptar o planejamento às alterações na dinâmica política são imperativos estratégicos. Compreender o cronograma, as regras específicas do pleito e decifrar o marketing eleitoral pode significar estar um passo à frente das mudanças que estão por vir. As eleições municipais têm impacto direto nos profissionais de RIG, seja em assuntos de alcance nacional ou local. A vinculação política entre parlamentares e prefeitos eleitos influencia a agenda do Congresso Nacional. Ao mesmo tempo, a mudança de administração municipal gera novos stakeholders, modificando as prioridades políticas e introduzindo demandas específicas da comunidade. A maestria em compreender e se adaptar a essas mudanças será notada nos profissionais de RIG em 2024, reforçando a importância do monitoramento eleitoral como uma ferramenta essencial para quem atua nessa intrincada interseção entre política e governança. 6. Marketing de influência no ambiente digital A crescente digitalização da sociedade coloca os especialistas de RIG diante da necessidade de explorar práticas de engajamento online para promover efetivamente os interesses de suas organizações. O marketing de influência nada mais é do que uma ferramenta que permite a associação de pessoas e empresas a figuras ou instituições influentes, principalmente no ambiente digital, como uma maneira de aumentar a visibilidade e autenticidade de suas ações, ou no caso de RIG, da defesa de interesses. Essa forma de associação pode operar como uma parceria que favoreça às empresas ou, em situações que demandam a mobilização de diversos atores sociais, como nas iniciativas de advocacy. Neste caso, a presença de um influenciador reconhecido pode dar voz a um grupo de interesse. Esse tipo de colaboração não apenas amplifica as mensagens e objetivos do grupo, mas também confere autenticidade e engajamento, alcançando audiências mais vastas e diversificadas. 7. Microtargeting O microtargeting, no contexto de Relações Institucionais e Governamentais, refere-se à prática de direcionar mensagens e campanhas de forma altamente específica, visando segmentar os stakeholders. E, em 2024, essa estratégia deve ganhar destaque na área. Na prática, o microtargeting na área de RIG envolve a análise detalhada de dados para identificar segmentos de stakeholders e criar campanhas direcionadas a esses grupos. A personalização das mensagens permite uma comunicação mais assertiva, adaptada aos interesses específicos de cada segmento, promovendo maior engajamento e aceitação das propostas defendidas. Esse enfoque é particularmente relevante neste ano, dada a crescente complexidade das questões políticas e sociais, tornando essencial para os profissionais da área criar campanhas que ressoem de maneira precisa e que atraiam a atenção de diferentes públicos. A tendência do microtargeting destaca a necessidade de uma abordagem mais sofisticada nas ações de RIG. Ao reconhecer os diferenciais e as nuances dos grupos de interesse, os profissionais são capazes de construir relações mais sólidas, influenciar decisores-chave e promover mudanças. 8. Protagonismo em ações ESG Após a COP28, conferência que reuniu representantes de todo mundo para discutir mudanças climáticas, as pautas verdes ganharam força no Congresso Nacional, no final do ano passado, evidenciando a importância da ação de profissionais de Relações Institucionais e Governamentais em ações ESG. A tendência para 2024 é que a atuação na defesa de pautas sustentáveis seja ainda mais relevante. O envolvimento ativo na promoção de regulamentações alinhadas com a sustentabilidade não apenas fortalece a imagem institucional, mas também contribui para a construção de um ambiente regulatório propício ao desenvolvimento responsável. Pensando nas discussões sobre sustentabilidade, a atenção deve se voltar para matérias que tratem especificamente sobre políticas para a transição energética, como mercado de carbono, combustível do futuro e o marco legal das eólicas offshore. E, para além da identificação de pautas importantes, o profissional de RIG deve estar atento para o desenvolvimento de outras habilidades que qualificam a atuação em ESG. De acordo com o Relatório Global de Habilidades Verdes, feito pelo LinkedIn, o domínio de habilidades verdes pode aumentar em 35% as chances de um candidato conquistar uma vaga no setor. Saber avaliar impactos políticos e regulatórios, conhecimento de tecnologias de monitoramento de pautas ESG e domínio em política e regulamentações ambientais são algumas qualificações essenciais. 9. Métricas de desempenho a avaliação contínua As métricas de desempenho (KPIs) e a avaliação contínua representam ferramentas indispensáveis para aprimorar a eficácia das estratégias na área de RIG. Essas métricas envolvem a mensuração quantitativa e qualitativa do impacto das ações realizadas, permitindo uma análise crítica e informada das iniciativas implementadas. Em RIG, avaliar continuamente o desempenho é particularmente desafiador, dada a natureza complexa e muitas vezes subjetiva e multifacetada das interações políticas e institucionais. No entanto, essa dificuldade não diminui a importância de implementar métricas, pois a capacidade de medir o impacto das ações é determinante para aprimorar estratégias, justificar investimentos e demonstrar o valor das atividades de RIG. A tendência para 2024 é que as métricas de desempenho e a avaliação contínua se tornem ainda mais fundamentais, dada a crescente demanda por transparência, responsabilidade e resultados tangíveis, destacando a necessidade de uma abordagem mais analítica e baseada em dados. Neste caso, a tecnologia desempenha um papel significativo, facilitando a coleta, análise e interpretação de dados relevantes. Ferramentas com sistemas integrados e que permitam a comunicação entre diversas áreas podem fornecer insights importantes sobre o impacto das iniciativas de RIG, permitindo uma tomada de decisão mais informada e certeira. 10. Desenvolvimento de narrativas impactantes A crescente complexidade do cenário político e a saturação de informações destacam a necessidade de abordagens mais humanizadas e cativantes, fazendo com que o desenvolvimento de narrativas impactantes seja uma das principais tendências para a área em 2024. O storytelling em RIG vai além da mera apresentação de fatos: envolve a habilidade de contextualizar informações de maneira envolvente, destacando a relevância e o impacto de políticas públicas, atividades de uma organização e todo tipo de decisão tomada no âmbito governamental. Portanto, a construção de narrativas é uma prática altamente eficaz para comunicar os objetivos e interesses, visto que a pessoa que recebe uma enxurrada de informações tem 22 vezes mais chances de memorizar uma história do que uma simples lista de tópicos. É por isso que a tarefa de elaborar uma narrativa não visa apenas transmitir uma mensagem, mas também busca gerar uma resposta emocional, estabelecendo uma conexão duradoura com públicos-chave. Profissionais de RIG que investirem na criatividade, humanização e detalhes personalizados em suas narrativas, certamente conseguirão se destacar em meio à avalanche de informações disparadas aos seus stakeholders e alcançarão melhores resultados em 2024. 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- Entenda a MP sobre a reoneração da folha de pagamento
No último dia útil de 2023, o governo federal editou a Medida Provisória (MP) 1.202/23, mais conhecida como a MP sobre a reoneração da folha de pagamento, que trouxe consigo mudanças significativas no cenário econômico, especialmente no que diz respeito à reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores produtivos, a partir de 1º de abril de 2024. Esta medida, que faz parte das estratégias governamentais para zerar o déficit nas contas públicas, tem gerado intensos debates, reações adversas de diversos setores e coloca em evidência as complexidades da relação entre Executivo e Legislativo. Visto como um dos maiores desacordos entre o Congresso Nacional e o governo Lula até então, parlamentares da Câmara dos Deputados e Senado argumentam que o texto não deveria ser válido, já que os congressistas já decidiram por desonerar os impostos da folha de pagamento de determinados setores da economia. Por outro lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que a desoneração da folha de pagamento resultará em um alto custo para os cofres públicos. Além disso, a equipe do Ministério afirma que não existem evidências concretas de que a não cobrança de impostos na folha de pagamento irá contribuir para a criação de novos empregos. Mas afinal, o que muda com a MP? Os detalhes da reoneração A Medida Provisória encerra a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), estabelecida em 2011, que substituiu os tributos sobre a folha de pagamento das empresas. Com o término da contribuição sobre a receita, os encargos da folha de pagamento retornariam aos patamares anteriores, ou seja, com uma alíquota de 20%. Essa mudança impacta diretamente os 17 setores beneficiados pela desoneração da folha. O governo, visando não sobrecarregar esses setores, propõe uma reoneração parcial para pagamentos até um salário mínimo. Uma das regras estabelecidas para usufruir de uma tributação menor, impõe às empresas o comprometimento em manter ou aumentar o número de empregados em comparação com o verificado em 1º de janeiro de cada ano. Um ponto a ser observado é o caso de pagamentos que ultrapassem o salário mínimo, em que a alíquota sobre a folha retorna ao patamar de 20%. Se a cobrança do imposto não for restabelecida, a Fazenda estima um impacto financeiro de R$9,4 bilhões anuais. Outro aspecto da desoneração retirado pela MP refere-se aos municípios. Pelo Congresso, havia sido decidido que municípios com menos de 156 mil habitantes teriam a alíquota do imposto sobre a folha reduzida de 20% para 8%. Entretanto, segundo a Fazenda, esse benefício deve ser aplicado apenas a municípios legalmente comparáveis a empresas, o que invalida a justificativa para a continuidade dessa redução. Quem será afetado pela reoneração? Os 17 setores afetados pela reoneração são: Confecção e vestuário Calçados Construção civil Call center Comunicação Empresas de construção e obras de infraestrutura Couro Fabricação