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  • Técnicas de redação para influenciar decisores

    No contexto das relações institucionais e governamentais, a capacidade de influenciar decisores depende fortemente de como as ideias são comunicadas. Dominar as técnicas de redação adequadas transforma essa habilidade em uma verdadeira vantagem estratégica para   profissionais de lobby, advocacy , assessoria política e elaboração de políticas públicas. Neste artigo, vamos explorar algumas técnicas de redação que permitem transmitir mensagens de forma clara, persuasiva e impactante , adaptando-as para diferentes formatos, como apresentações, artigos, relatórios, projetos de lei e discursos, para garantir que suas ideias sejam ouvidas e adotadas pelos decisores. Clareza e objetividade: a base de uma boa comunicação A clareza e a objetividade são pilares fundamentais de uma redação que visa influenciar decisores. Um texto claro facilita a compreensão e permite que a mensagem principal seja captada rapidamente, sem margem para interpretações equivocadas. Em um ambiente onde o tempo é um recurso escasso, como é o caso dos decisores, ser claro e objetivo é a chave para o sucesso. Por exemplo, ao redigir um relatório para um legislador, o autor deve evitar termos técnicos desnecessários e jargões que possam confundir o leitor. Em vez de elaborar longas explicações sobre um tópico, é mais indicado apresentar os pontos chave de forma direta, utilizando uma linguagem acessível . Um bom exercício é reler o texto e se perguntar: “Este ponto está absolutamente claro para alguém que não tem o mesmo nível de conhecimento técnico que eu?” Além disso, a objetividade é essencial para manter o foco na mensagem central. Um texto que vai direto ao ponto, sem rodeios, aumenta as chances de captar a atenção do leitor e de mantê-la até o final. Um exemplo clássico de como a objetividade pode ser aplicada é na redação de um projeto de lei, onde o autor deve  expor claramente o problema, a solução proposta e os benefícios esperados , sem desviar para informações irrelevantes. Conheça o público e adapte o tom Conhecer o público-alvo é um passo básico para qualquer tipo de comunicação, mas torna-se ainda mais importante quando o objetivo é influenciar decisores. Entender quem são esses decisores, quais são suas prioridades e preocupações, e adaptar o tom da redação para ressoar com eles pode fazer toda a diferença. Por exemplo, ao escrever um artigo voltado para especialistas em políticas públicas, é necessário adotar um tom mais técnico e formal, que reflita a expertise do público. Já em uma comunicação destinada a líderes empresariais, o tom pode ser mais pragmático, focando nos impactos econômicos e estratégicos das decisões. A adaptação do tom não se limita apenas à escolha de palavras. A forma como os argumentos são estruturados também deve considerar o perfil do leitor. Se o público é composto por decisores com pouco tempo disponível, como executivos ou políticos de alto escalão, é aconselhável utilizar uma estrutura que priorize a apresentação das informações mais relevantes logo no início do texto, garantindo que o ponto principal seja comunicado de forma eficaz, mesmo que o leitor não tenha tempo para ler o documento na íntegra. Estrutura e organização do texto A estrutura de um texto pode ser fator determinante na sua capacidade de influenciar. Um texto bem organizado, com uma lógica argumentativa clara, facilita a leitura e ajuda o decisor a entender e, mais importante, aceitar os argumentos apresentados. Uma das melhores técnicas para organizar o texto é a pirâmide invertida , onde as informações mais importantes são apresentadas primeiro. Essa técnica é particularmente útil em relatórios e artigos, onde o objetivo é capturar rapidamente a atenção do leitor e comunicar a essência da mensagem de forma direta. A partir daí, o texto pode se aprofundar em detalhes e exemplos que reforcem os pontos principais. Além disso, o uso de subtítulos e bullet points é uma excelente forma de segmentar o conteúdo e facilitar a navegação pelo texto. Subtítulos