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  • Dados governamentais: como traduzem o cenário político?

    Vivemos a era da informação, onde a análise de dados governamentais ganha destaque entre profissionais que desejam compreender as dinâmicas políticas. O cenário político pode afetar qualquer tipo de empresa, em qualquer setor econômico. Ou seja, entender os sinais e as ações políticas é uma atividade que tem ganhado valor no mercado corporativo. Isso porque, a interpretação de dados políticos pode auxiliar na viabilização de novos produtos e serviços. Também pode contribuir para o cumprimento de medidas ESG e de compliance. Contar com a expertise de quem sabe avaliar essas informações se tornou um passivo de grande valor. Uma análise criteriosa de dados do governo pode revelar como se dão os acordos e interações no âmbito do poder público. Além disso, orienta estratégias para o desenvolvimento de negócios e engajamento cidadão mais efetivo. Onde encontrar os dados para entender o cenário político? O conjunto de todas essas variáveis é o que vai formatar o que se conhece por narrativa política. Ou seja, as construções e estratégias elaboradas para influenciar a opinião pública e de todas as partes interessadas em um determinado projeto. Por meio do acompanhamento e avaliação dos dados governamentais se torna possível entender os impactos diretos ou indiretos das ações do setor público na sociedade. São essas informações que darão condições aos profissionais de relações institucionais e governamentais (RIG), para que realizem a interlocução entre o setor privado e os agentes públicos e órgãos do governo. Mas como é possível entender o cenário político por meio de dados? E quais dados podem revelar insights relevantes? Essas informações são produzidas pelos processos que desenham os Três Poderes, órgãos reguladores, grupos de interesse e stakeholders. Por exemplo, na esfera da política que acontece no setor público, a qual obedece uma série de regimentos, normas e diretrizes específicas, é possível encontrar uma variedade de fontes de dados políticos que oferecem insights sobre eleições, governo, legislação e outros aspectos do sistema político. Aqui estão algumas das principais fontes oficiais onde é possível encontrar dados governamentais: Câmara dos Deputados e Senado Federal: Os sites da Câmara dos Deputados e do Senado Federal oferecem acesso a informações sobre projetos de lei, votações, discursos e atividades parlamentares em geral. Casas Legislativas Estaduais e Municipais: Nos sites das casas legislativas estaduais (assembleias legislativas) e municipais (câmaras municipais), é possível encontrar informações relacionadas às atividades, legislação, membros e funcionamento desses órgãos legislativos. As informações disponíveis podem variar de acordo com a jurisdição e o nível de transparência de cada casa. Supremo Tribunal Federal (STF): No site do STF existe uma variedade de informações e dados relacionados às atividades, jurisprudência, funcionamento do tribunal e notícias sobre a interpretação da Constituição e resolução de questões legais de relevância nacional. Diários Oficiais: Nessas publicações é possível encontrar informações relevantes sobre ações, decisões e comunicados do poder público. Esses diários desempenham um papel fundamental na transparência governamental, permitindo que os cidadãos e profissionais acessem informações legais e administrativas. Agências Reguladoras: Nos sites das agências reguladoras, você pode encontrar uma variedade de informações relacionadas às atividades, regulamentações e supervisão das indústrias ou setores sob sua jurisdição. Ministérios: Nestes portais, está disponível uma curadoria de informações relacionadas às políticas, programas, projetos e atividades sob a responsabilidade de cada ministério, assim como a agenda ministerial. Além dos sites oficiais do governo, existem várias fontes informais de dados que podem ser utilizadas para entender o cenário político. Essas fontes podem fornecer insights complementares e perspectivas diferentes sobre a política e os acontecimentos atuais. No entanto, é importante lembrar que as fontes informais podem variar em termos de confiabilidade e precisão. Portanto, é essencial avaliar criticamente as informações obtidas. Algumas fontes informais de dados incluem mídias sociais, pesquisas de opinião pública, reportagens investigativas, publicações acadêmicas, entrevistas, etc. Desvendando o cenário político por meio da interpretação dos dados A intersecção e análise de dados governamentais desempenham um papel fundamental na criação de uma narrativa política sólida e bem embasada. Ao cruzar dados de diferentes órgãos oficiais, emerge uma visão abrangente do cenário político, permitindo que nuances sejam reveladas e tendências sejam identificadas. É essa análise de dados que fornece a base quantitativa para sustentar os argumentos e conclusões em uma narrativa política, fortalecendo a autoridade e a credibilidade do discurso. A metodologia começa pela identificação de fontes confiáveis e relevantes, como os sites de agências reguladoras, institutos de estatística e diários oficiais. Uma vez coletados os dados, é essencial padronizá-los e organizá-los de maneira coerente, garantindo que sejam comparáveis e estejam prontos para serem estudados. A análise exploratória dos dados, por meio de técnicas estatísticas e visualizações gráficas, revela padrões iniciais e direciona uma investigação mais aprofundada. Ao comparar dados de diferentes fontes, é possível identificar correlações entre variáveis, destacando relações antes não evidentes. Isso possibilita a formulação de hipóteses mais informadas e o exame de possíveis causas subjacentes. A identificação de lacunas nas políticas existentes, as áreas com necessidade de aprimoramento e os impactos de intervenções governamentais são apenas algumas das possibilidades. A análise de dados também pode ajudar a identificar grupos demográficos específicos afetados por políticas, permitindo uma narrativa mais inclusiva e direcionada. Ao contextualizar os resultados dentro do ambiente político mais amplo, a narrativa ganha profundidade e significado. Os insights extraídos dos dados fornecem uma base sólida para a argumentação, permitindo que os especialistas políticos forneçam análises perspicazes e baseadas em evidências para os formuladores de políticas, líderes e a população em geral. No entanto, é importante reconhecer que os dados sozinhos não contam a história completa. Uma narrativa política bem sucedida combina análises de dados com um entendimento qualitativo das complexidades políticas, culturais e sociais. Esse tipo de trabalho pode enriquecer e fortalecer a narrativa política, tornando-a mais impactante e convincente em um cenário de tomada de decisões e debates políticos. Pensando em facilitar o processo de coleta de informações e o cruzamento dos dados, a Inteligov desenvolveu soluções para que você entenda o cenário político de forma simplificada! Entre em contato com nossos especialistas e veja como podemos impulsionar as suas estratégias políticas!