de veículos e carroçarias Máquinas e equipamentos Proteína animal Têxtil Tecnologia da informação Tecnologia de comunicação Projeto de circuitos integrados Transporte metroferroviário de passageiros Transporte rodoviário coletivo Transporte rodoviário de cargas Aprovação, veto e críticas A desoneração, instituída no final de 2011, com previsão de encerramento em 2023, passou por um processo de prorrogação pelo Congresso, seguido de veto pelo governo federal. Em 27 de dezembro, os parlamentares reverteram completamente o veto, restaurando a desoneração por meio da Lei 14.784/23. Em resposta a essa decisão, o presidente Lula emitiu a Medida Provisória que revoga a referida lei, dois dias após a deliberação do Congresso. Em seguida, o Partido Novo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), alegando que a MP não cumpre o requisito de urgência e viola o princípio da divisão de poderes, pois vai contra a decisão do Congresso. Os advogados do Partido Novo, na petição inicial, chegaram a caracterizar a ação do presidente da República como uma atitude ditatorial, ao tentar modificar, na mesma semana, a vontade expressa da maioria dos 584 parlamentares sobre a questão. O segmento produtivo também manifestou sua resistência à MP 1202/23 em um comunicado assinado por organizações como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação Nacional do Transporte (CNT). Na nota, as entidades expressam ter acolhido com surpresa e descontentamento as ações de restituição de impostos. A objeção das entidades se concentra na estratégia do governo ao promulgar a MP sem uma conversa antecipada com o setor produtivo. Elas argumentam que a reoneração da folha de salários resultará em um crescimento nos gastos de emprego no Brasil e afetará ainda mais a competitividade da indústria e do comércio em comparação às importações. As entidades também apontam que a MP 1202, do ponto de vista econômico, contradiz as decisões recentes do Congresso Nacional, que, em duas ocasiões em 2023, optou pela manutenção da desoneração da folha de pagamento, inclusive derrubando o veto presidencial, evidenciando claramente uma vontade política contrária à revogação. Desdobramentos e negociações Após a decisão do Executivo, parlamentares de oposição pedem a devolução da MP, alegando que o Congresso já havia decidido sobre o tema. Agora, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, busca uma solução conciliatória, ainda durante o recesso parlamentar. No entanto, já declarou que a desoneração deve continuar valendo. Segundo Pacheco, o caminho a ser seguido para resolver a questão é de que o governo deve revogar o trecho da MP que determina a reoneração gradual da folha, mantendo a decisão do Congresso. A discussão também abrange outros tópicos tratados pela MP, como a anulação do Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos (Perse) e o teto mensal para a compensação de créditos fiscais. Essa e outras decisões no âmbito político você pode acompanhar pela Inteligov, plataforma de monitoramento governamental pioneira em soluções inteligentes. Por meio do cadastro de palavras-chave, a plataforma emite notificações sobre a tramitação de proposições relevantes para a sua operação. Fale já com a nossa equipe e peça um teste gratuito!
- Como se preparar para o retorno das atividades legislativas?
À medida que o novo ano se inicia, profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG), sejam eles de empresas, associações ou do terceiro setor, encontram-se em um período estratégico: o intervalo entre o término do ano legislativo e o retorno das atividades no Congresso Nacional. Antes das atividades legislativas retornarem, há geralmente um período de recesso parlamentar, que é um intervalo durante o qual o Congresso não realiza suas sessões regulares. Portanto, é nessa época que os legisladores e suas equipes geralmente se preparam revisando propostas, analisando questões em pauta e discutindo estratégias para o próximo ano legislativo. Isso pode incluir reuniões de comissões, sessões de planejamento e discussões sobre prioridades. Dessa maneira, é de extrema importância que os profissionais de RIG revisem, estudem e ajustem as ações em curso que impactarão diretamente a operação de suas empresas, seja nos cenários político, regulatório e legislativo. Nesse sentido, esse período pode ser visto como uma boa ocasião para os profissionais de lobby e advocacy se prepararem para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirão nos próximos meses. A seguir, algumas práticas recomendadas para que seja possível maximizar as estratégias de RIG antes do retorno das atividades legislativas: Avaliação estratégica do ano que passou Antes de qualquer movimento, é essencial revisitar as estratégias implementadas no ano anterior, assim como as principais propostas aprovadas. Os profissionais devem analisar o que funcionou bem, identificar os problemas enfrentados e aprender com as experiências passadas. Essa avaliação permitirá a criação de um plano mais sólido e adaptável às adversidades específicas do ambiente político. Também é indicado que os profissionais de RIG reavaliem as iniciativas em discussão, identificando aquelas que são relevantes para seus clientes ou organizações e formulando mecanismos para apoiar ou influenciar essas propostas. Mapeamento de stakeholders e mudanças no cenário político A dinâmica política está sempre em evolução, e este é o momento perfeito para atualizar o mapeamento de stakeholders. Verificar se houve mudanças na composição do Congresso Nacional, identificar novos atores relevantes e compreender suas posições e influências são passos cruciais para o sucesso das estratégias de defesa de interesses. Engajamento proativo com legisladores e suas equipes Além de mapear possíveis mudanças entre os stakeholders, é necessário trabalhar o relacionamento com esses contatos. Estabelecer e manter relacionamentos sólidos com legisladores e suas equipes é uma parte fundamental do trabalho em Relações Governamentais. Antes do retorno legislativo, é recomendável intensificar os esforços de engajamento, agendando reuniões com legisladores chave, participando de eventos locais e aproveitando qualquer oportunidade para construir conexões pessoais. Esse engajamento proativo pode facilitar o entendimento das prioridades legislativas e permitir que os profissionais de lobby influenciem as decisões de maneira mais eficaz. Revisão da agenda política e regulatória O retorno das atividades legislativas traz consigo uma nova agenda política e regulatória. Profissionais de RIG devem estar atentos às prioridades do governo, aos projetos de lei em destaque e às discussões que ganharão visibilidade nos próximos meses. Essa revisão permitirá que as estratégias sejam alinhadas de forma precisa com os obstáculos a serem enfrentados. Adaptação de mensagens e educação sobre temas de interesse Com base na revisão da agenda política, é interessante adaptar mensagens e argumentos de defesa de interesses. As questões que estão no centro das discussões governamentais demandam argumentos atualizados e alinhados com as perspectivas do momento. Isso garante que as mensagens sejam mais impactantes e relevantes para os tomadores de decisão. Parte de uma boa comunicação tem a ver com a educação sobre os temas que precisam ser comunicados. Este processo de educação pode incluir o desenvolvimento de materiais educativos sobre assuntos específicos e a preparação de ações mais assertivas. Melhorias nos processos de monitoramento de dados governamentais Para otimizar todas essas tarefas, é indispensável contar com metodologias eficientes. Implementar uma nova ferramenta de monitoramento governamental antes do retorno do recesso parlamentar, por exemplo, faz com que a equipe esteja preparada para acompanhar as matérias legislativas. Uma das principais vantagens de contar com uma plataforma de monitoramento é a capacidade de ganhar produtividade na coleta e gestão de informações, além de ter acesso imediato a atualizações sobre novas propostas, debates em comissões e discursos parlamentares, tudo isso em tempo real. Para contribuir nas tarefas que envolvem o engajamento de parlamentares e outros atores chave, além do acompanhamento legislativo, uma plataforma de monitoramento governamental oferece recursos essenciais para o mapeamento de stakeholders. Identificar influenciadores, compreender suas posições e analisar suas conexões são tarefas simplificadas com essa ferramenta. Adicionalmente, uma plataforma pode ajudar na identificação do alinhamento de parlamentares em relação às pautas de interesse da empresa, permitindo uma abordagem mais personalizada. Algumas das funcionalidades de uma plataforma de monitoramento governamental envolvem: Acompanhamento de proposições: é possível receber atualizações instantâneas sobre novas propostas legislativas, debates em comissões e discursos de parlamentares. Identificação de proposições de interesse: com base nas palavras-chave que o profissional de RIG monitora, é possível encontrar propostas e projetos relacionados aos interesses da empresa que antes não estavam mapeados. Alertas personalizados: uma plataforma de monitoramento governamental permite que o profissional de RIG configure alertas personalizados para receber notificações sobre alterações em projetos de lei, posições de parlamentares ou qualquer tema de interesse específico. Mapa de poder x interesse: ao mapear e gerenciar os stakeholders em uma plataforma automatizada, profissionais de RIG podem visualizar as conexões entre legisladores, organizações e temas, identificando quem são os principais influenciadores em determinados assuntos. Essas e outras funcionalidades podem ser encontradas na Inteligov, plataforma de monitoramento governamental pioneira em oferecer soluções para profissionais que precisam estar à frente das mudanças políticas e regulatórias. A Inteligov integra tecnologia e monitoramento de dados públicos, garantindo uma visão abrangente do panorama legislativo federal e subnacional, possibilitando - mesmo em meio à rotina intensa -, que o profissional de RIG esteja munido de todas as informações de que necessita. Entre em contato com a nossa equipe de especialistas e agende agora mesmo um teste gratuito!