ajudam a guiar o leitor através do documento, enquanto bullet points permitem a apresentação de informações em formato de lista, que é mais fácil de digerir e memorizar. Essa técnica é especialmente útil em apresentações e relatórios, onde a clareza e a organização visual são essenciais. Utilização de evidências e dados Evidências e dados concretos são ferramentas poderosas para dar suporte aos argumentos e aumentar a credibilidade do texto. Decisores, especialmente aqueles que lidam com políticas públicas ou questões legislativas, precisam de   informações baseadas em fatos para tomar decisões bem fundamentadas . Ao redigir um documento destinado a influenciar, é importante incluir dados relevantes que sustentem os argumentos apresentados. Por exemplo, ao propor uma nova política pública, incluir estatísticas sobre o impacto esperado pode ajudar a convencer os decisores da viabilidade e da necessidade da proposta . A visualização de dados também desempenha um papel importante. Gráficos, tabelas e infográficos podem transformar dados complexos em informações facilmente compreensíveis, facilitando a assimilação pelo leitor. Contudo, é necessário que esses elementos visuais sejam utilizados de forma contextualizada, complementando o texto e não distraindo da mensagem principal. Técnicas de persuasão A persuasão é a arte de convencer o leitor a adotar um determinado ponto de vista ou a tomar uma ação específica. Uma das abordagens mais utilizadas é o uso dos três pilares da retórica de Aristóteles: ethos, pathos e logos .  Ethos se refere à credibilidade do autor, que pode ser estabelecida por meio da demonstração de conhecimento e experiência no tema abordado. Pathos envolve o apelo emocional, utilizando histórias, exemplos reais ou cenários hipotéticos que conectem o leitor emocionalmente com a causa. Logos, por sua vez, diz respeito à lógica dos argumentos, baseando-se em dados, fatos e raciocínios claros. Por exemplo, ao redigir um discurso para um líder político, o autor pode começar estabelecendo a credibilidade do orador (ethos), seguido por uma narrativa emocional que ilustra o impacto de uma decisão (pathos), e finalizar com dados que sustentem a necessidade de ação (logos). Revisão e aperfeiçoamento do texto A revisão é uma etapa fundamental na redação de qualquer documento destinado a influenciar decisores. Um texto com erros gramaticais, inconsistências ou falta de clareza pode comprometer a eficácia da comunicação e, consequentemente, a capacidade de influência. É recomendável que o texto seja revisado várias vezes, com foco na correção de erros e no aperfeiçoamento da clareza e coerência. Além disso, buscar feedback de colegas ou especialistas pode oferecer novas perspectivas e identificar áreas que podem ser melhoradas. Como a Inteligov potencializa sua influência Ao longo deste artigo, foram exploradas diversas técnicas de redação para influenciar decisores, destacando a importância da clareza, da estruturação lógica e da persuasão. No entanto, uma comunicação persuasiva também depende da qualidade e relevância dos dados utilizados para embasar os argumentos apresentados. É aqui que a Inteligov se torna uma aliada. Nossa plataforma de monitoramento legislativo e governamental permite aos profissionais acessar dados atualizados e relevantes sobre o cenário político e legislativo. Com ferramentas de inteligência preditiva, como o Termômetro - que indica com precisão superior a 98,5% as chances de aprovação de projetos - a Inteligov facilita a coleta de informações essenciais para a criação de argumentos sólidos e fundamentados. Ao utilizar a Inteligov, é possível identificar rapidamente as tendências legislativas, monitorar o andamento de propostas e reunir dados concretos que fortalecem suas estratégias de influência. Seja para facilitar a elaboração de relatórios e apresentações, a Inteligov fornece as evidências necessárias para apoiar as decisões e convencer os decisores da importância de determinadas ações. Entre em contato com a nossa equipe e conheça as soluções da Inteligov!

  • O que é uma emenda Pix?