  • Presidencialismo de coalizão: um sistema em análise

    No momento em que as atividades parlamentares são retomadas no Congresso Nacional, após o período do recesso, algumas questões pairam sobre como será conduzido o restante do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A teoria do presidencialismo de coalizão, que explica o funcionamento do sistema de governo no país, foi amplamente debatida entre os anos 2014 e 2018. Naquela época já era possível observar movimentações que indicavam uma mudança significativa nas trocas entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Em retrospecto, este modelo de governo mostrou eficiência durante os dois governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), e os dois primeiros mandatos de Lula (2003 a 2010). Em meados de 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, o sistema passou a apresentar certa instabilidade, até que a dificuldade da presidenta em articular com o parlamento, culminou no seu processo de impeachment. Ao assumir a presidência, em 2017, Michel Temer dá continuidade a um ciclo em que já se percebia o enfraquecimento total do modelo de presidencialismo de coalizão. Foi assim que a insatisfação popular materializou a busca por uma “terceira via”, colocando Jair Bolsonaro como o candidato que proporia uma nova forma de articulação com deputados e senadores. Na prática, o resultado foi diferente do esperado. Durante o governo de Bolsonaro, o Legislativo acabou por ganhar ainda mais força perante o Executivo, firmando-se como principal decisor e executor das ações governamentais. Nesse sentido, o retorno de Lula à presidência reacende as discussões sobre qual será o melhor modelo para se governar, tendo em vista que nunca na história política brasileira Câmara e Senado tiveram tanta liberdade de atuação. Presidencialismo de coalizão: da teoria à prática O presidencialismo de coalizão é um conceito apresentado pelo cientista social Sérgio Abranches, no final da década de 1980. Para entendê-lo, é necessária a análise à luz do momento histórico, no qual o Brasil formulava uma nova Constituição, após mais de 20 anos de ditadura. Assim, na esfera política, prevaleceu o desejo por uma reação à autocracia que marcou o período anterior, definida por um governo autoritário e um bipartidarismo que, na prática, equivalia ao domínio de uma só legenda. O resultado foi um arranjo institucional no qual a presidência da república era forte, mas minoritária no Congresso. A variável que explica esse dilema é a regra eleitoral. Enquanto o presidente é eleito pelo voto majoritário nacional, os congressistas disputam colégios eleitorais estaduais, sendo a Câmara eleita pelo voto proporcional e o Senado pelo voto majoritário. Com a vigência da representação proporcional, os partidos políticos se multiplicaram no país e, então, passou a ser comum o desalinhamento no voto para o Executivo e o Legislativo. Quem votava no candidato à presidência de um partido, frequentemente optava por candidatos ao parlamento de partidos diferentes. Muitas vezes com orientações ideológicas distintas. Nesse contexto, todos os presidentes do Brasil começaram seus mandatos sem maioria na Câmara e Senado e, então, sobreveio o incentivo para a formação de coalizões no Congresso. Os primeiros dez anos deste modelo político foram marcados por dúvidas e críticas à sua funcionalidade. Os principais pontos incluíam a dificuldade de coordenar tantos interesses concorrentes no Congresso para produzir acordos e avançar em políticas públicas. Também argumentava-se que os votos “diferentes” para o presidente e parlamentares poderiam originar um problema de legitimidade. Essa situação colocaria os dois Poderes em um impasse, já que não havia a possibilidade de remover o presidente do cargo antes do fim do seu mandato, exceto via impeachment, que é uma solução politicamente custosa. Foi então que autores brasileiros como Argelina Figueiredo e Fernando Limongi confrontaram esses argumentos com a realidade. Neste empenho, evidenciaram que a performance dos parlamentares no Congresso estava, em média, em sintonia com as preferências do presidente. Como resultado, entre 1990 e 2010, mais de 75% de todas as proposições legislativas aprovadas foram de iniciativa do Executivo. O apoio congressual era garantido pelos múltiplos instrumentos que o Executivo dispunha, como prerrogativas orçamentárias e administrativas. Ou seja, a presidência podia gastar dinheiro público, em certos casos, de forma facultativa e se valia disso para recompensar o apoio de partidos e líderes no parlamento. Em paralelo a isso, ainda havia a possibilidade de acomodação de indicados pelos partidos nos ministérios, permitindo que diferentes grupos tivessem influência sobre as políticas públicas do governo. Este arranjo começou a mudar em 2014, com a deterioração da economia e do capital político da presidência à época. Como na política não existe vácuo de poder, o Congresso cresceu em produção legislativa e alocação orçamentária. O equilíbrio entre Poder Legislativo e Poder Executivo Atualmente, deputados e senadores determinam onde devem ser gastos dezenas de bilhões de reais do orçamento público. Com isso, parlamentares dependem cada vez menos do Executivo para garantirem sua sobrevivência política. Depois de oito anos de enfraquecimento do Executivo perante o Congresso, o esfarelamento do presidencialismo de coalizão era considerado uma probabilidade por analistas e operadores da política. Contudo, os recentes avanços do governo atual em sua pauta prioritária indicam a possibilidade de que um novo equilíbrio esteja se estabelecendo. Um no qual o governo não renuncia ao poder de agenda em áreas mais caras no âmbito das políticas públicas, mas compartilha cada vez mais com o parlamento a concretização dessas pautas em iniciativas que impactam a vida das pessoas. Estes esforços podem ser percebidos tanto na aprovação da proposta da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal, por exemplo. Foi necessária uma ampla ação do Executivo para realizar a articulação com o Congresso e obter um resultado favorável para pautas consideradas prioritárias para o governo Lula. Vale ressaltar que acompanhar as movimentações do Poder Executivo e do Legislativo pode facilitar o entendimento sobre a dinâmica política atual e os impactos causados na sociedade. Entre em contato com a nossa equipe e veja como a Inteligov pode te ajudar a montar boas estratégias com base no comportamento dos tomadores de decisão!

  • O papel do advocacy para políticas públicas

    Nesta semana, a Comunidade Inteligov teve a honra de receber uma figura de destaque no cenário da incidência política: Arquias Cruz, assessor de advocacy internacional e professor de advocacy e políticas públicas. O evento online contou com a apresentação de Gabriel Barreto, especialista em soluções de RIG da Inteligov. A palestra foi direcionada especialmente para profissionais de relações institucionais, governamentais e áreas correlatas, com o objetivo de disseminar conhecimento sobre o papel estratégico do advocacy no contexto das políticas públicas. A Comunidade Inteligov se destaca como um hub de interação dedicado a profissionais que compartilham o interesse em defender interesses e fomentar a interlocução entre os setores público e privado. Seu propósito é claro: promover a inovação, disseminar conhecimento e viabilizar conexões valiosas entre os membros, proporcionando uma plataforma única para a troca de ideias e experiências relevantes. Nesta cobertura especial, apresentaremos as principais reflexões e insights trazidos por Arquias Cruz, explorando o papel essencial do advocacy como uma ferramenta estratégica na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, também com foco em organismos internacionais. A prática do advocacy na esfera internacional No início do debate, Gabriel comenta sobre como a política que ocorre em espaços internacionais difere da institucionalidade em nível nacional, que é pautada pelos Poderes Legislativo e Executivo, e entidades da sociedade civil. Para contextualizar as diferenças da prática de advocacy entre profissionais que lidam com organismos nacionais e internacionais, Arquias explica que a esfera internacional pode apresentar aspectos muito desafiadores, por conta da barreira de idioma e de dinâmicas geopolíticas. “A esfera internacional é muito rica e desafiadora, justamente por ampliar o leque de possibilidades, por conta de diferentes ambientes, stakeholders, e também pelas dinâmicas geopolíticas que estão envolvidas.”, pontua Arquias. Arquias destaca que a incidência política internacional deve influenciar as decisões políticas ao envolver a participação em conferências internacionais, a colaboração com organizações internacionais e a promoção de questões em nível global. O especialista cita que o profissional que lida com campanhas de advocacy em organismos internacionais também deve conhecer o efeito boomerang - como é mencionado na literatura das relações internacionais -, e que significa buscar em outros ambientes a pressão necessária para influenciar as suas causas internas. A importância das coalizões para facilitar o fluxo de trabalho Em diversos momentos da conversa, Arquias destacou a importância das coalizões como uma ferramenta poderosa para o advocacy, com o argumento de que elas permitem que organizações e indivíduos tenham a chance de unir forças para promover causas em comum. Além disso, as coalizões podem ser particularmente úteis em contextos internacionais, onde a representação e o acesso podem apresentar maiores dificuldades para as partes desempenharem um poder de influência. Arquias também mencionou que trabalhar em coalizão pode ser uma oportunidade de aprendizado. Ele afirma que essa é uma das formas que os profissionais utilizam para aprender uns com os outros, o que pode ajudar a melhorar suas práticas de advocacy. Outra questão importante levantada por Gabriel durante o evento foi a responsabilidade do advocacy em levantar discussões relevantes para a sociedade civil. Pensando nessa perspectiva, Arquias contou como é feito esse trabalho de mobilizar as pessoas, formular uma pauta e apresentá-la aos tomadores de decisão. “A base desse trabalho é o diálogo. Mas, mais importante do que saber se comunicar e falar bem, é saber escutar.”, afirma Arquias. Para refinar as pautas e iniciar o processo decisório na política, o profissional de advocacy deve ter o compromisso ético de entender todas as perspectivas do problema. Só assim ele estará apto a apresentar possíveis soluções para as diferentes partes envolvidas. Já sobre a participação social, essa deve ser uma das práticas defendidas pelos profissionais de advocacy, pois na visão do especialista, o representante das pautas não deve ofuscar o grupo a quem ele representa, garantindo a sua legitimidade. Os grupos de interesse da sociedade civil e os representantes devem trabalhar em parceria, uma vez que é dever dos profissionais de advocacy agregar valor à matéria por meio da competência técnica e qualidade política para o debate com os decisores. Avaliando o sucesso das campanhas de advocacy Arquias discutiu a importância de avaliar o sucesso das campanhas de advocacy e mencionou alguns indicadores que podem ser usados para essa avaliação. Ele ressaltou que, embora a mensuração do trabalho ainda esteja em desenvolvimento, especialmente no contexto internacional, existem algumas maneiras de avaliar o impacto das campanhas. "O primeiro passo para avaliar o sucesso de uma campanha de advocacy é definir claramente seus objetivos. Isso pode incluir a aprovação de uma lei, a renovação de uma política pública, ou a mobilização de autoridades em prol de um posicionamento.”, pontua. Além disso, a quantidade de autoridades e parceiros que foram mobilizados em prol da campanha; a quantidade e qualidade de conteúdo produzido, como relatórios, documentos de pesquisa e artigos; e alcance de engajamento da campanha são outros indicadores que devem ser acompanhados. Um exemplo de política pública bem-sucedida, mencionado por Arquias, é a Lei Maria da Penha. Neste projeto, o advocacy desempenhou um papel fundamental na promoção por mudanças na legislação brasileira sobre a violência doméstica. Nos momentos finais da conversa, Arquias também falou sobre como a tecnologia tem impactado as práticas de advocacy. Desde atividades relacionadas à comunicação até o monitoramento legislativo, as novas tecnologias têm ganhado espaço nas campanhas. “Acompanhar a agenda de autoridades e as matérias discutidas no Congresso Nacional facilita bastante o nosso preparo para o diálogo com os mandatos que podem ser mais abertos para as nossas pautas.”, destaca Arquias. No entanto, na opinião do especialista, é preciso ter cautela ao utilizar a inteligência artificial e não deixar de lado a experiência e análise humana. Afinal, o advocacy é embasado no senso crítico e relacionamentos. Para assistir ao evento completo, acesse este link! Gostou da conversa? Então faça a sua inscrição gratuita na Comunidade Inteligov e participe dos próximos eventos!