- Principais propostas aprovadas pelo Congresso Nacional em 2023
O ano de 2023 se revelou um período marcante no cenário político brasileiro, com o Congresso Nacional aprovando uma série de propostas que moldarão o futuro do país. Os parlamentares apresentaram, ao longo de 2023, mais de 7 mil propostas legislativas, entre projetos de lei e de lei complementar, propostas de emenda à Constituição (PEC) e projetos de decreto legislativo. Dos projetos que entraram na pauta de discussão de deputados e senadores, a Reforma Tributária talvez tenha sido a proposta que mais ganhou notoriedade, já que há mais de 30 anos o governo vinha estudando formas de viabilizar um novo sistema que facilitasse a arrecadação de tributos. Mas descomplicar o sistema tributário não foi a única prioridade do governo em 2023. A aprovação de pautas que pudessem contribuir para a arrecadação e equilíbrio das contas públicas também fizeram com que o Congresso estivesse focado na agenda econômica. Além de propostas voltadas para a economia, outros temas que também se destacaram ao longo do primeiro ano do terceiro mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Veja a seguir, algumas das principais propostas aprovadas pelo Congresso Nacional em 2023: Reforma Tributária A Reforma Tributária, por sua abrangência, merece destaque. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, o Custo Brasil, que corresponde ao valor gasto por empresas para realizar as suas operações no país, atingiu a marca de R$1,7 trilhão por ano. Isso significa que as empresas gastam, em média, 63 dias de trabalho apenas para pagar os impostos. Ao buscar simplificar o sistema fiscal e promover eficiência, a PEC45/2019 impacta diretamente a dinâmica entre setor privado e governo. A proposta visa a unificação de cinco tributos na área de comércio, bens e serviços em duas novas categorias: Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A previsão é que a transição para o novo sistema tributária seja iniciada, de forma gradual, a partir de 2026. Arcabouço Fiscal Para elaborar um novo conjunto de regras fiscais, a equipe do governo precisou considerar importantes fatores, como os ciclos econômicos e políticos que devem financiar as políticas públicas do país. Em linhas gerais, o novo arcabouço (PLP 93/2023) atua como um mecanismo de responsabilidade social e responsabilidade fiscal. O conjunto de normas tem como objetivo primordial manter as despesas inferiores às receitas anuais. Em caso de excedentes, estes devem ser direcionados exclusivamente para investimentos, visando estabelecer uma trajetória sustentável para a gestão da dívida pública. Desempate no Carf A retomada do voto de qualidade é considerada uma das grandes vitórias do governo no Congresso, pois é uma medida capaz de alavancar as metas estabelecidas pelo marco fiscal. De acordo com a equipe econômica do Ministério da Fazenda, com o retorno do voto de qualidade no Carf (PL 2384/2023), o esperado é a arrecadação de cerca de R$50 bilhões para os cofres públicos anualmente. Desenrola Brasil O Desenrola Brasil é uma parceria entre o Ministério da Fazenda, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e seus bancos associados. Idealizado pelo governo federal, o programa Desenrola Brasil visa a reintrodução de indivíduos com restrição de créditos na economia, possibilitando melhores condições para pagarem seus débitos. Até o fim do ano, mais de 11 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo programa, que já renegociou cerca de R$32 bilhões em dívidas desde o seu lançamento. A iniciativa deve continuar até o dia 31 de março de 2024. Nova Lei de Cotas Raciais Em 2023, o Congresso atualizou a lei promulgada em 2012, que instituiu cotas para ingresso em instituições federais no ensino superior. Pessoas pretas, pardas, indígenas, quilombolas e portadoras de deficiência estão aptas a participar do programa. Entre as principais mudanças propostas está a ampliação da concorrência nas vagas gerais. Candidatos cotistas agora terão a oportunidade de competir tanto nas vagas gerais quanto nas vagas reservadas. Além disso, a lei reserva 50% das vagas oferecidas nos cursos de graduação para estudantes com renda familiar igual ou menor a um salário mínimo. A lei deverá ser avaliada e atualizada a cada dez anos. Organização dos Ministérios Um dos grandes embates entre o Legislativo e o Executivo ocorreu durante o processo de aprovação da medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios (MPV 1154/2023). O governo enfrentou desafios ao criar 37 ministérios, e a MP foi aprovada às vésperas de perder sua validade. Como resultado, os parlamentares removeram atribuições dos Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, além de enfraquecer o poder do Ministério do Desenvolvimento Agrário em relação à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A aprovação do texto foi acompanhada por críticas dos deputados, destacando a falta de diálogo entre o Planalto e a Câmara dos Deputados. Marco Temporal O ano de 2023 também foi marcado por intensos debates em torno da questão do marco temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil. Esse tema, que permeou discussões nos três Poderes da União, gerou repercussões significativas, especialmente no segundo semestre. O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade da tese do marco temporal, sustentando que a situação das áreas na data de promulgação da Constituição não deve ser utilizada como critério exclusivo para definir ocupações tradicionais indígenas. No entanto, em reação imediata, o Congresso aprovou um projeto de lei estabelecendo o marco temporal em 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição Federal. A lei, sancionada pelo presidente Lula em outubro, enfrentou vetos parciais que foram posteriormente derrubados pelo Congresso em dezembro. O debate em torno do marco temporal deve continuar, e representantes de povos indígenas afirmam que entrarão com recursos. Mercado das apostas esportivas A agenda econômica ocupou um papel central para o governo no primeiro ano da legislatura, visando incrementar a arrecadação. Destaca-se o projeto de lei conhecido como PL das bets, elaborado com esse propósito. Conforme a legislação, as empresas atuantes no setor de apostas esportivas deverão obter autorização do Ministério da Fazenda para operar. Adicionalmente, as casas de apostas serão submetidas a uma taxa de imposto de 12% sobre a receita total, enquanto os ganhadores de apostas estarão sujeitos a uma tributação de 15% sobre prêmios que ultrapassem R$2.112. O governo estima uma arrecadação de R$1,6 bilhão por meio dessa taxação. Taxação dos super-ricos Agora promulgada, a lei impõe a taxação de lucros e rendimentos aos investidores de alta renda, notadamente os super-ricos, que aplicam recursos no exterior, incluindo em paraísos fiscais, e em fundos exclusivos, modalidade restrita a indivíduos com renda substancial no Brasil. Segundo o governo federal, essa legislação soluciona questões tributárias no país, encerrando a prática de postergar o pagamento do imposto de renda sobre juros e outros rendimentos, estratégia frequentemente adotada por indivíduos de alta renda. A abrangência da nova lei é dirigida a menos de 100 mil investidores brasileiros que atuam no exterior, notadamente nas offshores, sendo que menos de 20 mil desses investidores possuem fundos fechados no Brasil, caracterizando investimentos internos. Com a legislação vigente, os lucros e rendimentos passam a ser tributados à taxa de 15%. Para aqueles que investem fora do país, o pagamento será efetuado anualmente por meio da Declaração de Imposto de Renda. Registro de Agrotóxicos Foi sancionada a lei que altera as regras para aprovação e comercialização de agrotóxicos no Brasil. A Lei 14.785, de 2023, tem como base o Projeto de Lei 1.459/2022, originalmente proposto em 1999 e modificado ao longo dos anos. A nova legislação encurta prazos e estabelece diferentes períodos para inclusão e alteração de registros de agrotóxicos. Além disso, a nova regra centraliza decisões sobre produtos de controle ambiental e para uso agropecuário em órgãos federais específicos, como o Ministério da Agricultura e o órgão federal de meio ambiente. A criação de uma taxa para abastecer o Fundo Federal Agropecuário foi vetada, mantendo os atuais tributos cobrados pelo Ibama e pela Anvisa. Monitoramento governamental em 2024 Essas são apenas algumas das principais propostas aprovadas pelo Congresso Nacional em 2023, e que deverão impactar de forma significativa a sociedade. Profissionais que atuam na área de relações governamentais têm o desafio de assimilar essas transformações e se preparar para as decisões que devem ser tomadas em 2024. A compreensão dessas propostas é essencial para orientar estratégias e contribuir para o planejamento de novos negócios e regularização de operações. Nesse sentido, a Inteligov foi criada para ser a sua aliada no momento de mapear os temas de seu interesse e identificar o avanço das discussões que podem significar um risco ou uma oportunidade para a sua empresa. Entre em contato com a nossa equipe e faça um teste gratuito da nossa plataforma.