    As emendas Pix, formalmente conhecidas como "transferências especiais", representam uma inovação recente no cenário político brasileiro , tendo sido introduzidas pela Emenda Constitucional 105, em 2019. Este mecanismo permite que recursos públicos sejam transferidos diretamente do governo federal para estados e municípios sem a necessidade de convênios ou outros instrumentos formais . Essa agilidade na transferência de recursos rendeu às emendas o apelido de "Pix", em alusão ao sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central.  Mas o que exatamente são as emendas Pix, e por que têm gerado tanta polêmica? Este artigo explora o funcionamento, as controvérsias e as implicações desse mecanismo. O que é uma emenda Pix? A emenda Pix é uma modalidade de emenda parlamentar que permite a transferência direta de recursos federais para estados e municípios sem a necessidade de formalizar convênios.  Criadas em 2019, essas emendas foram concebidas para agilizar a destinação de recursos, eliminando etapas burocráticas e facilitando a execução de projetos e programas nas bases eleitorais dos parlamentares. Na prática, isso significa que o dinheiro é depositado diretamente nas contas dos entes federativos, sem a exigência de especificação prévia sobre como os recursos serão utilizados. As emendas Pix fazem parte das emendas parlamentares individuais, que são aquelas indicadas por deputados e senadores para atender demandas específicas de suas regiões . Uma característica bastante específica dessas emendas é a sua natureza impositiva, ou seja, o governo federal é obrigado a liberar os recursos, tornando-as um instrumento poderoso nas mãos dos parlamentares. De acordo com dados do Siga Brasil, sistema de informações sobre o orçamento federal, em 2024, as emendas Pix representam aproximadamente um terço do total das emendas individuais, somando cerca de R$8,2 bilhões. Funcionamento das emendas Pix O grande diferencial das emendas Pix é a simplicidade e a rapidez no repasse dos recursos. Ao contrário das emendas tradicionais, que exigem a formalização de convênios entre o governo federal e os beneficiários, as emendas Pix transferem os recursos diretamente para as contas dos estados e municípios.  Esse processo acelerado é possível porque, no entendimento do Congresso, as emendas Pix funcionam como uma espécie de "doação", onde o dinheiro, uma vez transferido, passa a pertencer integralmente ao ente federativo , sem a necessidade de prestação de contas antecipada. Essa característica torna as emendas Pix uma ferramenta atrativa para os parlamentares, que podem garantir a alocação rápida de recursos em suas bases eleitorais, especialmente em períodos próximos às eleições . No entanto, essa mesma agilidade que facilita a execução dos projetos é também o principal ponto de crítica ao mecanismo, devido à falta de transparência associada a ele. Debate sobre a transparência das emendas Pix Desde a sua criação, as emendas Pix têm sido alvo de críticas, principalmente relacionadas à falta de transparência e à rastreabilidade dos recursos. Um dos principais problemas apontados é que, embora os parlamentares possam incluir informações sobre o destino e a finalidade dos recursos, a maioria não o faz.  De acordo com um relatório da ONG Transparência Brasil, menos de 1% das emendas cadastradas detalham corretamente onde e como o dinheiro será aplicado . Esse déficit de informações dificulta o controle social e institucional sobre o uso dos recursos, gerando preocupações quanto ao cumprimento das normas constitucionais que regem a execução orçamentária. Essas preocupações levaram o Supremo Tribunal Federal (STF) a intervir. No início de agosto deste ano, o ministro Flávio Dino determinou a suspensão das emendas Pix , alegando que a falta de transparência nesse tipo de transferência violava os princípios constitucionais. Além das emendas Pix, a suspensão também atingiu as emendas impositivas individuais e de bancada, até que o Congresso