  • A inteligência legislativa na formulação de políticas públicas

    Para quem acredita que a inteligência artificial (IA) é assunto de ficção científica, vale a pena repensar o quanto essa ferramenta pode transformar a atuação de quem atua com relações governamentais. Esse tipo de tecnologia permite facilitar a coleta e organização de informações, contribuindo para uma leitura mais dinâmica e assertiva dos dados coletados. Além disso, é possível encontrar nas ferramentas tecnológicas meios para melhorar a gestão de times e contribuir na produtividade. No entanto, esses processos sozinhos não servem para montar estratégias que influenciem tomadores de decisão na política, por exemplo. A combinação entre os métodos que otimizam a realização de tarefas por meio de IA e a análise crítica de profissionais resulta no que pode ser caracterizado por inteligência legislativa. A inteligência legislativa refere-se ao uso de tecnologia e análise de dados para apoiar o trabalho que envolve o processo legislativo. Ela abarca a busca por informações, estudo e interpretação de dados relevantes para a elaboração de leis e tomada de decisões legislativas. Esse processo é essencial para que legisladores e suas equipes tenham acesso a um conteúdo preciso sobre questões políticas, sociais, econômicas e jurídicas. Ao analisar essas informações, a inteligência legislativa pode ajudar a identificar problemas emergentes, tendências, lacunas na legislação existente e possíveis soluções. Ela também pode auxiliar na avaliação do impacto potencial de novas políticas e leis. Em resumo, a inteligência legislativa é uma abordagem que busca fornecer aos legisladores informações relevantes e análises embasadas para auxiliá-los na tomada de decisões e no desenvolvimento de políticas e leis mais eficazes. O passo a passo da inteligência legislativa No complexo cenário político atual, influenciar na elaboração de políticas públicas eficientes e embasadas é um dos grandes desafios para quem atua com lobby, advocacy e relações governamentais. Uma das maiores dificuldades desses profissionais é lidar com a alta produção de informações e saber identificar quem são os atores que podem contribuir positivamente com os seus planos de ação. Diante da vasta quantidade de posicionamentos disponíveis, como os parlamentares, por exemplo, podem identificar problemas, acompanhar tendências e aproveitar oportunidades para promover mudanças significativas? Veja a seguir algumas das situações em que a inteligência legislativa pode revolucionar a forma como as políticas públicas são construídas. Monitoramento O primeiro passo para obter sucesso em um planejamento governamental é saber o que está acontecendo no menor tempo possível. A inteligência legislativa desempenha um papel crucial nesse processo, permitindo a coleta e análise de informações em tempo real. É importante destacar que a IA não vai identificar o problema sozinha. O profissional deverá entender sobre o contexto do problema para saber o que deve procurar por meio de ferramentas especializadas. Insights Conseguir olhar para os dados monitorados e extrair quais são as informações relevantes. Nesse sentido, a inteligência legislativa seria a combinação de tecnologias capazes de cruzar informações e criar relatórios personalizados, para que o profissional identifique quais são os indicadores que podem orientar a formulação de políticas públicas que respondam às necessidades dos stakeholders envolvidos. Inteligência preditiva A inteligência legislativa também deve ajudar a identificar as oportunidades para promover mudanças no cenário político. Nesse sentido, analisar quais são as tendências de um setor e entender quais são os riscos envolvidos na tomada de decisão pode ser crucial no momento de escolher um caminho para trilhar. Inteligência contextual Como as relações governamentais são baseadas nas relações humanas, habilidades como “análise de sentimento” (entender se num discurso o posicionamento é contrário ou favorável), são muito importantes para mapear as partes interessadas e direcionar estratégias de engajamento, por exemplo. Outro ponto fundamental é a "extração de entidades", em que é possível verificar se no discurso foi mencionado um nome, marca, organização ou qualquer dado que precise ser destacado. Trabalho em equipe Ter a possibilidade de fazer com que vários profissionais ou diversas equipes colaborem em um planejamento, gerando mais valor sobre a base de informações, também é uma das premissas da inteligência legislativa. Partindo do princípio que esse tipo de inteligência pode ser conceituada pela extração de informações acionáveis dos dados legislativos quantitativos e qualitativos, é possível entender que há muitos caminhos para desenvolver a inteligência legislativa. Ou seja, por meio do cruzamento de dados quantitativos (número de proposições, projetos que tramitam em cada comissão, relatorias, etc.) e qualitativos (entender o ambiente político e a correlação de forças vigentes, as tendências pessoais dos principais stakeholders), é possível extrair possibilidades diversas para uma atuação estratégica. Os benefícios da inteligência legislativa Agora que entendemos os conceitos fundamentais da inteligência legislativa, vamos explorar alguns benefícios práticos que essa abordagem pode trazer para a formulação de políticas públicas. Maior participação pública: A utilização de ferramentas tecnológicas e plataformas online pode facilitar o envolvimento da sociedade no processo legislativo, permitindo que os cidadãos contribuam com suas opiniões e propostas. Isso pode ampliar a visão de quem monitora os problemas sociais. Avaliação de impacto: A inteligência legislativa permite avaliar o impacto potencial de novas políticas antes de sua implementação, identificando possíveis consequências e ajustando as medidas propostas, o que contribui para a tomada de decisões mais informadas e responsáveis. Promoção da transparência: A disponibilização de informações atualizadas e análises embasadas promove a transparência no processo legislativo, aumentando a confiança da sociedade nas instituições e fortalecendo a democracia. Se você deseja elaborar estratégias contando com a inteligência legislativa, entre em contato conosco e saiba como a Inteligov pode auxiliar o seu departamento. Nosso sistema SaaS oferece, além do monitoramento de proposições, ferramentas de gestão das informações, facilitando o trabalho do dia a dia da sua equipe. Peça uma demonstração e conheça as nossas soluções!

