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Foto do escritorAnna Carolina Romano

Black Friday no Brasil: regras, legislações e práticas comerciais


Título do artigo ao lado de uma imagem em 3D de um carrinho de compras e caixas de presente, indicando as promoções de Black Friday no Brasil

A Black Friday no Brasil, um dos eventos comerciais mais aguardados do ano, movimenta bilhões de reais no comércio por todo o país. Desde sua chegada em território brasileiro, em 2010, a data vem gerando impactos significativos para empresas e consumidores, alterando hábitos de consumo e incentivando promoções de grande escala. 


No entanto, a popularidade desse evento também trouxe à tona a necessidade de regulamentações mais rígidas, devido ao aumento de práticas abusivas, como a chamada "maquiagem" de preços, que gera insatisfação entre os consumidores.


Neste artigo, faremos um breve histórico da Black Friday no Brasil, exploraremos as principais normas que regem a data e discutiremos iniciativas legislativas em andamento para coibir práticas enganosas, visando um ambiente de consumo mais transparente e seguro. O conteúdo também esclarece como essas regulamentações podem afetar setores econômicos e como a plataforma Inteligov facilita o monitoramento dessas normas para as empresas.


Histórico da Black Friday no Brasil


Inspirada na tradição norte-americana, a Black Friday foi introduzida no Brasil em 2010, inicialmente como uma data de descontos no comércio eletrônico. O sucesso junto ao público foi tão grande que logo o evento foi adotado pelo comércio físico. Desde então, a Black Friday se consolidou como um dos dias mais lucrativos do varejo nacional, com empresas de diversos setores aderindo às promoções para atrair consumidores.


Ao longo dos anos, o comportamento do consumidor brasileiro também se transformou. Muitos passaram a planejar grandes compras, aguardando a data para adquirir produtos de maior valor, como eletrônicos e eletrodomésticos, a preços reduzidos. Contudo, o crescimento da Black Friday também revelou práticas abusivas, como a elevação de preços pouco antes do evento para simular descontos, o que gerou a expressão “Black Fraude” entre os consumidores.


Colaboradores do Procon, vestindo coletes pretos, fiscalizando uma loja de eletroeletrônicos
Fiscalização do Procon nas ofertas de Black Friday. Créditos: Fotos Públicas

A importância das normas e do Código de Defesa do Consumidor


Diante das práticas enganosas, a legislação brasileira, em especial o Código de Defesa do Consumidor (CDC), desempenha um papel fundamental na proteção dos consumidores. O CDC, instituído pela Lei nº 8.078/1990, assegura direitos básicos, como a informação clara sobre produtos e serviços, a proteção contra publicidade enganosa e o direito de arrependimento em compras feitas fora do estabelecimento comercial, inclusive pela internet.


Para os lojistas, isso significa que as ofertas e descontos anunciados durante a Black Friday devem ser cumpridos exatamente como descritos. O descumprimento dessas normas pode acarretar sanções, desde multas até a retirada dos produtos de venda. Além disso, práticas como a "maquiagem" de preços são classificadas como propaganda enganosa, conforme o artigo 37 do CDC, que proíbe qualquer forma de publicidade que induza o consumidor ao erro.


"Maquiagem" de preços: uma prática abusiva


A "maquiagem" de preços consiste em aumentar o valor de um produto antes da Black Friday para, durante o evento, oferecer descontos que, na realidade, não representam uma redução efetiva no preço. Essa prática, embora condenada pela legislação, ainda é frequentemente relatada. O CDC classifica essa conduta como propaganda enganosa, sujeitando os infratores a penalidades.


A legislação proíbe a publicidade enganosa ou abusiva, e, em casos de manipulação de preços, os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, podem ser acionados para fiscalizar e aplicar sanções aos estabelecimentos que desrespeitam as normas. Assim, a fiscalização é intensificada nesse período, e muitos estados promovem o monitoramento de preços para garantir que os consumidores não sejam lesados.


Iniciativas legislativas para coibir abusos


Nos últimos anos, a preocupação com práticas abusivas na Black Friday incentivou debates e iniciativas legislativas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Existem projetos de lei que buscam regular de forma mais rígida as práticas comerciais durante eventos de grande promoção, como a Black Friday, estabelecendo regras para garantir a transparência nas ofertas.


O Projeto de Lei nº 29/2019, apresentado pelos Deputados Weliton Prado e Aliel Machado, propõe a alteração do Código de Defesa do Consumidor para obrigar os fornecedores a informar o histórico dos últimos 90 dias de preços dos produtos em promoção. Essa medida visa coibir a prática de "maquiagem" de preços, garantindo que os descontos sejam reais e transparentes para o consumidor.


Outro exemplo é o Projeto de Lei nº 6057/2019, de autoria do Deputado Flávio Nogueira (PDT/PI), que propõe alterações no Código de Defesa do Consumidor. O objetivo é impor multa ao fornecedor que aumentar o preço de produtos ou serviços acima do praticado nos 40 dias anteriores ao início de períodos promocionais coletivos, como a Black Friday. Essa medida busca coibir a elevação prévia de preços para simular descontos inexistentes.


Essas iniciativas refletem a demanda por um ambiente de consumo mais seguro e ético, em que o consumidor possa realizar compras com confiança e sem receio de fraudes. A transparência nas promoções é crucial para garantir uma relação equilibrada entre consumidores e lojistas.

Exigências de transparência e clareza nas informações


A clareza e a transparência são valores centrais nas regulamentações de consumo no Brasil, especialmente em períodos promocionais. O CDC determina que as informações sobre os produtos ou serviços devem ser corretas, claras e objetivas, especificando aspectos como preço, características e condições de pagamento. Durante a Black Friday, esses direitos se tornam ainda mais relevantes devido ao volume de vendas e ao apelo promocional elevado.


As empresas devem informar os preços de forma clara, incluindo todos os custos associados, como frete e taxas adicionais, para que o consumidor tenha uma visão completa do valor final. Políticas de troca e devolução também devem ser divulgadas, permitindo que o consumidor saiba exatamente o que esperar em termos de suporte pós-venda.


Como a Inteligov pode ajudar empresas a monitorar regulamentações


Para empresas de diferentes setores, compreender e acompanhar as mudanças regulatórias é fundamental para evitar problemas legais e garantir a conformidade com as normas de consumo. 


A plataforma Inteligov oferece soluções que auxiliam as empresas a monitorar regulamentações e legislações em tempo real, permitindo um entendimento mais profundo das leis que impactam diretamente suas atividades comerciais.

Antes de definir ações de Black Friday, contar com ferramentas que facilitem o monitoramento das normas pode ser decisivo para garantir uma atuação ética e em conformidade com a lei.


A Inteligov possibilita que as empresas identifiquem, de forma ágil e precisa, as principais regulamentações em tramitação no Congresso, permitindo ajustes necessários nas estratégias de marketing e promoções para evitar infrações.


Além disso, a plataforma oferece recursos para que empresas do setor varejista e outras indústrias acompanhem discussões legislativas que possam impactar futuras promoções e ofertas, como aquelas relacionadas à fiscalização e à limitação de preços. 


Dessa forma, a Inteligov se posiciona como uma aliada essencial para empresas que desejam atuar de maneira ética e responsável, mantendo-se atualizadas com as exigências legais e garantindo um relacionamento de confiança com seus consumidores.



Banner com a foto e mini bio profissional da autora do artigo


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