estabeleça regras claras para a rastreabilidade e transparência desses recursos. A decisão do STF gerou uma crise entre o Legislativo e o Judiciário. Parlamentares, especialmente aqueles que dependem das emendas para atender suas bases eleitorais, reagiram com indignação, interpretando a decisão como uma invasão de competência. O Congresso Nacional, liderado pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, recorreu da decisão, alegando que ela cria insegurança jurídica e prejudica a execução de projetos essenciais para estados e municípios. Novas diretrizes para as emendas Pix  Após semanas de intensos debates e judicialização em torno das emendas Pix, uma decisão foi tomada em reunião que envolveu os três Poderes da República. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou no dia 20 de agosto que houve um consenso entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário sobre a legitimidade das emendas parlamentares ao Orçamento federal, incluindo as emendas. Nesta reunião, que contou com a presença dos 11 ministros do STF, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, foram estabelecidos novos parâmetros para a execução dessas emendas.  O entendimento comum foi que as emendas parlamentares, incluindo as emendas Pix, são instrumentos democráticos legítimos, mas que precisam ser aprimorados para garantir maior transparência, rastreabilidade e eficiência no uso dos recursos públicos. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, declarou ainda que a Corte, o Legislativo e o governo federal têm até 10 dias para apresentar uma solução para a falta de transparência e rastreabilidade nas emendas parlamentares, sejam elas individuais, de bancada ou de comissão. Também na reunião, foi decidido que as emendas Pix, agora classificadas como transferências especiais, serão prioritariamente destinadas à conclusão de obras inacabadas, garantindo o uso eficaz dos recursos em projetos em andamento. As demais emendas individuais continuarão sendo obrigatórias, mas deverão seguir critérios técnicos para assegurar sua viabilidade. As emendas de bancada também mantêm seu caráter impositivo, com foco em projetos estruturantes nos estados e no Distrito Federal, definidos pelas bancadas estaduais, para maximizar o impacto regional. Já as emendas de comissão, que não são obrigatórias, serão direcionadas a projetos de interesse nacional ou regional, definidos em conjunto pelo Legislativo e Executivo. O consenso entre os poderes reforça a necessidade de máxima transparência e rastreabilidade na execução das emendas parlamentares, incluindo as emendas Pix. Para garantir isso, será proposta uma emenda constitucional que alinhe o crescimento das emendas ao aumento dos recursos discricionários no orçamento federal. Monitorando decisões com a Inteligov A Inteligov é uma plataforma especializada no monitoramento de informações legislativas e governamentais, proporcionando uma visão clara e detalhada sobre as decisões dos Três Poderes . Com as recentes mudanças e a crescente complexidade envolvendo as emendas Pix, contar com uma ferramenta que permita acompanhar de perto as movimentações orçamentárias e legislativas se torna essencial. Com a Inteligov, é possível monitorar em tempo real as discussões, decisões e mudanças que impactam diretamente a gestão e a aplicação dos recursos públicos. Além disso, a plataforma oferece funcionalidades que facilitam o rastreamento da transparência e da eficiência na execução de projetos e normas , auxiliando na tomada de decisões informadas e na conformidade com as novas diretrizes estabelecidas. Em um cenário onde a transparência e a rastreabilidade são cada vez mais exigidas, a Inteligov se apresenta como uma solução indispensável para profissionais que precisam estar atualizados e bem informados sobre as dinâmicas do orçamento público e o papel das emendas parlamentares na política brasileira. Faça uma demonstração gratuita e conheça as soluções que a Inteligov oferece para a sua rotina!