  • O mandato parlamentar na nova política

    Em meio a diversos problemas sociais e econômicos que se agravam ano após ano, é cada vez mais evidente a necessidade de se construir uma nova política. Nos moldes tradicionais, em que a atenção fica voltada para as convicções do parlamentar, não há espaço suficiente para a participação da sociedade na busca por soluções que melhorem a vida da população. Na tentativa de mudar a forma como a política é feita, especialistas da área preocupados em garantir a construção de projetos que tenham efeito positivo para os cidadãos, têm reformulado os processos que orientam um mandato parlamentar. Para entender mais sobre como funciona um mandato parlamentar na nova política, a Comunidade Inteligov recebeu Thayene Rocha, chefe do gabinete Aba Reta na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O caminho até a política Thayene é uma cientista política e comunicóloga, com mais de dez anos de experiência nas áreas de relações institucionais e governamentais (RIG), com foco em comunicação política e estratégias eleitorais. Ao longo de sua carreira, na iniciativa privada e terceiro setor, participou ativamente de quatro eleições, incluindo eleições gerais e municipais, desempenhando um papel fundamental como coordenadora das duas campanhas do deputado distrital Max Maciel. Além disso, é cofundadora do coletivo de mulheres "Nós por Nós", uma organização que tem influência na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF). Por ter acumulado experiência em diferentes setores, como em campanhas eleitorais, consultorias, empresas privadas e de terceiro setor e agências de comunicação, Thayene acredita que foi essa bagagem bastante diversa que a encaminhou para assumir a chefia de um gabinete. A cientista política também lembrou de sua passagem pela Inteligov, onde atuou como especialista em soluções de RIG. Quando iniciou na startup, Thayene deparou-se com o desafio de unir as relações governamentais com o setor de vendas, e acredita que esse foi um passo bastante importante para que pudesse desenvolver ainda mais suas habilidades de liderança. “Como a Inteligov foi a minha última experiência antes de me juntar à equipe, sinto que o conhecimento ficou muito fresco em minha mente e eu pude colocar em prática tudo o que eu aprendi neste novo desafio.”, destaca” Comunicação assertiva para criar conexões Engana-se quem acredita que a nova política é sinônimo de juventude e novos rostos ocupando cadeiras nos Poderes Legislativo e Executivo. Thayene explica que a nova política não se faz apenas por trazer gente jovem para o parlamento. “Muitos jovens no ambiente político possuem condutas e formas de liderança ultrapassadas, e nada se diferem de parlamentares que estão no poder há 20, 30 anos”, pontua. O que precisa ser feito é manter coerência entre o discurso e a prática, seja na hora de montar a equipe do gabinete, no momento de traçar as estratégias que vão moldar o mandato e na maneira de conduzir os processos. Essa é a verdadeira renovação, acredita Thayene. Nesse sentido, Juliana Gomes, diretora de comunicação e marketing da Inteligov, atenta para a importância de saber dialogar com a sociedade sobre quais os objetivos da nova política, e questiona Thayene sobre como ela encontrou o caminho para fazer esse tipo de comunicação. “Eu cresci observando essa transição, essa transformação política, e percebi isso no dia a dia, seja nas relações governamentais e na comunicação”, comenta Thayene. As redes sociais, por exemplo, são parte importante de como vemos a comunicação na nova política. Em meados de 2013, os parlamentares ainda tinham dúvidas de como e se deveriam se comunicar por ali. Em 2014, já não era possível fugir dessa realidade, lembra Thayene. E, por mais que a utilização das redes sociais não signifique o sucesso da comunicação na nova política, elas assumiram um papel fundamental nos mandatos e no marketing político. Thayene chama a atenção para a quantidade de votos (35.758) que o deputado distrital Max Maciel recebeu para ser eleito. Por se tratar de um novo candidato, de um parlamentar sem mandato ativo, que teve o voto mais barato da CLDF, dentre todos os eleitos, a chefe de gabinete credita muito do bom resultado que obtiveram pela eficiência do trabalho da comunicação e mobilização nas redes sociais. “Nossa comunicação foi muito assertiva. Nós sabíamos exatamente com quem deveríamos nos comunicar durante o processo eleitoral, ao mesmo tempo que fazíamos um movimento de rua mais tradicional.”, destaca. Thayene ainda conta que um dos grandes diferenciais das redes sociais do deputado Max Maciel são os conteúdos educativos, que falam diretamente com seus eleitores e que abordam temáticas de pautas prioritárias, como a mobilidade urbana. “Em nossa narrativa, nós contamos a história das pessoas, das cidades, dos projetos, e não só exaltamos resultados”, afirma. Equipe diversa para fazer a diferença Uma das primeiras preocupações no momento de montar a equipe do gabinete foi a de contar com o maior número possível de mulheres, sem deixar de conciliar com as escolhas técnicas e políticas. Thayene explica que uma estrutura estratégica com muitas mulheres é algo pouco visto nos mandatos, porém contar com a diversidade feminina poderia agregar qualidade ao trabalho que desejavam desenvolver. Então, para se preparar para a montagem da equipe, conversou muito com outras lideranças que pudessem apoiá-la nesse desafio. Durante o processo, Thayene também buscou entender quais as dificuldades de se encontrar pessoas qualificadas para os cargos. Ela diz que é muito comum ver pessoas da área dizerem não ser possível encontrar na diversidade profissionais capacitados, porém, acredita que também é um dever de quem contrata saber ponderar as exigências feitas para o cargo. Dessa forma, descobriu como poderia montar um gabinete técnico, sem deixar de atender às expectativas de um mandato periférico. O ambiente diverso e inclusivo fez com que o olhar para pautas mais significativas para a população estivesse presente em todos os passos das estratégias. Isso fez com que o gabinete se tornasse uma referência para quem também vislumbra a atuação nos moldes da nova política. Ao final da conversa, Thayene também exaltou a importância de manter a boa informação sobre quais ações estão sendo colocadas em prática no mandato, além de prezar pela transparência da destinação dos recursos públicos utilizados. Para conferir o evento completo, faça a sua inscrição gratuita na Comunidade Inteligov e tenha acesso a todos os vídeos de encontros anteriores.