- Comunicação, public affairs e protagonismo feminino em Relgov
O caminho de Beatriz Gagliardo, head de public affairs da Oficina Consultoria, no universo político teve início muito antes de sua formação em jornalismo. No último evento da temporada de encontros da Comunidade Inteligov, a especialista falou sobre a sua paixão pela política - desde os primeiros passos como repórter até sua transição para as relações governamentais -, definiu o conceito de “public affairs” e relatou a sua participação em movimentos que fomentam o protagonismo feminino na área. Do jornalismo às relações governamentais A paixão de Beatriz pela política começou muito antes de sua formação em jornalismo. Seu primeiro contato com o jornalismo político ocorreu ainda no primeiro ano da faculdade, quando ela se tornou repórter política setorista em São Bernardo do Campo, sua cidade natal. “Nunca fui de família política, mas sempre gostei do tema e até assistia ao horário político. Minha mãe sempre foi muito politizada, então isso foi algo que passou para mim de alguma forma.”, revela Beatriz, destacando a influência familiar em seu interesse precoce por assuntos políticos. Ao fazer as coberturas como repórter, ela acompanhou de perto a política local, observando eventos marcantes, incluindo a primeira eleição do presidente Lula. Também atuou como jornalista durante a gestão de governadores como Mário Covas e Geraldo Alckmin, experiências que moldaram sua visão sobre política e despertaram um interesse crescente em entender os bastidores do Congresso Nacional. Sua incursão mais profunda no campo das relações governamentais começou durante sua pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP), em política e estratégia. Foi durante esse período que ela descobriu o fascinante mundo do lobby e como a atividade funcionava. "Como jornalista e profissional de comunicação, prestava muita atenção nas correlações dos stakeholders. Eu queria entender melhor essas dinâmicas.”, compartilha Beatriz. Enfrentando o desafio de pesquisar sobre lobby em um contexto acadêmico carente de material específico, Beatriz encontrou orientação inesperada durante uma palestra na USP, onde Eduardo Carlos Ricardo, fundador da consultoria Patri, apresentou um case sobre lobby. Fascinada, Beatriz procurou orientação e encontrou na Patri não apenas conhecimento, mas também uma oportunidade profissional. A transição foi rápida. Beatriz começou a coordenar a operação de estados e municípios da Patri, adentrando cada vez mais na área de relações governamentais. Sua paixão e determinação a levaram a assumir papéis de liderança, e logo ela se encontrava em Brasília, no epicentro das decisões políticas nacionais. O que é public affairs? Questionada por Raphael Caldas, CEO da Inteligov e apresentador do evento, sobre as diversas maneiras de se montar estratégias de comunicação, Beatriz compartilhou sua jornada de descoberta e definição do termo "public affairs", oferecendo sua perspectiva sobre essa prática tão importante nas relações governamentais. Para Beatriz, public affairs é, essencialmente, o gerenciamento dos relacionamentos com os públicos-alvo, sendo esses o governo e a sociedade civil. No entanto, o diferencial reside na inserção de elementos e ferramentas de comunicação para potencializar essas relações. Seja construindo coalizões ou movimentos de pressão junto às autoridades, o public affairs integra comunicação e estratégia de maneira sinérgica. Ao longo dos anos, Beatriz testemunhou a evolução do entendimento sobre atividades como o lobby e as relações governamentais. Se inicialmente eram percebidas como interações individuais e diretas, hoje essas práticas demandam abordagens mais amplas e integradas. Beatriz destaca a importância de uma estratégia abrangente, indo além do diálogo tête-à-tête para incorporar ações estratégicas de comunicação direcionadas ao ambiente de poder. A profissional ressalta que, no cenário contemporâneo, o campo das relações governamentais transcende as práticas tradicionais. Beatriz enfatiza a necessidade de uma estratégia robusta, alinhada com ferramentas amplas do public affairs, para alcançar resultados efetivos. Ela destaca a importância de moldar discursos direcionados aos stakeholders, reconhecendo a diversidade de públicos e a necessidade de estratégias mais amplas. "Você tem que entender qual é a sua mensagem e como o tomador de decisão vai recebê-la, seja deputado, seja senador. Quando você pisa no Congresso, você tem 5 minutos para falar com aquele parlamentar e a sua mensagem tem que ser certeira, porque senão ele não vai prestar atenção em você.", afirma Beatriz. A especialista afirma, no entanto, que public affairs não representa uma diferença, mas uma complementação essencial aos tradicionais campos do lobby e das relações governamentais. É a sinfonia perfeita entre estratégia, comunicação e relacionamento. Para ilustrar esse funcionamento, Beatriz relembra um caso marcante em sua carreira, envolvendo habilidades de public affairs, em 2009. Ela trabalhou na aprovação da lei que autoriza a pesquisa com células-tronco embrionárias, pauta que enfrentou grande resistência no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, sua equipe criou uma campanha usando a flor gérbera como ícone de identificação da campanha, e organizaram um abraço simbólico ao STF, mobilizando a sociedade. Ao mesmo tempo, arquitetaram toda uma estratégia de diálogo com os ministros, para que o STF discutisse o assunto. “A estratégia de diálogo com ministros, como Barroso e Ayres Britto, aliada à cobertura midiática, resultou na aprovação da lei, destacando o impacto positivo do public affairs em questões complexas.", contou Beatriz. A head de public affairs ainda afirmou que essas ações pedem criatividade, para que consigam ultrapassar barreiras que podem ser muito difíceis: “Às vezes funciona, às vezes demora muito tempo para funcionar, às vezes não funciona, mas faz parte do processo.” pontua. Protagonismo feminino em Relgov Beatriz também desempenha um papel significativo no fomento do protagonismo feminino na área de relações governamentais. Sua trajetória revela a conscientização de desafios enfrentados pelas mulheres nesse setor e a busca por soluções que promovam equidade e respeito. A inquietação de Beatriz começou ao perceber a escassez de mulheres ao seu redor durante sua atuação no Congresso. Esse cenário era refletido nas atitudes e tratamentos diferenciados recebidos por ela e suas colegas. Sentindo a necessidade de uma abordagem mais ampla e consciente das questões de gênero, Beatriz decidiu agir. O ponto de virada aconteceu quando ela se juntou a coletivos de mulheres em relações governamentais. Ao testemunhar as conquistas dessas mulheres, surgiu a ideia de registrar essas histórias em um livro: “Relações Governamentais sob a Ótica Feminina”. Esse projeto pioneiro não apenas documentou a trajetória das mulheres na área, mas também ampliou o olhar sobre a importância da equidade de gênero. “Eu comecei a rascunhar um resumo de um livro com o objetivo de homenagear as mulheres de relações governamentais, e registrar a trajetória e as conquistas femininas, que são fatos históricos.”, lembra Beatriz. Na sequência, Beatriz passou a liderar a Associação Mulheres em RelGov, formalizada para lidar com as demandas crescentes das iniciativas afirmativas. No entanto, foi a divulgação de uma pesquisa, revelando que 80% das mulheres em relações governamentais já haviam enfrentado algum tipo de assédio que chamou a atenção para a necessidade de abordar diretamente o problema. Beatriz e suas colegas decidiram empreender esforços educativos, abordando desde a postura das mulheres até orientações para os aliados. Segundo a especialista, esses dados alarmantes destacaram a urgência de uma mudança cultural e comportamental, enfatizando a necessidade de expor tais situações para criar conscientização e pressionar por uma transformação real. Quanto à inserção da mulher no setor de relações governamentais, a percepção de aumento é evidente, mas persistem desafios, como o teto de vidro que limita o avanço para cargos de diretoria. A dinâmica da Associação Mulheres em RelGov, apresentada por Beatriz, representa uma rede de apoio essencial, proporcionando acolhimento e promovendo discussões relevantes. Ao final, a mensagem de Beatriz é clara: é preciso continuar o diálogo, fortalecer redes de apoio e manter a luta por um ambiente mais justo e equitativo. Quer assistir ao encontro completo? Faça a sua inscrição gratuita na Comunidade Inteligov e tenha acesso a todos os eventos do ano!