  • Como utilizar a análise de conjuntura no lobby e advocacy

    A análise de conjuntura é uma das principais maneiras de compreender o cenário político e social. No contexto do lobby e advocacy, onde o objetivo é influenciar políticas públicas e defender interesses específicos , a análise de conjuntura ganha ainda mais relevância.  Ao identificar tendências, antecipar movimentos políticos e mapear os principais atores envolvidos em uma questão, essa metodologia permite que profissionais de relações governamentais desenvolvam estratégias mais favoráveis.  Neste artigo, exploraremos como a análise de conjuntura pode ser utilizada para aprimorar as práticas de lobby e advocacy , garantindo uma atuação mais informada e direcionada na defesa de interesses. O que é a análise de conjuntura? A análise de conjuntura é um método utilizado para examinar e interpretar o contexto político, econômico e social em que uma determinada situação ou evento ocorre. Essa análise visa entender as forças e dinâmicas que moldam a realidade atual, permitindo identificar tendências, prever possíveis desdobramentos e formular estratégias de ação. O conceito de análise de conjuntura foi amplamente desenvolvido e popularizado por Herbert José de Souza, conhecido como Betinho , um dos mais influentes sociólogos e ativistas brasileiros. Betinho destacou a importância de compreender a realidade social a partir de uma perspectiva crítica e dinâmica, capaz de identificar não apenas os acontecimentos isolados, mas também as relações de força que os sustentam.  Para Betinho, a análise de conjuntura não era apenas uma ferramenta teórica, mas um instrumento prático para a transformação social, permitindo que movimentos sociais e organizações pudessem agir de forma mais embasada. Ao longo do tempo, a análise de conjuntura foi incorporada por diversas áreas, incluindo a ciência política, as relações internacionais e, mais recentemente, o campo do lobby e advocacy. Sua importância reside na capacidade de fornecer uma visão integrada do contexto em que as decisões políticas e econômicas são tomadas , considerando tanto os fatores estruturais quanto os conjunturais. Principais elementos da análise de conjuntura Para realizar uma boa análise de conjuntura, é necessário considerar alguns elementos fundamentais: Acontecimentos:  são os eventos ou fatos que compõem a conjuntura. Eles podem ser de natureza política, econômica, social, cultural, entre outras. Analisar os acontecimentos significa entender sua origem, impacto e possíveis consequências. Cenários:  refere-se à construção de diferentes hipóteses sobre o futuro, baseadas na interpretação dos acontecimentos atuais e das tendências observadas. A análise de cenários é crucial para a antecipação de possíveis desdobramentos e para a elaboração de estratégias adaptativas. Atores:  envolve a identificação dos principais stakeholders, grupos ou instituições que exercem influência na conjuntura analisada . No contexto de lobby e advocacy, é essencial mapear quem são os aliados e opositores, e entender suas motivações, interesses e capacidades de ação. Relações de força: consiste na análise das dinâmicas de poder entre os atores envolvidos. Compreender as relações de força permite avaliar quem detém maior influência e como essa influência pode ser equilibrada ou desafiada para alcançar os objetivos desejados. Articulação entre estrutura e conjuntura:  enquanto a conjuntura se refere ao momento específico e às circunstâncias atuais, a estrutura diz respeito aos elementos mais permanentes e estáveis, como as instituições, normas e relações econômicas de longo prazo. Por que a análise de conjuntura é essencial para lobby e advocacy? A análise de conjuntura desempenha um papel fundamental na elaboração de estratégias de lobby e advocacy, pois permite uma compreensão profunda do ambiente em que as decisões políticas e sociais estão sendo tomadas.  Ao analisar o cenário político e social, os profissionais de lobby e advocacy podem identificar tanto oportunidades quanto riscos que podem influenciar o sucesso de suas iniciativas. Por exemplo, suponha que uma nova legislação sobre sustentabilidade esteja em discussão no Congresso. Uma análise de conjuntura pode revelar que, devido a recentes desastres ambientais, há uma forte pressão da opinião pública para aprovar medidas mais rigorosas.  Essa percepção pode ser uma oportunidade para grupos de advocacy ambiental mobilizarem apoio popular e persuadirem legisladores a adotarem políticas mais ambiciosas. Por outro lado, a mesma análise pode identificar que setores industriais influentes estão pressionando contra essa legislação, buscando suavizar as regras para minimizar os impactos econômicos.  