  • O valor das atividades de relações governamentais

    No atual cenário empresarial, em que as empresas estão cada vez mais sujeitas a regulamentações e mudanças políticas, os profissionais de relações governamentais desempenham um papel fundamental. Eles são os responsáveis por estabelecer estratégias eficazes de interação com o governo e influenciar políticas públicas para beneficiar suas organizações. No entanto, para se destacarem nessa área, é necessário adotar métodos que otimizem a rotina de busca e análise de dados governamentais. Neste artigo, exploraremos como essas práticas podem gerar valor para a empresa. Compreensão dos stakeholders e suas necessidades Uma das práticas mais importantes para os profissionais que atuam na linha de frente da defesa de interesses é cultivar relacionamentos. Ter facilidade em compreender profundamente os stakeholders envolvidos na tomada de decisão política pode significar um grande benefício no momento de montar estratégias de engajamento. Ao coletar dados relevantes sobre os stakeholders, como histórico político e posicionamentos, os profissionais de relações governamentais podem personalizar suas abordagens e mensagens para cada audiência específica. Essa personalização aumenta a probabilidade de sucesso na influência de políticas públicas e na defesa dos interesses, o que nos leva a destacar outra prática fundamental: o estabelecimento de parcerias estratégicas. Os profissionais de relações institucionais e governamentais, (RIG), devem pensar em construir relações com atores para além da política. Essas parcerias podem ser estabelecidas com outras organizações, associações setoriais, ONGs e até mesmo com empresas de setores próximos de sua operação. Ao colaborar com outras entidades que compartilham interesses e objetivos semelhantes, os profissionais de RIG podem fortalecer sua influência e capacidade de moldar políticas públicas. Essas parcerias estratégicas oferecem diversas vantagens, como: Ampliação do alcance: Ao unir forças com outras organizações, é possível ampliar o alcance das mensagens e argumentos, alcançando um número maior de legisladores e influenciadores políticos. Isso pode aumentar a visibilidade e a relevância das propostas defendidas pelas empresas. Maior legitimidade: Ao associar-se a entidades respeitadas e reconhecidas no setor, as empresas ganham maior legitimidade perante o governo e a sociedade. Essa legitimidade fortalece a credibilidade das posições defendidas e aumenta as chances de sucesso na influência de políticas públicas. Troca de conhecimento e recursos: As parcerias estratégicas permitem o compartilhamento de conhecimento, experiências e recursos entre as organizações envolvidas. Essa troca enriquece a capacidade de análise e formulação de estratégias, agregando maior valor às atividades de relações governamentais. É importante ressaltar que o estabelecimento de parcerias estratégicas requer um cuidadoso processo de seleção e construção de relacionamentos sólidos. É fundamental identificar organizações com interesses e valores alinhados, bem como estabelecer canais de comunicação eficientes e transparentes. Monitoramento e antecipação de cenários As regulamentações governamentais podem ter um impacto significativo nas operações e no ambiente de negócios de uma empresa. Portanto, é fundamental identificar e compreender antecipadamente as mudanças regulatórias que possam afetar a organização. Com o uso de ferramentas adequadas, é possível automatizar o processo de monitoramento legislativo, economizando tempo e recursos. Essas ferramentas permitem filtrar informações relevantes, receber alertas em tempo real sobre mudanças e acompanhar o progresso dos projetos de lei. Dessa forma, os profissionais de relações governamentais podem se concentrar na análise estratégica e na tomada de decisão informada. Ao antecipar o impacto regulatório, esses especialistas podem se preparar de forma proativa, minimizando riscos e aproveitando oportunidades. Aqui estão alguns aspectos importantes a serem considerados na prática da antecipação do impacto regulatório: Monitoramento constante: É essencial acompanhar de perto as mudanças regulatórias em andamento. Isso inclui monitorar projetos de lei, políticas propostas, discussões legislativas, regulamentações em consulta pública e outras fontes de informação relevantes. O uso de ferramentas de monitoramento legislativo automatizado pode facilitar esse processo, fornecendo atualizações em tempo real e alertas sobre alterações relevantes. Análise de tendências: Além de acompanhar eventos legislativos individuais, é importante analisar as tendências e padrões emergentes. Identificar tendências regulatórias pode ajudar a prever o direcionamento futuro das políticas e regulamentações. Por exemplo, se houver um aumento das discussões sobre questões ambientais, é possível prever que medidas regulatórias mais rigorosas neste campo possam estar por vir. Avaliação de impacto: Uma vez identificadas as mudanças regulatórias em potencial, é necessário avaliar seu impacto na empresa. Isso envolve analisar como as novas regulamentações afetam as operações, a conformidade, os custos, a competitividade e outros aspectos relevantes. Essa avaliação pode ser feita em colaboração com equipes internas, como jurídica, conformidade, finanças e operações. Com base na análise de impacto, os profissionais de relações governamentais podem desenvolver estratégias para lidar com as mudanças regulatórias. Isso pode envolver o engajamento proativo com órgãos governamentais, legisladores e outras partes interessadas relevantes. O objetivo é influenciar a formulação das políticas públicas, propor alterações benéficas e defender os interesses da empresa. Tomada de decisão embasada em dados Após compreender os stakeholders e contar com o monitoramento de dados governamentais para estruturar possíveis cenários, o profissional de RIG é capaz de oferecer uma visão mais analítica para a tomada de decisão. A primeira etapa para a tomada de decisão embasada em dados é a coleta e análise de informações relevantes. Isso pode envolver a busca de dados governamentais, estudos de impacto, pesquisas de opinião pública, relatórios setoriais e outras fontes confiáveis de dados. A tecnologia desempenha um papel crucial nesse processo, permitindo o acesso a uma ampla gama de informações e ferramentas de análise avançada. É importante garantir que os dados utilizados sejam confiáveis e de qualidade. Isso implica na verificação da fonte dos dados e na avaliação da metodologia de coleta. A verificação cruzada de diferentes fontes e a consulta a especialistas podem ajudar a garantir a validade e a robustez dos dados utilizados. Além de coletar as informações, é necessário analisá-las em busca de tendências e padrões significativos. Isso pode envolver o uso de técnicas estatísticas, relatórios e visualização de dashboards. Ao final desse processo, os profissionais de relações governamentais devem ser capazes de sintetizar informações complexas e apresentar os resultados de forma clara e convincente para as partes interessadas internas e externas. Mostrar o valor das atividades das relações governamentais é um dos objetivos da Inteligov. Por meio do monitoramento automatizado e inteligência artificial auxiliamos empresas de diversos segmentos a coordenar estratégias mais eficazes. Entre em contato com a nossa equipe e confira os benefícios da Inteligov para a sua rotina!

