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  • Foto do escritorAnna Carolina Romano

Interação com agentes públicos

Atualizado: 13 de fev. de 2023



Desenvolver ideias e colocar em prática o conhecimento para que outros profissionais tenham a oportunidade de aprender. A Comunidade Inteligov tem cumprido com a função de reunir jovens talentos da área de Relações Institucionais e Governamentais (RIG), de forma que cada um seja protagonista na busca por metodologias inovadoras e na geração de resultados cada vez mais positivos no mercado de RelGov.

Na semana passada, Marcella Pellegrini, Consultora de Relações Governamentais da BMJ Consultoria e Influenciadora da Comunidade Inteligov, apresentou importantes insights sobre como conduzir a interação com os agentes públicos, questão que é um dos maiores desafios para quem atua em RIG e precisa estar sempre conectado aos stakeholders.


São dois os principais pontos que levaram Marcella a trazer a palestra para os membros da Comunidade: após a pandemia, praticamente todos os setores passaram a sofrer com a impossibilidade de se reunirem com clientes e investidores, fato que contribuiu para o distanciamento nas relações de trabalho e levantou debates de como é possível reconectar essas pessoas; e para quem inicia a carreira também é importante saber como funcionam as interações em cada instância, então as dicas são mais do que fundamentais para preparar a nova geração de profissionais de RIG.


Identificadas as preocupações, manter um plano de fortalecimento nas interações com os agentes públicos pode facilitar, e muito, o dia a dia de quem está sempre em reuniões e precisa otimizar ao máximo as tarefas que demandam a participação de stakeholders, já que eles são as peças necessárias para o sucesso dos consultores de RelGov. Além disso, o momento pós-pandemia fez com que as interações, de forma geral, passassem a ser muito mais dinâmicas, então mesmo que uma reunião aconteça presencialmente, a digitalização já alterou a forma como fazemos um primeiro contato até a forma como apresentamos o material com as nossas propostas.

Quem são os stakeholders?


Conhecer o seu contato é uma das principais lições de casa. Marcella defende que o primeiro passo para uma interação bem sucedida é entender como se comunicar com o seu público, antes mesmo de agendar uma reunião. Para isso, você precisa saber se vai entrar em contato com membros do Poder Legislativo (deputados e senadores), membros do Poder Executivo (ministros e secretários) ou membros do Poder Judiciário. 


É necessário um e-mail de pré-solicitação? Devo adiantar o assunto por e-mail? Devo informar quem estará presente na reunião? Todas essas perguntas devem ser respondidas antes de você realizar o primeiro contato. Afinal, cada uma das instâncias requer formalidades diferentes, portanto você deve estar muito atento em como se preparar para essa interação prévia. A primeira impressão conta muito, principalmente com os responsáveis pela agenda do parlamentar, que podem te ajudar, ou não, a fazer acontecer a reunião. 


O cuidado com os atrasos é outro ponto que exige extrema atenção! A consultora aponta que é imprescindível evitar o agendamento de reuniões muito próximas umas das outras. Muitas vezes os parlamentares já possuem outros compromissos e podem te fazer esperar, atrapalhando todo o seu planejamento. Marcella também diz que o cuidado em arquitetar os lugares onde serão realizadas as reuniões é essencial, já que você pode perder tempo na locomoção de uma reunião para outra: “Já passei por um episódio onde andei mais de 12 quilômetros em apenas um dia dentro da Câmara dos Deputados”, afirma.

Mantenha os registros em ordem


Depois que você já conseguiu fazer o primeiro contato, ou até mesmo a sua primeira reunião, não esqueça de registrar como foram esses processos. O follow up, ou mais conhecido como FUP, é um dos processos mais importantes na interação com os agentes públicos.


Imagine a seguinte situação: Você ligou para agendar uma reunião e a pessoa que te atendeu informou que o parlamentar está de licença. A próxima vez que você ligar, vai precisar saber quem te passou essa informação e até quando vai a licença, principalmente se você não é a única pessoa da equipe a realizar esses contatos. Ou seja, na prática, não é recomendado ligar diversas vezes para perguntar a mesma coisa, então registre os seus FUPs! 


Além de não se atrapalhar com as informações, e nem atrasar o trabalho da equipe, manter os registros em ordem te dá a possibilidade de ter um bom relacionamento com a pessoa organizadora da agenda do parlamentar. Isso porque você poderá recorrer às conversas que vocês já tiveram, e assim estabelecer um vínculo, facilitando a aproximação.


E, se você vai manter os registros das conversas com os assessores, mais importante ainda é manter o registro das reuniões com o seu stakeholder. Não deixe passar nenhum detalhe! Comentários e conversas paralelas também podem ser importantes no futuro. Outra dica valiosa de Marcella é a de manter um perfil detalhado do parlamentar: “Saiba o que ele já fez, quais projetos apoiou e se possível recolha até informações pessoais.Tudo isso pode te ajudar a criar um clima menos tenso, além de ser uma forma de reconhecimento ao profissional com o qual você está lidando”, aponta.

Situações inusitadas e de alerta!


Uma das soft skills mais requisitadas para os profissionais de RIG, certamente é o tal do “jogo de cintura”! Se esquivar de assuntos polêmicos é um dos talentos de quem atua na área. Manter o ambiente neutro e polido é essencial para que a reunião ocorra da melhor maneira possível, embora muitas vezes seja necessário ignorar alguns comentários ou fazer “cara de paisagem” para contornar situações desagradáveis, destaca Marcella.


A dica da profissional de RIG para esses momentos é nunca estar sem o apoio de outro colaborador de sua equipe. “Poder contar com a presença de mais pessoas de sua empresa ajuda a manter a reunião mais formal e focada nos assuntos que precisam ser tratados”, segundo a consultora. “E, se por acaso bater uma insegurança em ser mais assertivo sobre algum assunto, lembre-se que os parlamentares foram designados para os cargos em que estão para prestar um serviço à sociedade, não há necessidade de manter o político em um pedestal”, pontua Marcella.


Infelizmente, como acontece em diversas áreas, mulheres ou pessoas que estão no início da carreira de RIG podem passar por situações de assédio e de desrespeito por parte dos agentes públicos. Nestes casos, Marcella indica cortar a interação no momento em que o profissional se sentir desrespeitado ou ameaçado: “Tem vezes que fazer a cara de paisagem não adianta, então é necessário fingir que o telefone tocou e se colocar para fora do ambiente, a fim de evitar maiores aborrecimentos”, destaca a influenciadora.


E, mesmo que o episódio de assédio não tenha se prolongado, é indispensável que o colaborador comunique ao seu gestor sobre o ocorrido. O correto é que a empresa ou consultoria não permita que aconteça um novo encontro com o colaborador e o agente responsável pela agressão. Apenas com mais denúncias e uma mudança na postura será possível transformar ambientes tidos como opressivos e machistas em lugares de trabalho mais acolhedores e saudáveis.


Estes foram alguns dos destaques da palestra da Marcella Pellegrini em parceria com a Comunidade Inteligov. Se você atua na área e deseja aprender e contribuir com esse grupo de profissionais engajados em inovar o ambiente das Relações Institucionais e Governamentais, faça a sua inscrição e junte-se à essa iniciativa!


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