A economia criativa é um conceito que vem ganhando cada vez mais espaço no mundo empresarial. Ela é baseada no uso da criatividade e da propriedade intelectual como recursos para gerar valor econômico, social e cultural.
Essa economia é formada por setores que vão desde a produção artística e cultural até a tecnologia e design, e é capaz de gerar empregos, fomentar a inovação e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico.
O termo "economia criativa" surgiu no Reino Unido, em 1997, com o objetivo de descrever as atividades que combinam criatividade, cultura e tecnologia. Desde então, o conceito vem sendo adotado em diferentes partes do mundo, como no Brasil, que vem investindo cada vez mais nesse setor.
De acordo com a pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) sobre o assunto, de 2017, a economia criativa movimenta R$171,5 bilhões, além de ter gerado mais de 837 mil empregos formais no Brasil naquele ano. Isso mostra a sua importância como uma nova forma de desenvolvimento econômico e social.
Entre os principais setores da economia criativa, podemos citar:
Patrimônio natural e cultural: inclui atividades relacionadas à preservação, promoção e divulgação do patrimônio histórico, artístico e cultural, como museus, paisagens culturais e patrimônios naturais.
Espetáculos e celebrações: envolve a realização de eventos artísticos, festivais, feiras e espetáculos de artes cênicas, entre outros.
Artes visuais e plásticas: atividades que envolvem a produção de obras de arte, artesanatos, pinturas, fotografia e esculturas.
Livros e produções: setor que engloba a produção de livros, jornais e revistas, além de espaços como bibliotecas.
Setor audiovisual e mídias interativas: envolve a produção de cinema e vídeo, televisão, rádio, internet e videogames.
Design e serviços criativos: abrange atividades de design gráfico, design de moda, paisagismo e serviços de arquitetura.
Um dos exemplos de sucesso da economia criativa no Brasil é a empresa Osklen, fundada em 1989 pelo empresário Oskar Metsavaht. Com uma proposta de moda sustentável e inovadora, a marca se destaca no mercado nacional e internacional, tendo lojas em diversos países. A empresa emprega cerca de 600 pessoas diretamente e outras 1.200 de forma indireta, gerando impacto econômico em toda a cadeia produtiva.
Alguns outros cases de sucesso da economia criativa incluem o Nubank, que criou uma conta digital sem tarifas; a marca de moda sustentável Insecta Shoes; e o aplicativo de transporte 99. Esses exemplos mostram a diversidade de setores que podem ser incluídos na economia criativa e como ela pode ser aplicada em diferentes contextos.
Os desafios da economia criativa
A economia criativa é vista como um dos principais motores do empreendedorismo. Por ser um tema que abrange a diversos setores, o conceito pode ser definido como um processo que faz uso da criatividade para que as pessoas explorem valor econômico em atividades que ainda não tiveram todo o seu potencial trabalhado.
Diferente da economia tradicional, a economia criativa tem foco na geração de valor simbólico, cultural e emocional, além do valor financeiro. Ela é orientada pela criatividade e inovação, e não apenas pela produção em larga escala e pela maximização de lucros.
E, por mais que a economia criativa sirva para contribuir para o desenvolvimento econômico e social de várias maneiras, esse tipo de economia enfrenta muitos desafios no Brasil e no mundo.
O principal deles é a falta de financiamento e de políticas públicas adequadas para incentivar e apoiar o setor. Uma das principais razões é a falta de compreensão por parte das instituições financeiras e governamentais sobre o potencial econômico e social da economia criativa.
Por muito tempo, acreditava-se que a economia criativa não era uma área importante o suficiente para receber investimentos significativos. Além disso, a própria natureza da economia criativa pode torná-la difícil de entender e avaliar. A criatividade é uma área que muitas vezes é vista como subjetiva, o que dificulta sua mensuração e análise de retorno sobre investimento.
Outro obstáculo é a falta de coordenação e colaboração entre as diversas agências governamentais que lidam com o tema. Muitas vezes, a economia criativa é tratada de forma isolada e não recebe a devida atenção em políticas públicas mais amplas, que poderiam incentivar e estimular a inovação em diversos setores.
Por fim, há também a necessidade de proteção dos direitos autorais e da propriedade intelectual, que muitas vezes são negligenciados em relação aos produtos e serviços criativos. Sem essa proteção, muitos empreendedores criativos não têm o incentivo adequado para investir em novas ideias, o que prejudica o desenvolvimento do setor.
No entanto, apesar desses desafios, o setor da economia criativa tem sido cada vez mais reconhecido e valorizado como um motor importante para o desenvolvimento econômico e social em todo o mundo. Com o aumento da demanda por produtos e serviços criativos, espera-se que haja mais investimentos e políticas públicas que apoiem o setor e estimulem a sua expansão.
As tendências da economia criativa
Com o advento da tecnologia e o surgimento de novos modelos de negócios, a economia criativa vem se consolidando como uma das principais forças da economia mundial. Por isso, é fundamental acompanhar as tendências e perspectivas para o futuro do setor, destacando novos modelos de negócios e inovações.
Um dos principais impulsionadores da economia criativa é a inovação tecnológica. Com o avanço das tecnologias digitais, novas oportunidades de negócios surgem a cada dia, oferecendo novas possibilidades para empreendedores e profissionais do setor.
Por exemplo, plataformas de streaming de música, como o Spotify, se tornaram um dos principais canais de distribuição para artistas independentes, permitindo que eles alcancem um público global sem a necessidade de um grande investimento em marketing.
Outra tendência que vem se destacando na economia criativa é a colaboração. Cada vez mais, empresas e profissionais do setor estão buscando parcerias e colaborações para desenvolver projetos inovadores.
Essa tendência é impulsionada pela necessidade de se criar soluções mais integradas e multidisciplinares, que envolvam diferentes áreas da economia criativa. Por exemplo, uma marca de moda pode se associar a um artista visual para desenvolver uma campanha publicitária mais criativa e impactante.
Além disso, os novos modelos de negócios estão transformando a forma como a economia criativa opera. Startups e empresas de tecnologia estão desenvolvendo soluções inovadoras para gerenciar direitos autorais, gerar receitas a partir de conteúdo digital e monetizar a criatividade.
Para aproveitar essas tendências e impulsionar ainda mais a economia criativa, é importante que os profissionais de relações governamentais atuem de forma proativa. Eles podem ajudar na viabilização de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento do setor, incluindo programas de financiamento, incentivos fiscais e regulamentações que protejam os direitos autorais e a propriedade intelectual.
Além disso, esses profissionais podem atuar como pontes entre o setor criativo e o governo, buscando soluções para os desafios enfrentados pela economia criativa. É possível trabalhar em parceria com o setor para desenvolver propostas que atendam às necessidades de cada segmento e promovam o crescimento econômico e social.
Para acompanhar o que já é discutido sobre a economia criativa, é necessário monitorar os projetos e propostas de forma estratégica. Assim, os profissionais envolvidos nos temas de interesse poderão apresentar dados e soluções interessantes para os stakeholders envolvidos no desenvolvimento do setor.
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