  • Como fazer advocacy no terceiro setor

    A prática de advocacy no terceiro setor ainda é algo que gera muitas dúvidas entre os profissionais que atuam na área das Relações Institucionais e Governamentais (RIG). Isso porque existem algumas peculiaridades na hora de estruturar essas atividades. Pensando em desmistificar o assunto, a Comunidade Inteligov promoveu um evento especial. Para falar sobre RIG no terceiro setor, Raphael Caldas, fundador e CEO da Inteligov, recebeu Marcello Fragano Baird, mestre e doutor em ciência política, professor de Relações Internacionais na ESPM e Administração Pública na FGV, e coordenador de advocacy na ACT Promoção da Saúde. Confira os principais destaques do encontro no artigo que preparamos! Iniciando a carreira em advocacy No início da conversa, o professor conta sobre como surgiu o seu interesse por ciência política e destacou o trabalho que realizou com assessor na Secretaria Municipal de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo. De acordo com ele, embora a Secretaria Municipal de Relações Internacionais funcionasse mais como uma “Secretaria meio”, ou como um apoio que conectava as Secretarias de Cultura e Estrutura com as Secretarias correlatas em outras cidades do mundo com as quais tinham parceria, era muito bom participar ativamente das iniciativas públicas. “Foi ali que eu comecei a tomar gosto pelo setor público e por políticas públicas. Era muito bom participar da construção de projetos que pudessem impactar positivamente a vida das pessoas.”, explica Baird. Após esse período na prefeitura, que durou três anos, Baird iniciou o seu mestrado em ciência política depois de descobrir que gostaria de pesquisar o lobby e a influência política. “A contribuição brasileira nas ciências políticas é muito rica no que diz respeito ao entendimento do Poder Legislativo, votações, presidencialismo de coalizão, mas que acaba ficando restrito a esses aspectos, deixando de abordar com detalhes os grupos de interesse que influenciam no funcionamento das políticas públicas.”, detalha. Na sequência do término de seu mestrado, deu início ao doutorado, também voltado para o estudo das políticas públicas, e foi aí que teve a sua primeira experiência direta com o advocacy, trabalhando como coordenador de advocacy no Instituto Sou da Paz, organização não governamental (ONG) que atua no combate à violência e ficou conhecido por fazer campanha para reforçar a legislação do controle de armas no Brasil. No início, Baird esteve envolvido diretamente na área de pesquisa, para colher dados que pudessem influenciar o setor público. Só algum tempo depois começou a atuar mais ligado ao Congresso, e entendeu como se praticava o lobby. Sua carreira também conta com a participação em outras ONGs, como a Endeavor, como gerente de mobilização, onde teve a chance de estruturar a área de advocacy. Além do seu trabalho em ONGs, Baird dá aulas desde 2012. Há seis anos como professor na ESPM, leciona para o curso de Relações Internacionais com ênfase em instituições políticas e relações governamentais, explicando a visão de quem atua no presidencialismo de coalizão. Já na FGV, dá aulas no MBA de Relações Governamentais, detalhando o processo legislativo, e também na grade de Administração Pública da graduação e do mestrado, sobre advocacy. Este foi o primeiro semestre em que a disciplina foi inserida na grande, indicando como o conhecimento sobre a área está sendo cada vez mais necessário. O que é o terceiro setor? Na categorização clássica temos o primeiro setor como sendo o setor público, ou seja o Estado, os governos, os Três Poderes. Já o segundo setor é o mercado, o setor privado, que visa ao lucro. O terceiro setor não é o mercado nem o Estado, mas é privado e não visa o lucro, explica Baird. O terceiro setor pode servir como um apoio ao Estado, onde os governos não conseguem alcançar, visando um auxílio social econômico. Como exemplo podemos pensar nas fundações, instituições, sindicatos, ONGs, em que todas são entidades de direito privado que visam a contribuição para o bem público. Quando falamos especificamente de ONGs, as pessoas pensam em algo pequeno, de bairro, que distribui cesta básica, aponta o professor. “Certamente diversas ONGs possuem parcerias com o governo para prestar esse serviço que o Estado não consegue desempenhar. Mas um número menor de ONGs está focada em fazer advocacy.”, destaca Baird. Ele explica que é uma fatia praticamente irrisória, se comparada a totalidade das ONGs, pois para se fazer esse trabalho de influenciar o setor público é necessário uma estrutura diferente. Nesse sentido, Caldas questiona se as associações também podem ser vistas como empresas do terceiro setor. Baird então afirma que sim, e explica que se essa empresa não está visando o lucro propriamente dito, mas a defesa de interesses de uma classe, é uma empresa de terceiro setor. Porém, também há diferenças entre essas empresas, pois as associações, por exemplo, não visam o lucro necessariamente, mas visam o desenvolvimento econômico de um setor específico, por meio da interlocução entre o setor privado e o governo. Enquanto isso, outras organizações podem ter interesses difusos e não conectados entre si. Na prática, são vários tipos de empresas do terceiro setor a depender dos objetivos que desejam alcançar. O que é preciso para fazer advocacy no terceiro setor? Por se tratarem de empresas sem fins lucrativos, Raphael questiona quais são as dificuldades e as peculiaridades da atuação de empresas do terceiro setor e de profissionais de RIG que atuam nessa área. Marcello destaca como uma das principais dificuldades a obtenção de recursos, em que muitas vezes as organizações dependem de financiamento. Também explica que ONGs que defendem interesses difusos, como é o caso de temas de saúde e educação, precisam adequar as suas estratégias, pois podem atuar de maneira mais ampla ou mais restrita. “Enquanto profissional de advocacy, eu estou em tudo que é área. Eu atuo com estratégias no Executivo e Legislativo, vou atrás de dados que me faltam para apresentar no Congresso, puxo a comunicação para fazer campanhas ou tuitaço quando preciso influenciar um parlamentar, dou sugestões para o jurídico, ou seja o trabalho é fluído e abrangente.”, conta Baird. Ter afinidade com comunicação, gestão de projetos, sistema político, gostar de atuar de maneira bastante diversa: esses são alguns dos requisitos para se atuar em empresas do terceiro setor. O trabalho vai desde o estudo do setor até a preparação de relatórios para apresentar no Congresso. De acordo com Baird, é uma atuação bastante diversa. Já sobre o financiamento das campanhas de advocacy, Caldas pergunta sobre situações delicadas, em que são questionadas as situações sobre os recursos que a ONG recebeu. Nesse sentido, Baird explica que essas empresas precisam atuar de maneira mais transparente possível, informando de onde provêm os recursos, e cita que geralmente as grandes organizações recebem recursos de fundações internacionais. “É preciso ter ciência de que uma organização pode receber financiamento de um bilionário que tem interesses na pauta que vai ser defendida. Por isso é necessário separar as atividades que a ONG vai desempenhar do que é de interesse do financiador, muitas vezes utilizando até um intermediário para auxiliar nesse processo, garantindo que não haja nenhuma interferência.”, destaca Baird. Os pilares para se atuar por uma causa Fazer pesquisas, investir em comunicação estratégica, educar e engajar a população: tudo isso faz parte de uma estratégia de advocacy. De acordo com Marcello, o lobby é mais uma dessas práticas, caracterizada pela defesa de interesses perante decisores públicos. Caldas questiona quais seriam as práticas essenciais para se fazer advocacy no terceiro setor. Para Marcello, o advocacy pode ser dividido em quatro pilares: Produção de conhecimento: quem quer influenciar políticas públicas precisa gerar conhecimento e se basear em dados concretos e científicos. Comunicação: comunicar para a população e para os políticos, no sentido de educar e engajar. Mobilização: atuar na construção de uma rede. Não é possível influenciar nada sozinho. É necessário chamar a atenção para o seu tema e construir coalizões para ganhar força na sua causa. Lobby: a atuação direta na defesa de interesses junto aos atores públicos, por exemplo em audiências públicas e reuniões, onde você será notado pelo poder público. Já no fim da conversa, o CEO da Inteligov quer saber a opinião do convidado sobre a situação do presidencialismo de coalizão no Brasil. Marcello demonstra preocupação, e explica que os presidentes no país apresentam dificuldades em construir coalizões para governar. Um dos pontos positivos, porém, é a reforma política de 2017, que propôs a diminuição de partidos políticos, que na prática reduz o número de atores envolvidos no processo de coalizão. No entanto, o Legislativo está ganhando força frente ao Executivo no Brasil, com o uso das emendas, por exemplo, como ocorreu com o orçamento secreto. “A qualidade das políticas públicas é prejudicada, ao mesmo tempo em que é retirada a possibilidade de ação do Executivo, resultando numa possível crise institucional.”, aponta Baird. Para ter acesso ao evento completo, clique aqui e assista ao vídeo. Aproveite e faça a sua inscrição gratuita na Comunidade Inteligov e não perca mais nenhum evento exclusivo! Nós esperamos por você!

  • Políticas de saúde no Brasil: desafios e oportunidades para profissionais de RIG