- O papel da política no enfrentamento das crises climáticas
O papel da política no enfrentamento das crises climáticas ressoa como um tema de extrema relevância em nosso cenário global. Para cientistas políticos, especialistas em relações institucionais e governamentais, bem como para todos que se envolvem na construção de políticas públicas e campanhas de advocacy, e que implementem medidas ESG nas organizações, a 28ª Conferência das Nações sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, representa um grande marco, no que diz respeito às pautas verdes. A COP28, enquanto um fórum internacional, evidencia como a política desempenha um papel central na construção de acordos, na definição de metas e na instigação de ações coordenadas para enfrentar as complexidades das mudanças climáticas. Esse evento representa não apenas uma arena de discussão, mas um palco onde decisões políticas têm implicações tangíveis no enfrentamento da emergência climática. As discussões da COP28 A COP28 é a 28ª Conferência das Partes no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que reúne líderes de quase 200 países para discutir formas de enfrentar as mudanças climáticas causadas pelo homem. O evento deste ano acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023. O presidente da COP28 é o Dr. Sultan Ahmed Al Jaber, que também lidera a Abu Dhabi National Oil Co., o que levanta questões sobre sua imparcialidade devido à sua ligação com a indústria de petróleo. Entre as principais discussões da conferência, estão pautados na agenda da COP28 temas sobre a redução progressiva ou eliminação dos combustíveis fósseis, adaptação a fenômenos climáticos extremos, comércio de emissões de carbono e a criação de um novo fundo para compensar as perdas e danos causados pelo aquecimento global. Os líderes irão abordar a revisão do progresso feito desde o Acordo de Paris em 2015, que estabeleceu metas para manter o aumento da temperatura abaixo de 2 graus Celsius e idealmente abaixo de 1,5 graus Celsius. Espera-se que a COP28 seja a maior da história, com mais de 70 mil participantes, incluindo negociadores, ministros, chefes de estado, membros da sociedade civil, empresas e jornalistas. Os países terão até 2025 para apresentar novos planos nacionais para combater as mudanças climáticas, determinando se o mundo está progredindo na direção certa. A COP28 também será determinante para discutir o financiamento climático, com a necessidade de aumentar os recursos para ajudar os países mais pobres a lidar com os impactos das mudanças climáticas. Essas medidas assemelham-se às estratégias definidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Alguns dos países participantes, especialmente na Europa, pressionam por compromissos mais rígidos, como a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis até 2025. O sucesso da COP28 dependerá da capacidade de os líderes mundiais chegarem a acordos significativos. No entanto, apenas com o tempo será possível verificar se os acordos impactaram positivamente, conforme progressos significativos forem alcançados. A participação do Brasil na COP28 Nesta edição, o Brasil está levando aos Emirados Árabes Unidos, a maior delegação da COP28. Segundo dados da ONU, a comitiva brasileira conta com 1.337 inscritos, incluindo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Somente entre autoridades e funcionários do governo, foram contabilizados pelo Itamaraty cerca de 400 pessoas. O Brasil representa cerca de 6% do total de nomes presentes na conferência. Este ano, a COP28 conta com a participação de 195 nações, com mais de 24 mil inscritos. Constam, na lista registrada pela ONU, profissionais de diversas áreas, incluindo principalmente políticos dos níveis federal, estadual e municipal. Na abertura da COP28, o presidente Lula discursou sobre a urgência climática, destacando a intrínseca relação entre as decisões políticas globais e o destino do planeta. Lula provocou reflexões ao apontar para os gastos exacerbados em armamentos, sugerindo que esses recursos poderiam ser direcionados para combater a fome e enfrentar as mudanças climáticas. Em um mundo onde toneladas de carbono são emitidas por mísseis, o presidente ressaltou a necessidade crítica de reorientar prioridades. Sua abordagem não se limitou apenas à urgência climática, mas também à conexão inegável entre desigualdade e mudanças climáticas, desafiando a normalização de disparidades inaceitáveis. Ao falar sobre a realidade crítica da Amazônia e as devastadoras condições climáticas no sul do Brasil, Lula posicionou o país como protagonista na luta contra as mudanças climáticas. No entanto, enfatizou a necessidade de uma ação global e reconheceu que nenhum país pode resolver os desafios isoladamente. A pauta verde na agenda política brasileira No contexto político brasileiro, o enfrentamento das crises climáticas ganha destaque com a afirmação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Em uma declaração feita em setembro deste ano, Lira reitera que a transição energética e uma economia voltada para a sustentabilidade seriam prioridades destacadas pelos parlamentares neste semestre. A chamada transição energética, delineada por Lira, sinaliza uma mudança substancial nos padrões de geração e consumo de energia. O movimento de afastamento de fontes não renováveis e mais poluentes, como o petróleo e o carvão, em direção a fontes renováveis, como energia solar, eólica e biomassa, representa um compromisso significativo com a sustentabilidade ambiental. Esse enfoque indica a busca por uma matriz energética mais limpa e alinhada com os princípios da preservação ambiental. Recentemente, alguns projetos que fazem parte da pauta verde no Congresso ganharam destaque ao entrarem na agenda dos parlamentares, como por exemplo a regulamentação do Mercado de Carbono no Brasil (PL 412/2022); o Marco Regulatório para Eólicas Offshores (PL 576/2021); a regulamentação da produção do hidrogênio verde (PL 2308/2023); e o projeto de lei 4516/2023, conhecido como “Combustível do Futuro”. A articulação de políticas sustentáveis não apenas reflete uma mudança de paradigma no Brasil, mas também evidencia a importância da política como agente de transformação. Nesse contexto, a conjugação de esforços na esfera internacional, representada pela participação ativa na COP28, e a atenção às agendas nacionais, ressaltam o papel decisivo da política na construção de um futuro mais equilibrado e resiliente. O sucesso dessas iniciativas dependerá não apenas de acordos e metas estabelecidas, mas da capacidade contínua de implementação e acompanhamento, refletindo a real influência da política no enfrentamento das crises climáticas. Para acompanhar essas e outras pautas que fazem parte da agenda verde, entre em contato com a nossa equipe e monitore todos os assuntos do seu interesse!
