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Expectativas no cenário político após as eleições de 2022

Atualizado: 13 de fev. de 2023



No início deste mês de setembro, mais precisamente no dia primeiro, tive a oportunidade de mediar o ciclo de debates sobre as eleições de 2022, evento promovido pelo Instituto de Relações Governamentais (Irelgov), e que contou com a presença de Wagner Parente, CEO da BMJ e da Flávia Said, jornalista do portal Metrópoles. 


O encontro foi muito rico e alguns pontos levantados pelos debatedores merecem especial atenção, principalmente por observarmos o aumento das incertezas sobre o futuro da política brasileira. Já no início da conversa, Parente destacou questões fundamentais sobre o funcionamento do Legislativo em um eventual governo Lula (PT), ou em um segundo governo Bolsonaro (PL).  


Porém, o que mais chamou a atenção no discurso do CEO da BJM foi a possibilidade de uma estrutura semipresidencialista no caso de haver um segundo governo de Bolsonaro. O tema vem sendo discutido na Câmara dos Deputados, encabeçado pelo atual presidente da Casa, o deputado Arthur Lira. Atualmente, há um grupo de trabalho na Câmara, analisando a adoção do novo modelo, que daria ainda mais poderes ao Legislativo, em especial à figura de Lira.  


Da esquerda para a direita: Wagner Parente (CEO da BMJ), Beatriz Falcão (Head de Policy Inteligov) e Flávia Said (Jornalista do Metrópoles)

O desafio, portanto, aos profissionais de RIG, seria a adequação a um possível novo modelo. Além disso, Parente destacou a dificuldade de lidar com um orçamento cada vez mais complexo, tanto em um eventual governo Bolsonaro, quanto em um eventual governo Lula. O candidato petista, por exemplo, se diz contrário ao orçamento secreto, mas não especificou como poderia derrubá-lo no Legislativo. Além disso, enfrentaria a falta de apoio da maioria no Legislativo para a aprovação das Propostas de Emenda à Constituição. O fato é que, independente de quem vença o pleito de 2022, o olhar do profissional da área de relações institucionais e governamentais, deverá ser afiado e voltado para todas as alterações no jogo entre Executivo e Legislativo.  


Já no discurso de Flávia Said, sobressaíram as adversidades de se monitorar transições de governo, como no caso da transição de 2018, que fugiu às antigas tradições de governos anteriores. Ademais, o governo atual também apresentou diversas outras peculiaridades e desafios aos jornalistas, como a cobertura das lives semanais do presidente e o hábito da publicação de atos oficiais no Twitter, antes mesmo de serem publicados no Diário Oficial.  


A jornalista também falou sobre as dificuldades de priorizar, dentre tantas informações que surgem a todo momento no mundo político, os dados relevantes versus as notícias que atraem os espectadores. Afinal, nem só de cobertura de lives é feita a grande imprensa, que precisa sobreviver em meio a alta demanda de um público que volta a atenção cada vez mais para fatos geradores de cliques.  


Diante do alto nível do debate promovido pelo Irelgov, o ponto pacífico entre os debatedores e por esta mediadora é que, independentemente do cenário instalado em outubro, o profissional de RIG nunca foi tão necessário e requisitado. A atuação deste departamento nunca foi tão crítica e analítica como agora.


Nossa atenção deve estar cada vez mais pulverizada entre aquilo que acontece no dia a dia dos Poderes (Federais, Estaduais e Municipais), e ao que permeia as redes sociais. Sem contar o acompanhamento feito ao que é dito por influenciadores, que têm importância crescente na formação da opinião política social. E, por fim, mas fundamental destacar, a atuação na defesa irrestrita e inegociável da democracia brasileira.  


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