    A área da saúde no Brasil enfrenta constantes desafios, desde o acesso aos serviços até a garantia da qualidade e efetividade dos cuidados. Nesse contexto, as políticas de saúde desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar da população e na garantia de um sistema de saúde mais eficiente. Os profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) são responsáveis por atuar estrategicamente na articulação e defesa dessas políticas, trabalhando como intermediários entre os diversos atores envolvidos no processo decisório. Neste artigo, discutiremos a importância da participação social na construção das políticas de saúde e como os profissionais de RIG podem contribuir para esse processo. As políticas públicas de saúde no Brasil É por meio da legislação brasileira que se estabelecem as bases para a implementação das políticas públicas de saúde. Nesse sentido, é possível destacar a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/90), que define os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil possui um sistema de saúde público universal, o SUS, que busca garantir o acesso equitativo e integral aos serviços de saúde para toda a população. No entanto, apesar dos avanços, ainda são enfrentadas dificuldades como a falta de financiamento adequado, a desigualdade regional e a baixa efetividade de algumas políticas. De acordo com o texto da Lei 8.080, o SUS tem como objetivos principais: a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes de saúde; a formulação de política de saúde destinada a promover as condições indispensáveis ao pleno exercício da saúde; e a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação de saúde. No sentido de atualizar o dever e compromisso social do SUS, vale destacar o projeto de lei de Responsabilidade Sanitária (PL 1.746/2019), aprovado recentemente pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta visa delimitar com maior detalhamento a responsabilidade da União, de estados e municípios sobre a área da saúde. Essas propostas exemplificam a importância da participação social e abrem espaço para a atuação dos profissionais de RIG na defesa dos interesses de todos os stakeholders envolvidos. A atuação dos profissionais de RIG na saúde Os profissionais de RIG são responsáveis por estabelecer canais de comunicação entre as instituições governamentais e os diversos atores da sociedade, como organizações do terceiro setor, associações médicas, indústria farmacêutica e outros grupos de interesse. Eles desempenham um papel fundamental na elaboração de propostas, na articulação política e na defesa de interesses relacionados à saúde. Esses profissionais podem atuar na formulação de estratégias de advocacy, influenciando a tomada de decisões por meio de argumentações embasadas em evidências científicas e dados epidemiológicos. Além disso, podem atuar no estabelecimento de parcerias entre os setores público e privado, visando a implementação de ações conjuntas para o fortalecimento do sistema de saúde. Dentre os temas atuais que demandam a atuação dos profissionais de RIG na área da saúde, destaca-se a vacinação em massa contra a COVID-19. Durante a pandemia, esses profissionais foram determinantes na articulação entre o governo, os laboratórios e a população, garantindo o acesso rápido e seguro às vacinas. Outro tema relevante é a regulação de medicamentos e insumos. Nesse contexto, a atuação desses profissionais pode contribuir para a agilidade e a segurança na aprovação de novos medicamentos e tecnologias, bem como para a garantia da qualidade dos produtos disponíveis no mercado. Além de contribuir para a inovação tecnológica, pesquisas e regulamentação, os profissionais de RIG também estão diretamente envolvidos no enfrentamento das dificuldades do setor, como a falta de financiamento adequado, a má distribuição de recursos e a fragmentação das ações de saúde. Nesse sentido, a participação social é essencial. É fundamental que os profissionais de RIG estimulem a participação ativa da sociedade na construção das políticas de saúde, seja por meio de consultas públicas, audiências, fóruns ou outras formas de engajamento. Participação social nas políticas de saúde A escuta ativa dos cidadãos e a incorporação de suas demandas e experiências contribuem para a formulação de políticas mais adequadas e alinhadas às necessidades da população. Diversos exemplos demonstram como a participação social influenciou positivamente as políticas de saúde no Brasil. A criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que é referência mundial em vacinação, é um exemplo emblemático. Esse programa foi construído com a participação ativa de especialistas, sociedade civil e profissionais de saúde, resultando em uma política de sucesso reconhecida internacionalmente. Outro exemplo é a Política Nacional de Saúde Mental, que teve um amplo processo de discussão e participação social antes de sua implementação. A participação de usuários, familiares, profissionais de saúde e demais stakeholders contribuiu para a construção de uma política mais humanizada, que prioriza a reinserção social e a valorização dos direitos humanos. Ainda como uma ferramenta da participação social na construção das políticas públicas de saúde, vale mencionar o patient advocacy. O patient advocacy, ou defesa do paciente, refere-se a um conjunto de ações e atividades realizadas por indivíduos ou organizações com o objetivo de promover e proteger os direitos dos pacientes no sistema de saúde. Os defensores do paciente atuam como intermediários entre os pacientes e os prestadores de cuidados de saúde, ajudando-os a entender seus direitos e a acessar os cuidados de que precisam. Eles também trabalham para garantir que os pacientes sejam tratados com dignidade, respeito e em conformidade com os padrões éticos e legais. Além disso, os defensores também desempenham um papel na educação dos pacientes, capacitando-os para tomar decisões informadas sobre sua saúde, cuidados médicos, informações sobre medicamentos e até orientações sobre o funcionamento de planos de saúde. Monitoramento de políticas de saúde Para auxiliar a tomada de decisão sobre as políticas de saúde, existem recursos e ferramentas disponíveis. Dentre eles, destacam-se os sites e portais governamentais, como o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, que disponibilizam informações e canais de comunicação para a sociedade. Além disso, é fundamental estar atento a organizações da sociedade civil, associações de pacientes e entidades representativas da área da saúde, que podem fornecer informações relevantes e atuar como parceiros estratégicos na defesa de políticas públicas de qualidade. Com a Inteligov, plataforma de monitoramento governamental, é possível realizar o acompanhamento de todas as movimentações e decisões tomadas na área da saúde, desde as Casas Legislativas até órgãos reguladores. Peça uma demonstração e veja como as nossas soluções podem te ajudar a transformar as políticas de saúde no Brasil.

  • Acompanhamento e Avaliação de Políticas Públicas

    No atual cenário político, é essencial que as políticas públicas sejam desenvolvidas e implementadas de maneira eficiente, visando atender às demandas sociais. Nesse contexto, o acompanhamento e avaliação de políticas públicas desempenham um papel fundamental. Neste artigo, abordaremos a importância desse trabalho, quem são os profissionais envolvidos e como eles chegam aos resultados obtidos. O papel dos profissionais no acompanhamento e avaliação de políticas públicas Os profissionais responsáveis pelo acompanhamento e avaliação dos projetos têm a tarefa de monitorar e analisar o desempenho das ações governamentais. São especialistas que entendem como acontecem todas as fases do ciclo de políticas públicas. Eles podem atuar em diversas áreas, como relações governamentais, institucionais e public affairs. Assim, são determinantes para a promoção da transparência, efetividade e accountability das políticas implementadas. Além disso, também são responsáveis por coletar, organizar e analisar dados relevantes para mensurar os resultados das políticas públicas em diferentes áreas, como saúde, educação, segurança pública, meio ambiente, entre outras. Eles utilizam uma série de técnicas e métodos, incluindo pesquisas, indicadores, análise estatística e consulta pública, para obter informações precisas e embasadas sobre o desempenho das políticas. Existem vários atores envolvidos no acompanhamento e medição das políticas públicas no Brasil, dependendo da política específica em questão e do nível de governo responsável por sua implementação. Alguns dos principais atores incluem: Órgãos governamentais: Os órgãos governamentais responsáveis pela implementação das políticas públicas também são geralmente responsáveis por monitorar e avaliar seus resultados. Isso pode incluir ministérios, secretarias estaduais e municipais, autarquias, empresas públicas e outros órgãos públicos. Órgãos de controle: Os órgãos de controle, como os tribunais de contas, têm a função de fiscalizar a execução das políticas públicas e garantir o cumprimento das leis e normas. Eles também podem realizar auditorias e outras formas de avaliação para verificar se os recursos foram utilizados de forma adequada. Organizações da sociedade civil: Organizações da sociedade civil, como ONGs e associações comunitárias, muitas vezes têm um papel importante no monitoramento e avaliação das políticas públicas. Elas podem fornecer feedback e informações sobre a implementação das políticas, bem como realizar pesquisas e estudos para avaliar seus resultados. Think Tanks: Os think tanks também podem fornecer dados bastante contextualizados sobre os projetos, por meio de pesquisas empíricas e estudos de impacto. Universidades e centros de pesquisa podem conduzir estudos independentes para avaliar os resultados das políticas públicas e fornecer informações valiosas para os decisores políticos. Como acompanhar e avaliar as políticas públicas O acompanhamento e avaliação de políticas públicas são processos contínuos que envolvem diferentes etapas. Vamos destacar algumas das principais fases desse trabalho: Definição de indicadores: Os profissionais envolvidos na criação dos projetos estabelecem indicadores que permitem medir o impacto das políticas públicas. Esses indicadores devem ser claros, mensuráveis e relacionados aos objetivos estabelecidos para cada política. Coleta de dados: As informações devem ser baseadas por meio de diversas fontes, como pesquisas de opinião, levantamentos estatísticos, relatórios governamentais e registros administrativos. Essa coleta de dados pode ser feita de forma quantitativa e qualitativa, buscando captar tanto aspectos quantificáveis quanto percepções e impactos subjetivos. Análise de dados: Após a coleta, os dados são analisados para identificar tendências, padrões e resultados das políticas públicas. Isso envolve a aplicação de técnicas estatísticas e metodologias específicas para obter uma compreensão abrangente do desempenho dos projetos. Interpretação e comunicação dos resultados: Com base na análise dos dados, os profissionais interpretam os resultados e produzem relatórios e pareceres técnicos que comunicam de forma clara e acessível as conclusões e recomendações sobre as políticas públicas. Essa etapa é fundamental para subsidiar a tomada de decisão dos stakeholders e auxiliar na melhoria das políticas em vigor. A Importância do acompanhamento e avaliação de políticas públicas Ao compreender o impacto das políticas públicas e suas consequências para a sociedade, os especialistas envolvidos no processo podem melhor orientar suas estratégias e ações, promovendo um diálogo mais efetivo e uma participação mais informada nas decisões governamentais. O acompanhamento e avaliação de políticas públicas são fundamentais por diversas razões, e podem trazer benefícios como: Transparência e prestação de contas: Essas atividades contribuem para a transparência das ações governamentais, permitindo que a sociedade tenha acesso a informações sobre o desempenho e os resultados das políticas públicas. Isso promove a prestação de contas dos gestores públicos perante a sociedade, fortalecendo a democracia e a participação cidadã. Identificação de problemas e oportunidades: Esse processo permite identificar eventuais problemas ou falhas nas ações governamentais, bem como identificar oportunidades de melhoria. Ao identificar áreas de baixo desempenho, é possível redirecionar recursos e ajustar estratégias para alcançar os objetivos propostos. Aprimoramento das políticas públicas: Com base nos resultados obtidos, os profissionais podem fornecer recomendações para o aprimoramento das políticas públicas. Isso contribui para a efetividade e eficiência das ações governamentais, permitindo que os recursos sejam alocados de maneira mais adequada e que os resultados sejam maximizados. Apoio à tomada de decisão: Os resultados dos relatórios e pareceres técnicos fornecem subsídios concretos e embasados para a tomada de decisão dos gestores governamentais. Ao contar com informações confiáveis sobre o desempenho das políticas, é possível tomar decisões mais acertadas, evitando o desperdício de recursos e direcionando esforços para as áreas que demandam maior atenção. Nesse sentido, é fundamental reconhecer a importância do trabalho desses profissionais, especialmente para aqueles que atuam em RIG. Portanto, investir neste trabalho é um passo crucial para garantir a efetividade, transparência e prestação de contas no âmbito governamental, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e participativa. Pensando nisso, a Inteligov desenvolveu o monitoramento inteligente, ferramenta essencial para a coleta de dados governamentais. A facilidade em encontrar informações e gerar relatórios por meio da plataforma pode transformar a maneira como o acompanhamento e avaliação de políticas públicas é realizado. Confira as nossas soluções!

