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O que são os Think Tanks?

Foto do escritor: Anna Carolina RomanoAnna Carolina Romano

Atualizado: 3 de jul. de 2024


Você já ouviu falar em think tanks? Os think tanks, ou reservatórios de ideias, são organizações responsáveis por gerar pesquisas e análises sobre políticas públicas, questões sociais e econômicas.

Essas instituições têm ganhado espaço nos últimos anos, tanto no Brasil quanto em diversos países. Elas exercem um importante papel na interlocução de agentes públicos e privados. Por meio da disseminação de conhecimento, ajudam a moldar a agenda pública e a influenciar as políticas governamentais.

É por esse motivo que os think tanks são considerados um instrumento valioso para quem atua nas relações institucionais e governamentais (RIG). A partir da divulgação de levantamentos relevantes para a sociedade, os profissionais utilizam dados em suas estratégias para engajar a opinião pública.

Além disso, os think tanks também operam como uma importante ferramenta no papel de simplificar informações geradas por instituições do governo. Elas tornam a linguagem mais acessível e contribuem para processos mais transparentes e democráticos.

Segundo dados da Universidade da Pensilvânia, existem hoje cerca de onze mil think tanks espalhados pelo mundo. Essas organizações podem ser classificadas como autônomas ou podem estar ligadas ao governo, universidades, fundações, partidos políticos ou a empresas do setor privado.


Como surgiram os think tanks?

Foi no século passado que o conceito dos think tanks nasceu. Com origem nos Estados Unidos e na Europa, o termo foi utilizado pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, os think tanks se referiam aos locais seguros onde os líderes se reuniam para desenvolver os planos militares com maior tranquilidade.

Após o fim da guerra, o conceito se popularizou, e passou a ser utilizado para caracterizar as instituições de estudos e pesquisas. Principalmente nos Estados Unidos, onde a busca por soluções para problemas complexos já fazia parte da cultura de ensino.

Por se tratar de um período em que as instituições dependiam de financiamento privado, a tendência demorou até chegar em outros países. Canadá e Austrália, por exemplo, só registraram a atuação de think tanks no final do século XX.

No entanto, o número de think tanks na América Latina cresce a cada ano. No Brasil, já são mais de cem think tanks entre universidades, governos e fundações. O primeiro think tank do país, a Fundação Getúlio Vargas, surgiu em 1944, e nos anos seguintes outros três importantes think tanks nasceram.

A partir de 1954, foram criados o Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI), o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), e o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB).

Qual a importância dos think tanks?

Os think tanks são responsáveis por realizar pesquisas, estudos, relatórios e eventos para promover debates sobre temas de interesse público. Compostos por especialistas em diversas áreas, essas organizações tratam de pautas multidisciplinares e que afetam diversas camadas da sociedade.

O objetivo dessas instituições é influenciar a opinião pública e os tomadores de decisão ao apresentar ideias e propostas que possam contribuir para a melhoria das políticas públicas. Por meio de estudos e análises, os think tanks ajudam a esclarecer questões complexas e a identificar desafios e oportunidades para o desenvolvimento econômico e social.

Além disso, essas organizações ajudam a fomentar o debate público, apresentando diferentes perspectivas sobre temas relevantes como segurança internacional, globalização, governança, economia internacional, questões ambientais, informação e sociedade, redução de desigualdades e saúde.

Exercer influência sobre as políticas governamentais também é uma das missões dos think tanks. Os relatórios e estudos produzidos por essas organizações podem ser utilizados pelos tomadores de decisão para embasar suas políticas públicas. Além disso, muitos think tanks têm acesso direto aos governos e às instituições políticas, o que lhes permite influenciar a agenda pública e as decisões governamentais.

Conheça alguns dos principais think tanks do Brasil:

  • Fundação Getulio Vargas (FGV)

  • Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)

  • Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

  • Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP)

  • Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV USP)

  • Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP)

No entanto, é importante ressaltar que nem todos os think tanks são iguais em termos de qualidade e independência. Algumas organizações são financiadas por grupos de interesse e podem ter uma agenda política clara. É fundamental, portanto, avaliar a credibilidade e a independência dos think tanks antes de se utilizar seus estudos e análises.


Os desafios enfrentados pelos think tanks

Embora a grande oferta de conteúdo possa oferecer muitos benefícios para quem precisa levantar dados sobre determinado assunto, produzir estudos de qualidade e com dados verificados é um dos principais desafios enfrentados pelos think tanks, em meio a uma era de excesso de informações.

A sobrecarga de informações pode dificultar o processo de filtrar o que é relevante e atrapalhar o desenvolvimento de pesquisas mais aprofundadas. Por isso, os think tanks desempenham um importante papel no combate às notícias falsas e à desinformação.

Além disso, para conseguir manter a sua credibilidade e relevância, os think tanks precisam ser compreendidos como instituições independentes e não partidárias, já que uma de suas premissas é promover o debate sobre questões políticas.

Por esse motivo, muitas vezes essas instituições acabam optando por não vincular a sua imagem a empresas que defendem algum posicionamento, dificultando a obtenção de financiamento para a continuação de suas atividades.

Por fim, apesar de seu papel importante em gerar estudos que podem orientar as decisões na política, muitas vezes os think tanks podem enfrentar dificuldades para acessar os atores-chave, responsáveis por definir as estruturas da criação das políticas públicas.

Quer saber mais sobre o seu papel no combate à desinformação? Assista ao evento promovido pela Comunidade Inteligov com o Instituto Vladimir Herzog!



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