- Priorizar informações em Relgov: uma necessidade estratégica
Em uma era em que a eficiência na coleta e análise de dados governamentais tornou-se um diferencial para empresas que buscam, além de compreender, influenciar o cenário regulatório e político, saber priorizar informações que são ou não relevantes pode ser determinante no momento de criar uma estratégia que culmina em bons resultados. A priorização requer uma compreensão profunda não apenas dos objetivos imediatos da empresa, mas também da dinâmica política e regulatória que envolve o setor. Nesse sentido, os profissionais de relações governamentais devem desenvolver uma visão assertiva, que os permita discernir entre dados triviais e insights que fazem a diferença. O monitoramento legislativo e a priorização de informações O Estado brasileiro é proficiente em editar regras. Desde 1989, mais de 56 mil leis, decretos e portarias foram publicados pelo Governo – mas esse número representa somente a legislação federal. Se considerarmos Estados e Municípios foram publicadas 7,5 milhões de normas desde a promulgação da Constituição, cada uma delas produzindo efeitos sobre a vida dos cidadãos. Ainda, há as proposições que tramitam nas Casas Legislativas, que podem ter alto potencial de impacto na sociedade e se proliferam aos milhares entre o Congresso, Assembleias e Câmaras Municipais. Dessa forma, cabe ao profissional de relações governamentais identificar e analisar essa produção normativa constante por meio do monitoramento legislativo. A atividade é chave, assemelhando-se à construção de um mapa. Quanto mais projetos e normas forem identificados, melhor o profissional será capaz de entender os interesses veiculados e os stakeholders envolvidos. Em um contexto corporativo, por exemplo, em um departamento jurídico é vital o acesso a informações sobre mudanças legislativas que possam impactar contratos e litígios. Já o departamento financeiro demanda conhecimento sobre incentivos fiscais e regulamentações que possam influenciar os custos operacionais. A comunicação estratégica, por sua vez, necessita de dados que permitam a construção de narrativas coerentes para a defesa de interesses ou para a manutenção da reputação. A partir dessa compreensão de quem discute o quê e onde, é possível mapear as oportunidades e riscos que os ambientes político e regulatório apresentam, de modo a navegar de forma mais efetiva a esfera pública. Atendendo às necessidades de monitoramento de clientes Há desafios importantes relacionados ao monitoramento, sendo o primeiro deles a comunicação com o cliente – seja interno ou externo. É preciso entender como o interesse do stakeholder é veiculado em projetos e demais normativos. Afinal, não existe projeto de lei ou decreto que proponha, em abstrato, “proteger o meio ambiente”, por exemplo. Por outro lado, é igualmente importante explicar com clareza quais propostas os clientes podem almejar alcançar, bem como os trâmites formais e políticos que guiam as discussões. A partir desse ajuste na comunicação é possível identificar projetos e documentos relevantes já apresentados, garantindo o acompanhamento de novas tramitações. Além disso, este alinhamento possibilita um filtro bem apurado para definir o que deve ou não ser incluído na matriz de monitoramento e, especialmente, o que precisa ser destacado para o cliente. Essa avaliação de relevância depende da interpretação do contexto político e é um dos principais elementos da geração do valor que as áreas de relações governamentais agregam às empresas. Com a definição do que é importante e com uma coleta de informações que atendam a este critério, é preciso circular o conteúdo entre quem precisa ler. Para isso, é importante ter em mente que os tomadores de decisão têm tempo escasso para formar opinião e que cada relatório vai receber poucos minutos de atenção. Assim, convém ser claro, objetivo e conciso, destacando o que for importante e urgente e, no segundo plano, apontando movimentos conjunturais que representam caminhos de atuação para a defesa de interesses – seja no aproveitamento de oportunidades ou mitigação de riscos. Monitorar, identificar oportunidades e propor caminhos para atuação é essencial, mas constitui apenas uma parte das atividades de uma equipe de relações governamentais. O outro lado do processo é a atividade-fim, a defesa de interesses, que por sua vez depende das informações colhidas por quem faz o acompanhamento de pautas e projetos. É por isso que a efetividade da atuação institucional está diretamente ligada ao quão consistente e analítico é o monitoramento. Eficiência na coleta e análise de dados A tecnologia desempenha um papel essencial como facilitadora na coleta, análise e priorização de informações no contexto da inteligência de monitoramento governamental. Ferramentas avançadas de coleta automática de dados, alimentadas por algoritmos de machine learning, possibilitam uma varredura eficiente e abrangente dos canais governamentais, identificando automaticamente mudanças legislativas, pronunciamentos políticos e outras informações relevantes. Essa automação não apenas agiliza o processo, mas também reduz a margem de erro associada à coleta manual, permitindo que os profissionais de relações governamentais foquem em análises mais estratégicas. Trabalhos de acompanhamento em pequena escala, com até uma dezena de projetos e normativos, podem ser executados por uma pessoa sem dificuldades. No entanto, em casos com centenas ou milhares de proposições, a coleta automatizada de dados é essencial. Além disso, a análise de dados é grandemente aprimorada pela tecnologia, que possibilita a identificação de padrões, tendências e correlações em grandes conjuntos de informações. Ferramentas analíticas avançadas, como análise de sentimento e modelagem preditiva, capacitam os profissionais a antecipar movimentos políticos e avaliar o impacto potencial de determinadas decisões. Isso não apenas aprimora a capacidade de resposta das empresas diante de mudanças no cenário governamental, mas também permite uma priorização mais precisa das informações mais relevantes para os objetivos estratégicos da organização. Em última análise, a integração da tecnologia na inteligência de monitoramento governamental não apenas otimiza os processos, mas permite acompanhar a tramitação e possibilita análises mais certeiras para determinar o que merece atenção. Em termos de inteligência focada na coleta e organização de informações, a Inteligov é pioneira no uso de tecnologia para monitorar dados governamentais. A plataforma reduz o custo de aquisição e gerenciamento da informação, tornando a interlocução com o Poder Público mais acessível e efetiva. Seja em atividades de monitoramento legislativo ou no gerenciamento de stakeholders, a Inteligov possui soluções que atendem a diversos players do mercado, tanto para atender às necessidades de clientes internos quanto externos. Por meio do cadastro de palavras-chave é possível acompanhar os assuntos que impactam diretamente a organização. Entre as principais funcionalidades da plataforma, é possível contar com a possibilidade de criar filtros personalizados. Dessa forma, o profissional colhe exatamente as informações que precisa. Também vale destacar a função de consultas, que permite que o departamento de relações governamentais interaja com os stakeholders, além de compartilhar os dados que podem significar o sucesso em uma estratégia. Para conhecer mais detalhes sobre a Inteligov, entre em contato com a nossa equipe e conheça todas as soluções que a plataforma oferece.
- Mobilização e engajamento da sociedade que busca por mudanças
No mais recente evento organizado pela Comunidade Inteligov, um espaço destinado à disseminação de conhecimento e networking na área de relações governamentais, Raphael Caldas, fundador e CEO da Inteligov, conduziu uma conversa esclarecedora com as organizadoras do livro "O Povo no Poder". Ângela Oliveira, Julia Vianna e Mariana Chaimovich, compartilharam suas perspectivas sobre o papel vital do terceiro setor e a necessidade urgente de diálogo para a mobilização e engajamento da sociedade. Explorando o impacto das relações governamentais Caldas iniciou o evento destacando a importância do livro "O Povo no Poder" e como ele contribui para uma compreensão mais profunda das complexas relações entre sociedade e governos. Ele ressaltou que a obra oferece um olhar crítico sobre a dinâmica entre diferentes setores, um verdadeiro manual para quem busca compreender e atuar nesse cenário tão dinâmico. O livro, como explicado por Mariana, é uma das publicações que integra o hall de obras da editora Diálogos, que faz parte do Instituto de Relações Governamentais (Irelgov), entidade que tem como objetivo final ser um espaço para pensar nas atividades do setor. Além de aproximar os profissionais da área, o instituto também contribui para o desenho das boas práticas da profissão, como na participação da regulamentação do lobby no Brasil. A ideia de organizar o livro veio a partir do momento em que o Irelgov abriu um edital para o recebimento de projetos editoriais. Julia, que afirmou sempre estar mais próxima desse tipo de trabalho, tendo atuado em programas de desenvolvimento de leitura crítica em cidades-satélites de Brasília, percebeu que seria interessante demonstrar de forma mais estruturada as iniciativas e os casos de atuação e representação das entidades civis organizadas e conversou com Ângela a respeito do projeto. “Quando a Julia me fez o convite, de colocar essa ideia no papel, fiquei super feliz pois, além de contribuir para uma iniciativa social, também vislumbrei a perspectiva de uma realização pessoal”, lembra Ângela. Um dos