  • O papel de RIG estratégico nas empresas

    Você já se perguntou qual é o papel das relações institucionais e governamentais (RIG) na estratégia das empresas? Consegue diferenciar RIG e Relgov? Sabe quais são as habilidades fundamentais para ser um profissional de RIG excepcional? Para responder a essas perguntas, a Comunidade Inteligov contou com a participação de um dos grandes especialistas da área. Em um evento exclusivo para os membros da Comunidade, Antonio Totaro Neto, sócio fundador da TORO RIG, compartilhou um pouco da sua experiência e apresentou insights valiosos sobre o mercado de RIG. O evento trata-se de mais uma ação promovida pela Comunidade Inteligov, com o intuito de levar conhecimento para quem já atua ou está formando a sua carreira em RIG. Para isso, a equipe de marketing e comunicação organiza diversos encontros a fim de promover debates e networking entre os participantes. Dessa vez, o responsável por conduzir a entrevista foi Raphael Caldas, fundador e CEO da Inteligov. Logo no início da conversa, Caldas pediu para que Totaro contasse sobre a sua trajetória, passando pela construção de sua carreira em RIG e dando mais detalhes sobre a atuação de seu escritório. O especialista conta que é advogado e que iniciou a sua carreira em um grande escritório de advocacia. Em seguida, viu a sua atuação ser direcionada para empresas, na época a Colgate-Palmolive, e se deparou com um momento de alta demanda na prática concorrencial, percebendo outras questões importantes a serem trabalhadas, além das questões jurídicas. Pouco tempo depois, passou a fazer parte de uma empresa do setor de tabaco, onde firmou a sua percepção de que as relações para se conduzir alguns tipos de negócios, precisavam ganhar intensidade. Depois dessa experiência, passou a gerenciar uma parte da equipe jurídica da Ambev e na sequência foi direcionado para a área de relações institucionais e governamentais. Este foi o momento em que se sentiu satisfeito, pois passou a colocar em prática a expertise que já vinha desenvolvendo, agora em um time com o foco total em RIG. Com o passar dos anos, Totaro foi convidado a atuar internacionalmente, pela Ambev, para fazer RIG. Quando resolveu voltar ao Brasil, em meados de 2019, voltou a sua atenção para um mercado carente dessas práticas, onde poucos profissionais tinham a preocupação de gerar valor por meio das relações institucionais e governamentais. Assim nasceu a TORO RIG, de uma ideia de criar algo novo, e que internalizasse a cultura das práticas de RIG no mercado corporativo brasileiro. As diferenças entre RIG e Relgov Definir a atuação de uma área especializada em RIG e de Relgov, muitas vezes pode ser confuso para quem ainda não está familiarizado com essas atividades, de acordo com os especialistas. Neste momento da conversa, Caldas questiona Totaro sobre como é possível diferenciar essas duas práticas. Na visão de Totaro, as relações governamentais, ou Relgov, serão sempre definidas pela interação com o governo. Já o RIG, ele entende como uma atividade mais ampla, onde vários entes estão envolvidos nessas relações. Para exemplificar, Totaro conta como organiza os objetivos da TORO RIG: “Hoje temos quatro objetivos principais: a relação governamental propriamente dita; a questão reputacional, onde estão inseridos os conceitos ESG; as relações institucionais, como por exemplo com as associações; e a comunicação estratégica.”, explica Totaro. Caldas pontua que essa atuação mais estratégica tem despertado a atenção dos profissionais de RIG para as práticas ESG. Com isso, cita os riscos do greenwashing e da perda de reputação por empresas que não estão alinhadas com os fatores ambientais, sociais e de governança. Porém, a preocupação com o ESG é algo que já vem sendo observado por grandes empresas há muitos anos, só que antes tinha outras nomenclaturas, afirma Totaro. No entanto, o especialista destaca que, atualmente, o não investimento em boas práticas e a dificuldade em se definir metas pode impactar negativamente não só a reputação, mas a operação das organizações. O que é o RIG estratégico “As relações institucionais e governamentais precisam gerar valor”. É dessa forma que Totaro começa a definir o RIG estratégico. Ele explica que o RIG estratégico vai muito além de resolver problemas da empresa ou de defender os direitos da instituição, como seria o caso de um departamento jurídico. Ou seja, é a capacidade de minimizar os riscos de forma proativa em benefício da comunidade. “O RIG estratégico não está interessado em gerar valor para apenas uma das partes, mas na conciliação de todas as questões envolvidas, para se chegar a um denominador comum.”, afirma Totaro. O sócio fundador da TORO RIG lembra que a observação do que é possível ser feito para alcançar os objetivos da empresa e da comunidade não é subjetiva, ela é norteada pela lei. Logo, o que é subjetivo, ou o que a lei não estipula, deve ser estudado pelo RIG estratégico, para que as decisões tomadas acerca do tema sejam as menos arriscadas. Quando questionado por Caldas se também era possível desempenhar o RIG estratégico em empresas do terceiro setor, Totaro é categórico em afirmar que quando há a possibilidade de atuar na defesa de interesses, seja no sindicato, governo ou organização privada, há espaço para gerar valor, ou construir um legado, por meio do RIG estratégico. As qualidades para um profissional de RIG Também durante o bate-papo, pensando em orientar quem está iniciando na área, o CEO da Inteligov pediu para que Totaro indicasse quais são as habilidades fundamentais para um profissional excepcional em RIG. Para caracterizar este profissional, Totaro contextualiza o mercado corporativo, onde as demandas são praticamente todas urgentes e o ciclo de trabalho intenso. Logo, qualidades como proatividade, dinamismo e agilidade são fundamentais. Quanto às hard skills, o especialista acredita que são premissas, ou seja, todos que estão na área devem dominar essas competências. Nesse sentido, são as soft skills que vão se sobressair, destacando profissionais com uma escuta atenta, observadores e bons estrategistas, por exemplo. Por fim, Totaro cita a capacidade de imersão no tema em que o profissional está inserido: “O cliente, ou o empregador, não gosta de perceber que você não sabe do assunto, portanto é preciso estudar para se inteirar do setor.”, pontua. Antes de finalizar o evento, Caldas ainda abriu um espaço para perguntas feitas pelos membros da Comunidade. Foram abordadas questões sobre a mudança da relação entre os Poderes Executivo e Legislativo, dicas para fortalecer relacionamentos com stakeholders e uso de inteligência artificial nas estratégias de RIG. Para não perder a chance de participar dos próximos eventos promovidos pela Comunidade Inteligov, faça agora a sua inscrição gratuita!

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