Nesse caso, o risco de retrocesso na regulamentação deve ser considerado, e as estratégias devem ser ajustadas para neutralizar essa influência, talvez por meio da formação de coalizões ou do uso de dados científicos para contrapor argumentos econômicos. Moldando melhores estratégias a partir da análise de conjuntura A análise de conjuntura não só identifica oportunidades e riscos, mas também fornece as bases para moldar estratégias de lobby e advocacy de maneira mais elaborada. Ao entender o contexto em que se opera, os profissionais podem adaptar suas abordagens para maximizar o impacto de suas ações. Isso pode incluir: Definição de prioridades: a análise de conjuntura ajuda a definir quais questões devem ser priorizadas com base na urgência e na viabilidade de sucesso . Por exemplo, se a conjuntura mostra que uma determinada agenda está em alta entre os tomadores de decisão, essa questão pode ser colocada no topo das prioridades de lobby. Escolha de abordagens:  diferentes conjunturas podem exigir diferentes abordagens. Em um contexto de estabilidade política, pode ser eficaz adotar uma abordagem de longo prazo, enquanto em cenários de crise, uma intervenção rápida e assertiva pode ser necessária. Alocação de recursos:  a análise permite que recursos, como tempo, esforço e financiamento, sejam alocados de forma mais estratégica, direcionando-os para áreas onde terão maior impacto. Além disso, para que uma análise de conjuntura seja realmente eficaz, é necessário que ela se baseie em uma combinação de dados qualitativos e quantitativos .  Os dados quantitativos, como estatísticas e pesquisas, fornecem uma base objetiva para identificar tendências e padrões. Por exemplo, a queda na taxa de aprovação de um político pode indicar uma mudança iminente de posição.  Já os dados qualitativos, obtidos por meio de entrevistas e observações, oferecem insights sobre o contexto mais amplo e as motivações dos atores envolvidos, como a resistência cultural que pode impedir a aprovação de leis. Desafios e dificuldades na realização da análise de conjuntura Realizar uma boa análise de conjuntura é uma tarefa complexa que envolve diversos desafios. Um dos maiores é lidar com a complexidade e o volume de informações disponíveis. O cenário político e social é dinâmico e repleto de variáveis que precisam ser analisadas em conjunto, o que pode tornar o processo de coleta e interpretação de dados bastante difícil .  Além disso, o ambiente político e social pode mudar rapidamente, dificultando a antecipação de tendências e a previsão de resultados. A imprevisibilidade de eventos e a volatilidade das conjunturas podem comprometer a precisão das análises. Outro desafio significativo é a subjetividade na interpretação de dados. A análise de conjuntura requer a interpretação de dados qualitativos , o que pode introduzir um grau de subjetividade na análise. Diferentes analistas podem ter interpretações distintas sobre os mesmos dados, levando a conclusões divergentes.  Por fim, a integração de dados qualitativos e quantitativos é outro desafio importante. Embora ambos sejam essenciais para uma análise completa, combinar essas fontes de maneira coerente e significativa requer habilidades analíticas avançadas e uma visão holística do cenário. Como superar esses desafios Superar os desafios na análise de conjuntura requer uma abordagem estruturada e o uso de ferramentas adequadas. Primeiro, é essencial sistematizar e filtrar as informações relevantes, utilizando ferramentas que automatizam a coleta de dados e identifiquem padrões. Manter a análise continuamente atualizada é crucial para lidar com mudanças rápidas no cenário político. Além disso, treinar profissionais para interpretar dados de maneira crítica e objetiva reduz a subjetividade e melhora a precisão das análises. Finalmente, o uso de ferramentas integradas que combinam dados qualitativos e quantitativos facilita uma visão abrangente e precisa do contexto. A Inteligov como ferramenta indispensável Nesse contexto, a Inteligov se torna uma ferramenta essencial para uma análise de conjuntura bem elaborada. A plataforma automatiza a coleta de dados de fontes confiáveis, organiza essas informações de forma estruturada e permite monitoramento em tempo real, garantindo que as análises estejam sempre atualizadas.  Com a integração de dados qualitativos e quantitativos, a Inteligov oferece uma visão completa do cenário, tornando o processo de análise acessível e preciso. Com o apoio de inteligência preditiva, também é possível, por meio do Termômetro Inteligov, avaliar a probabilidade de aprovação de projetos de lei. Assim, utilizar a plataforma não só ajuda a superar os desafios da análise de conjuntura, mas também aprimora os resultados, proporcionando uma base sólida para influenciar políticas públicas. Entre em contato com a nossa equipe e entenda como a Inteligov pode te ajudar na construção de uma boa análise de conjuntura!

