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Inovação sustentável: pneu um ouro perdido

Atualizado: 23 de fev. de 2023



No século XXI, vivemos a quarta Revolução Industrial. Com ela, vieram mais inovações, nas quais vemos a mistura da tecnologia com cidades, pessoas, e inclusive, o avanço da tecnologia no setor automotivo. Vimos nascer também a inovação sustentável. Todavia, existe algo no carro que não acompanhou a indústria 4.0: o pneu. 


O pneu, assim como qualquer bem industrial, possui uma vida útil. Essa vida útil foi aumentada através dos processos como a ‘’recauchutagem’’ e a ‘’remoldagem’’, ambas dentro das normas da lei e metrologia do Inmetro, a IS0 9001. 


Mas, e quando esse pneu se torna obsoleto? Existem alternativas? Até o momento acreditava-se que era lixo. Imaginemos, então, a decomposição de algo que envolve derivados de petróleo, fios de nylon, entre outros compostos nocivos ao meio ambiente. Pois bem, é sobre essa égide que iremos trabalhar. 


A resposta atualmente é a de que o pneu pode sim ser aproveitado, e diga-se de passagem, muito bem! Sabemos que através da evolução da indústria, e, um maior zelo pela responsabilidade social, o mercado acabou chegando ao conceito de práticas ‘’ESG‘’ (acrônimo em inglês, no qual, traduzido quer dizer: governança ambiental, social e corporativa).


Em síntese, uma responsabilidade das organizações com a sociedade civil. Todavia, não é só no meio privado que há carros e pneus. O poder público possui uma frota de milhares de veículos. Pense na correlação de que, a cada um carro existem quatro pneus. Nesse caso, o que a ‘’Coisa Pública’’ faria com tais pneus obsoletos em uma era que se cobra sobre a questão ESG? 


Jogar os pneus em aterros para virarem lixo decomposto demoraria séculos, então, uma saída para este objeto em desuso seria que ele se tornasse insumo para as receitas da máquina pública. Parece falácia, todavia, a opção é viável e real. 



Como tornar o pneu sustentável?

De fato, há questões a serem sanadas para se chegar a uma inovação sustentável neste caso, tais como: (i) Há como encontrar dados para estimar quantos pneus obsoletos existem?; (2) O que há de valioso em um pneu velho?; (3) Como isso seria uma solução de receita para a máquina pública?; (4) Existe um processo real para o que foi citado?


Para todas as perguntas acima, sem exceção, a resposta é sim! De acordo com a tese de Melo Siqueira (2020, p.22), o autor nos explicita estimativas extraídas do IBAMA (2016; 2018): “A meta para 2017 foi de 587.904,43 toneladas de pneus inservíveis, que corresponde ao somatório das metas individuais para os fabricantes e importadores de pneus novos, resultando num total de 585.252,32 toneladas de pneus destinados para cumprimento da meta nacional, correspondente a 99,55% no total que foram para destinação, segundo Cadastro Técnico Federal de Atividades  Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras de Recursos  Ambientais.”


Como observado na análise de Melo Siqueira, a quantidade de pneus é demasiadamente gigante para se contar em números inteiros, sendo assim, são contados por peso – revelando números assustadores. 


E o que teria de tão importante em um pneu a ponto de trazer lucratividade para a máquina pública, visto a sua frota gigantesca? É sobre esse questionamento que iremos trabalhar, no qual, explicitaremos sinteticamente o que compõe um pneu, segundo especialistas do ‘’Roda  Brasil’’ em uma matéria publicada no ano de 2018: “O pneu é um engenhoso composto de aço, náilon, poliéster e borracha, que é responsável pela verdadeira conexão entre o veículo e a estrada. Sua fabricação envolve um fascinante processo de  engenharia e ciência.” 


Percebe-se, como explicitado pela matéria do Roda Brasil, que o pneu é mais do que apenas borracha. Agora imaginemos seus compostos: aço, nylon, poliéster, borracha – o que poderíamos fazer com isso tudo sobre a orientação de transformarmos em lucro para aumentar a receita da ‘’Coisa Pública’’


Seguindo a linha de raciocínio e respeitando a sequência lógica, sintetizamos que a gestão desses resíduos, fazendo o ‘’inverso’’ da fabricação de um pneu, poderia gerar insumos em um montante significativo de nylon, aço, poliéster e borracha triturada. E este processo existe e já é utilizado. Mas, como se dá esse processo de reciclagem do pneu para ser transformado em ‘’ouro’’ e dar um fôlego para a máquina pública? 


De acordo com autor João Fernando Almeida, em uma curiosa explicação sobre valorização de resíduos químicos, existem dois processos nos quais podemos tirar substratos valiosos de pneus no processo de reciclagem. O tipo de reciclagem pode ser física e química. Segundo Almeida, o produto desse processo de reciclagem pode gerar uma gama de utilidades, como por exemplo até material para misturar em compostos de asfaltos, ou então, para utilizarmos como pisos etc. 


Em questão de viabilidade, tal processo, poderia se dar em parceria público privada, em que o trabalho poderia ser ‘’terceirizado’’, respeitando os termos normativos jurídicos. Ainda, no texto escrito por Almeida, temos importantes trechos: “Este produto reciclado pode até substituir a madeira neste tipo de situação, sendo o processamento o herói de muitas árvores. Ainda, a partir deste processo mecânico, o material pode ser usado na indústria da construção civil (concreto leve) e como solado plástico para calçados. Por fim, tendo em vista um mundo mais verde e sustentável, o reaproveitamento se faz muito necessário, principalmente, tendo em vista o grande uso pelo mercado, seja em alimentos, transporte, construção, segurança etc.”.


E então, através da realidade viável, com soluções e toda argumentação apresentada, além da metodologia de processamento do ‘’lixo’’, concluímos que a inovação embasada nos preceitos da ‘’ESG’’, juntamente com inovações de impacto social no que tange às questões de empreendedorismo consciente, poderíamos resolver várias questões que são fatos infelizes enfrentados pela ‘’Coisa Pública’’, na qual, pode fazer do lixo uma fonte inteligente de receita, renda, geração de emprego, diminuição de custos em questões da infraestrutura, entre outras  possibilidades imensuráveis.


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