O sucesso de ações estratégicas de uma organização está intrinsecamente associado ao bom relacionamento com seus stakeholders. Nas últimas décadas, as interações entre os diversos atores que compõem o universo das companhias vêm ganhando cada vez mais importância.
Isso porque, embora o relacionamento entre empresas e partes interessadas exista desde sempre, a velocidade das informações propagadas na atualidade, somada ao avanço tecnológico, evidencia a necessidade de um olhar mais atento para uma gestão mais eficiente.
Nesse sentido, é fundamental compreender o cenário atual e o processo de transformação impulsionado pela tecnologia – o qual alterou os alicerces da estrutura social a partir do uso massivo de novas ferramentas de comunicação e informação.
Ou seja, com a mudança no ambiente econômico global, que se tornou tecnologicamente conectado e ainda mais competitivo, novas configurações organizacionais surgiram e impactaram as relações entre empresas e stakeholders, demandando a criação de planos estratégicos mais elaborados.
Dessa forma, os stakeholders ocupam um espaço cada vez mais relevante na construção de estratégias das companhias, além de fomentar o fortalecimento de modelos de governança corporativa mais robustos.
As redes de influência
Os stakeholders são compreendidos como indivíduos que possuem interesses e podem ser impactados pelas ações de uma organização. Isso é, qualquer parte interessada nas atividades de uma empresa.
É possível entender um stakeholder como interno, no caso de acionistas, diretores, gestores, colaboradores, entre outros, e externos, como ocorre com clientes, fornecedores, agentes públicos, movimentos sociais e a comunidade no entorno que pode ser afetada pela companhia.
De todo modo, as partes interessadas representam a força motriz das organizações. Contudo, quando falamos sobre esses atores há um importante conceito a ser considerado: as redes de influência.
De forma geral, as redes dizem respeito ao fato de que, muitas vezes, os principais influenciadores nem sempre estão associados diretamente a uma companhia e alguns stakeholders podem estar vinculados à organização por meio de outras partes interessadas. Isso significa que redes internas e externas entre stakeholders podem afetar o comportamento das organizações, visto que as empresas nem sempre são o ponto focal de interações.
Na literatura, Timothy J. Rowley, professor de Gestão Estratégica e autor da obra “When will stakeholder groups act? An interest-and identity-based model of stakeholder group mobilization”, afirma que “a organização focal é mais que simplesmente o ponto central de seus próprios stakeholders. É também um stakeholder de muitos outros pontos focais em seu sistema de interação social”.
Com isso, as redes de influência buscam expandir a integração entre as partes interessadas, deslocando o foco dessas relações centrados na organização para orientá-las a uma rede descentralizada com diversos atores.
Nesse sentido, vale salientar que os stakeholders se relacionam a partir do compartilhamento de interesses, com capacidades coletivas de influência na estratégia de uma organização e, portanto, assumem papeis distintos. Independentemente de estar mais concentrados nas relações com uma empresa ou vinculados a outras partes indiretamente interessadas, o propósito de toda a atuação é que o resultado esteja sempre associado à geração de valor.
As redes de influência podem apresentar, ainda, mais conexão com as decisões de maneira estratégica, o que pode resultar um gerenciamento de stakeholders mais efetivo. Além disso, possibilitam a criação de análises quanto às condições de uma rede, que diferem da avaliação focada em um único indivíduo. Assim, as redes de influência ampliam o escopo e buscam respostas entre partes interessadas com a organização e com àquelas que estão, de certo modo, diretamente desassociadas — embora sejam partes importantes para um determinado projeto e exerçam elevado grau de influência.
Mapeamento de stakeholders
As redes de influência representam mais uma oportunidade de análise para os profissionais de Relações Internacionais e Governamentais (RIG). Isso porque, ao avaliar essas redes e entender quais são os stakeholders que influenciam direta ou indiretamente o negócio da organização, é possível fazer uma melhor gestão dos atores e dos temas para criar estratégias mais eficazes.
Para o profissional responsável, conseguir mapear esses influenciadores é fundamental não apenas para compreender o comportamento de cada um deles e atuar sobre o seu engajamento, mas também para que, a partir do desenho de uma estratégia, seja possível antecipar possíveis ações — que poderão mudar o curso da estratégia e impactar a tomada de decisão.
Contudo, embora essencial à atuação, as redes de influência compõem o gerenciamento de stakeholders e antecedem o processo imprescindível de mapeamento desses atores. Diante dos inúmeros papéis que eles podem desempenhar na estratégia da organização, é importante atuar sobre as suas identificações de modo preciso, justamente porque o mapeamento fornece mais elementos para a análise e, com isso, aumenta as chances de definir uma estratégia mais eficiente.
Com a elaboração de um mapeamento acurado desses indivíduos e identificação de suas redes de influência, o próximo passo é realizar o gerenciamento dos stakeholders. Esse processo possui uma das etapas mais importantes: a classificação de cada parte interessada em relação à relevância que possuem para a organização, conforme o grau de influência.
Além disso, criar narrativas para potencializar a mensagem transmitida na comunicação, desenvolver mecanismos para incentivar, manter o engajamento e construir relacionamentos sólidos que tenham como base princípios como a ética e a transparência, são algumas das estratégias que podem ser criadas para obter um melhor gerenciamento de stakeholders.
Pioneira no uso de monitoramento inteligente para auxiliar o profissional de RIG em seu dia a dia, a Inteligov possui uma plataforma voltada para gestão de stakeholders. Com ela é possível gerenciar os atores relevantes para sua organização de maneira simplificada, intuitiva e altamente eficiente.