primeiros especialistas a se juntar como voluntário do projeto foi Eduardo Galvão, idealizador da iniciativa Lobby Social. Ângela conta que a iniciativa conversa com a educação e capacitação de jovens profissionais e auxilia na legitimação da defesa de interesses, ou lobby como deve ser nomeado. Este foi, portanto, um dos momentos cruciais para definirem quais seriam os eixos temáticos e quem deveriam convidar para participar do livro. Organizando o Povo no Poder Identificar as pautas e verificar quais seriam os especialistas que teriam “match” com o projeto foi uma das etapas mais trabalhosas. Isso porque, como destacou Mariana, fazer uma obra coletiva e precisar delimitar os artigos, mesmo sabendo que existem outros temas que poderiam ser muito relevantes para a obra é um desafio. A organizadora pontua que por não ser um edital de um assunto específico, a obra apresentava o potencial de se tornar um projeto bastante eclético, e mesmo após a avaliação prévia da organização, esses temas ainda deveriam passar por uma análise de metodologia do comitê científico. Esse processo acabou culminando no conhecimento de diversas iniciativas da área de lobby e advocacy, além de se tornar um aprendizado, de acordo com Julia. “Eu nunca tinha organizado um livro. Iniciamos então com iniciativas que já conhecíamos, só que nisso o universo se abriu e passamos a conhecer várias iniciativas que antes não estavam no nosso radar.”, relembra Julia. O Advocacy Hub é uma dessas iniciativas que Julia cita durante a conversa e que se trata de um espaço dedicado à capacitação de entidades do terceiro setor na área de advocacy. Além de terem o desejo de conhecer e divulgar ainda mais outros projetos, as organizadoras afirmaram que gostariam de ter dado mais ênfase às questões de Big Data e a todo o contexto de digitalização, e como isso dificulta ou democratiza o acesso a instrumentos e ferramentas de relações com o governo. A efetividade do diálogo na construção de pontes Raphael recorda que por volta da década de 1990, era comum observar o crescimento no surgimento de organizações do terceiro setor. Depois, nos anos 2000, houve um resfriamento desse movimento, e agora parece que novamente é possível ver esse anseio de tratar de temas estando fora do ambiente do Estado e também do setor privado. Em relação ao crescimento do terceiro setor, Julia acredita que sim, que esses espaços cresceram. Ela comenta que o livro cumpre também com o papel de resgatar, em uma revisão bibliográfica, a discussão sobre o que significa este conceito. Nesse sentido, seja como uma associação ou uma entidade de classe, devemos nos perguntar se uma organização não governamental (ONG), se posiciona a fim de legitimar um debate. Frentes parlamentares, como a frente parlamentar ambientalista, por exemplo, tem uma atuação muito baseada no trabalho junto com ONGs, comenta Julia. Ela também cita que no início desse ano, vimos uma quantidade de conselhos que foram reativados e também a criação de assessorias especiais, de participação social e diversidade dentro de todos os órgãos do governo federal. “Claro, é muito cedo ainda para afirmar se isso está trazendo alguma efetividade maior ou qualidade para a formulação de políticas públicas. Mas me parece que esses espaços estão aparecendo de forma mais estruturada do que era no passado.” afirma Julia. Mariana ressalta que o terceiro setor pode ser entendido como um grupo de pessoas que se juntaram e decidiram fazer alguma coisa em relação a um determinado assunto. “Eu acho que o trabalho em relações governamentais é justamente você ter uma situação e você querer chegar em uma diferente. Seja em relação a uma norma que já existe, que você quer que seja alterada, seja em relação a uma coisa que não existe, que você quer que exista.”, pontua Mariana. Essa situação, de fazer existir algo que não existe, é retratado em um dos casos abordados na obra, em que um grupo de mulheres se reuniu em prol da construção de uma regulamentação, junto à Anvisa, com o objetivo de aumentar a quantidade de informações no rótulo dos alimentos para que seus filhos com alergia alimentar pudessem ser mais facilmente protegidos. Ao final da conversa, as organizadoras ainda falaram sobre a escolha do título do livro, revelaram como foi feita a capa e deram dicas para quem está iniciando na área, lembrando que é essencial construir relacionamentos, desenvolver habilidades de comunicação e entender um pouco qual é o tipo de carreira que você quer desenvolver para correr atrás de conhecimentos mais aprofundados. O livro “O Povo no Poder” pode ser adquirido por meio deste link. Para assistir ao evento completo, faça a sua inscrição gratuita e seja membro da Comunidade Inteligov, principal comunidade de RIG do país! Além de acessar todos os eventos anteriores, você poderá criar conexões e participar dos próximos eventos. Contamos com a sua presença!
- A nova lei de cotas raciais
A desigualdade racial é uma chaga que assola o Brasil por toda a sua história, e que continua a marcar a sociedade. Em um país reconhecido por sua rica diversidade, a discriminação racial é uma realidade que permeia a fundação do país, se fazendo presente em todas as esferas da vida cotidiana. Nesse contexto, a Lei de Cotas Raciais emerge como uma medida para remediar as injustiças que historicamente afetam a grupos étnico-raciais. Os impactos da discriminação racial no Brasil O Brasil foi o último país nas Américas a abolir a escravidão, em 1888. Esse fato simboliza a herança de discriminação racial que se estendeu muito além da abolição. Após a libertação dos escravizados, o período não resultou em oportunidades para a população negra. Pelo contrário, este grupo étnico-racial enfrentou desigualdades sistêmicas que perpetuaram o ciclo de marginalização social e econômica. A educação, por exemplo, era – e ainda é – uma das áreas mais afetadas pela desigualdade racial. O acesso limitado a escolas de qualidade, preconceito e discriminação eram obstáculos que limitavam as perspectivas de muitos afrodescendentes. Além disso, o mercado de trabalho refletia as desigualdades raciais, com negros e indígenas frequentemente excluídos de oportunidades de emprego dignas. E embora se observasse o crescimento dos grupos étnico-raciais, a discriminação racial não se limitou ao período pós-abolição. Ao longo do século XX, a segregação racial se manifestou de várias formas, desde a discriminação nos espaços públicos até a falta de acesso a serviços básicos, como saúde e moradia. Dessa forma, a desigualdade racial, uma vez enraizada na sociedade brasileira, persiste como um problema intransponível. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em 2020, a população negra representava 56,1% da população brasileira, enquanto a população branca correspondia a 43,9%. No entanto, a presença negra em cargos de liderança e em posições de destaque continua sendo desproporcionalmente baixa, refletindo as profundas desigualdades sociais e econômicas. Nesse cenário, a Lei de Cotas Raciais surgiu como uma tentativa de reverter essa realidade. Introduzida pela primeira vez em âmbito federal na Universidade de Brasília (UnB), em 2004, a política de cotas raciais procurou corrigir as desigualdades históricas reservando um número específico de vagas para grupos étnico-raciais. Esta medida pioneira rapidamente levou a discussões mais amplas sobre a promoção da igualdade racial no Brasil. No entanto, a história das cotas raciais no Brasil não é isenta de controvérsias e desafios. A implementação da legislação e suas atualizações ao longo dos anos foram marcadas por debates acalorados, questionamentos sobre sua eficácia e críticas fundamentais sobre a justiça e a eficácia dessa abordagem. A implementação da lei de cotas raciais no Brasil Após a adoção bem-sucedida da política de cotas na UnB, outras instituições de ensino superior e empresas aderiram ao sistema. As cotas raciais buscavam corrigir as disparidades históricas, reservando um certo número de vagas para estudantes negros e indígenas. Os resultados iniciais foram promissores. A presença de estudantes afrodescendentes nas universidades aumentou significativamente, e um número crescente de pessoas de grupos étnico-raciais ingressaram no mercado de trabalho. Isso foi um indicativo de que as medidas afirmativas impactaram positivamente essa população. Foi então que, em 2012, após muita luta do movimento negro, a Lei 12.711, ou como é conhecida, a Lei de Cotas, foi promulgada. Em linhas gerais, a lei visa garantir 50% das vagas nas universidades e instituições federais de ensino técnico de nível médio para pretos, pardos, indígenas, pessoas com deficiência e estudantes de escola pública. As reservas das vagas devem seguir a proporção dos grupos minoritários que formam a população, de acordo com o cálculo realizado pelo IBGE. Ou seja, se uma universidade oferta 100 vagas, em um estado onde 20% da população é formada por pessoas pretas, pelo menos 10 vagas deverão ser destinadas a estudantes negros. Porém, mesmo com as regras estabelecidas pela lei, existem alguns desafios na implementação das cotas raciais no Brasil que merecem destaque. Como por exemplo, a definição da autodeclaração racial, que é o critério mais utilizado para determinar a elegibilidade para as cotas, e é alvo de críticas e preocupações. Alguns grupos de interesse alegam que a autodeclaração racial é suscetível a fraudes e que critérios mais objetivos e subjetivos devem ser considerados. Além disso, a questão da meritocracia é um ponto de debate contínuo. Os críticos das cotas argumentam que essa política pode ser vista como uma forma de concessão de privilégios e que as pessoas não seriam selecionadas com base no mérito e na capacidade, mas sim devido às cotas. A nova lei de cotas raciais no Brasil O Brasil continua em um processo de transformação em relação às questões raciais. A discussão em torno das cotas raciais é um sinal de que a sociedade está cada vez mais atenta à necessidade de combater o racismo e promover a igualdade de oportunidades. O recente projeto de reformulação e ampliação do sistema de cotas no ensino federal, aprovado pelo plenário, representa um marco importante na contínua discussão sobre a igualdade de oportunidades e a promoção da diversidade no Brasil. O PL 5.384/2020, apresentado pela deputada Maria do Rosário (PT-RS) e relatado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), traz mudanças significativas que merecem uma análise mais detalhada. Uma das mudanças mais notáveis propostas pelo projeto é a ampliação da concorrência nas vagas gerais. Candidatos cotistas agora terão a oportunidade de competir tanto nas vagas gerais quanto nas vagas reservadas. Isso significa que, se um candidato cotista obtiver nota suficiente para ingressar em uma vaga geral, ele terá essa opção. A reserva de vagas será acionada apenas se os candidatos cotistas não conseguirem a pontuação necessária nas vagas gerais. Essa medida busca garantir que as políticas de cotas sejam equitativas e permitam a inclusão de candidatos com bom desempenho acadêmico nas vagas disponíveis. Nesse sentido, o projeto não apenas amplia a política de cotas, mas também modifica os critérios socioeconômicos para sua aplicação. Além de levar em consideração a renda familiar per capita, o projeto reduz o limite de renda para um salário mínimo por pessoa. Isso significa que um número maior de estudantes, que antes não se qualificaram para as cotas devido à renda ligeiramente superior, agora poderá se beneficiar dessa política. A ampliação dos critérios socioeconômicos reflete a intenção de abranger um espectro mais amplo de alunos em situação de vulnerabilidade. Além das mudanças nos critérios de renda, o projeto também insere os quilombolas entre os beneficiados pela reserva de vagas. Anteriormente, as cotas eram destinadas principalmente a estudantes negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. Agora, os quilombolas também serão considerados na política de cotas, reconhecendo a importância de abordar as especificidades desse grupo historicamente marginalizado. O projeto propõe a avaliação do programa de cotas a cada dez anos, bem como a divulgação anual de relatórios sobre a permanência e a conclusão dos alunos beneficiados. Isso permitirá um acompanhamento contínuo dos resultados das cotas e a identificação de áreas que necessitam de melhorias. Além disso, o projeto prioriza o recebimento de auxílio estudantil para alunos optantes pela reserva de vagas que se encontrem em situação de vulnerabilidade social, reconhecendo a importância de apoiar aqueles que mais precisam. Como é comum em questões de construção de políticas públicas, o projeto não foi aprovado de forma unânime. Alguns senadores expressaram discordância em relação a essa expansão das cotas raciais, destacando a preocupação com a qualidade do ensino superior e a possível redução dos padrões acadêmicos. No entanto, a discussão sobre a eficácia e as implicações das cotas raciais é uma parte intrínseca desse debate. Aprovado no Senado, o projeto agora segue para sanção presidencial. A decisão do presidente determinará se as mudanças propostas se tornarão lei e, portanto, terão um impacto significativo na educação superior e técnica de nível médio no Brasil. O acompanhamento de pautas que visam a diversidade e inclusão social são fundamentais para nortear a implementação de medidas afirmativas em instituições que reconhecem a importância de contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária. Para monitorar esses projetos, notícias e políticas públicas, entre em contato com a nossa equipe e conheça as soluções da Inteligov!
- Requerimento de urgência: o que é e como funciona
O requerimento de urgência é um mecanismo bastante importante utilizado no contexto legislativo, para permitir a aceleração de uma análise, discussão ou votação de propostas e projetos de lei. Na prática, trata-se de uma ferramenta fundamental em situações em que é necessário tomar uma decisão de forma rápida. A necessidade de um requerimento de urgência pode surgir devido a eventos inesperados, crises, necessidades de atender a demandas urgentes da sociedade, entre outros motivos. No entanto, o uso do requerimento de urgência geralmente está sujeito a regras e procedimentos estabelecidos pelas instituições legislativas ou governamentais para evitar seu uso indevido e garantir a transparência e a prestação de contas. E, por mais que a sua incidência não seja rara, o regime de urgência ainda levanta dúvidas quando em discussão, visto que o mecanismo frequentemente está associado a temas mais polêmicos ou com maior visibilidade na mídia. Contudo, na realidade, trata-se de uma forma de equilibrar temas que necessitam de aprofundamento político e demonstrar que o legislativo tem recursos para lidar com processos vistos como lentos ou burocráticos. A diferença entre regime de tramitação ordinária e regime de urgência O andamento de uma proposição no Congresso Nacional é organizado por um amplo conjunto de normas regimentais e constitucionais. O atendimento a essas formalidades implica em discussões prolongadas. Por exemplo, no regime de tramitação ordinária — a qual a maioria das matérias está submetida na Câmara dos Deputados — cada relator em comissão dispõe de até 40 sessões do plenário para apresentar seu parecer. Isso equivale, grosseiramente, a três meses. Considerando que a maioria dos projetos passa por duas a quatro comissões, é razoável esperar que os deputados levem meses ou anos para concluir a análise de cada um. Contudo, na esfera política os acontecimentos são dinâmicos. Nesse contexto, a tramitação em urgência permite conciliar o tempo ágil da política com as regras congressuais que induzem a longas discussões. Resumidamente, a urgência agiliza a tramitação dos projetos. No caso da Câmara, permite que as matérias sejam analisadas diretamente no plenário, sem passar pelas comissões. Para uma proposição tramitar em urgência é necessária a aprovação de um requerimento com esta finalidade. O requerimento deve ser subscrito pela maioria absoluta da Casa (257 deputados) ou líderes de bancadas que representem este número. Ainda, precisa ser aprovado pelo plenário com o mesmo quórum de 257. A velocidade das mudanças e o papel dos profissionais de RIG A tramitação em caráter de urgência foi usada extensivamente durante a pandemia, visando formular políticas públicas indispensáveis para o período. Por outro lado, são instrumentos poderosos, que podem ser manobrados para que determinadas propostas contornem um dos principais desafios no âmbito do legislativo: incluir discussões na pauta de forma ágil. Alguns exemplos recentes de propostas que tramitaram em regime de urgência são os projetos Desenrola Brasil, programa criado para tratar da renegociação de dívidas; o Arcabouço Fiscal, proposta das novas regras para regular as finanças públicas; e a Minirreforma Eleitoral. Todas essas decisões acarretam em impactos para a sociedade, portanto, acompanhar proposições em regime de urgência é indispensável para o sucesso de profissionais de RIG. Aqui estão alguns fatores pelos quais essa prática é tão importante: Impacto nas políticas públicas Propostas em regime de urgência frequentemente introduzem alterações substanciais nas políticas públicas. O acompanhamento ativo dessas propostas é vital para avaliar seu impacto nas operações e interesses das organizações. O acompanhamento constante permite a identificação de chances de influenciar a legislação a favor das organizações e de mitigar possíveis ameaças. Credibilidade e relações com o governo O envolvimento ativo nos processos legislativos, especialmente em situações de urgência, ajuda a construir relacionamentos sólidos com os decisores governamentais, fortalecendo a imagem da organização perante o público e órgãos reguladores. Antecipação de mudanças regulatórias Acompanhar propostas em regime de urgência possibilita a antecipação de mudanças regulatórias, permitindo que as empresas se adaptem antes que se tornem efetivas, economizando recursos e evitando surpresas desagradáveis. Além disso, o monitoramento ativo possibilita que os profissionais de relações governamentais ajam prontamente, adaptando estratégias conforme a demanda dos stakeholders. Compliance e governança O não cumprimento das novas regulamentações pode resultar em sanções e multas. Acompanhar propostas em regime de urgência é essencial para manter a conformidade com leis e regulamentos em constante mudança. Na prática, requerimentos de urgência são difíceis de articular, dado o quórum elevado para apresentação e aprovação. Nesse cenário, cresce a importância de um profissional de relações governamentais com experiência em alavancar o contexto ao seu favor. Por meio da identificação precisa das lideranças mais alinhadas à sua pauta e do momento político oportuno, é possível inserir prioridades na agenda do plenário. Para auxiliar no processo de identificação de proposições e lideranças que podem estar alinhadas ao planejamento de profissionais de RIG, a Inteligov desenvolveu diversas soluções. Desde notificações enviadas diretamente ao usuário sobre qualquer mudança na tramitação dos projetos, até a gestão completa de stakeholders, nossa plataforma facilita todas as atividades ligadas ao monitoramento de dados governamentais. 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