  • Como estabelecer relações sólidas com o setor público

    Nos últimos anos, escândalos de corrupção têm destacado a importância da transparência e da honestidade nas interações entre empresas e o setor público. Tanto a população quanto o setor público buscam relações baseadas em ética e integridade. Esses valores são essenciais para todas as ações organizacionais. Por isso, estabelecer relações sólidas e transparentes é fundamental, especialmente quando uma empresa precisa interagir com agentes públicos . Essas relações são a base para ganhar a confiança dos envolvidos e promover um ambiente de cooperação mútua . Este artigo oferece uma visão sobre como construir relações sólidas e eficientes com o setor público, alavancando projetos e propostas de forma honesta e segura, e contribuindo para o crescimento sustentável das organizações. A importância de relações sólidas no ambiente corporativo Vivemos em uma era onde a construção de relações sólidas no ambiente corporativo é essencial. Essa necessidade é evidente tanto em empresas B2B quanto B2C, bem como nos contatos com fornecedores e o público em geral. As relações entre empresas e políticos não são exceção a essa regra. Um exemplo claro dessa tendência é a importância do marketing de relacionamento. Esta estratégia é fundamental para conquistar novos clientes e reter os antigos, criando uma rede de confiança entre a empresa e o público. Essa confiança é indispensável para estabelecer uma boa parceria e alcançar melhores resultados . Quando se trata de contatos políticos para o acompanhamento e aprovação de projetos , essa necessidade se torna ainda mais evidente. É vital demonstrar claramente como determinados projetos podem beneficiar o mercado em que estão inseridos.  Além disso, é importante lembrar que há muitos concorrentes defendendo seus interesses junto aos órgãos públicos. Portanto, a qualidade do relacionamento pode ser a chave para alcançar resultados satisfatórios. Para entender a importância dessas relações, pode-se pensar em um exemplo da vida pessoal. Quando alguém precisa de um favor, como dinheiro emprestado ou ajuda em alguma tarefa, quem normalmente auxilia? Amigos mais próximos ou pessoas desconhecidas? É provável que sejam os amigos. Isso ocorre porque existe uma conexão estabelecida e é mais fácil convencê-los a ajudar. Além disso, os amigos confiam que o favor será utilizado para fins benéficos. O mesmo se aplica ao mundo corporativo. Quanto mais forte for a confiança entre as partes, maiores serão as chances de se obter o necessário para o bem da empresa. Isso vale tanto para  interações com agentes públicos , parlamentares, quanto com responsáveis por órgãos públicos, sempre agindo com lisura e ética. Portanto, a manutenção de relacionamentos é fundamental e estratégica para qualquer organização. Como estabelecer relações sólidas com o setor público Mais do que compreender a importância das relações com o setor público, é fundamental saber como construir esses laços de forma ética e dentro da legalidade.  A seguir, são apresentadas algumas estratégias que podem ser utilizadas tanto para estreitar relações com agentes públicos quanto com outros componentes da vida corporativa, incluindo o público e parceiros. Veja os principais passos para conquistar esse objetivo: Saiba comunicar de forma transparente Para construir e manter relações sólidas com o setor público, é essencial que todos os stakeholders estejam cientes das ações e iniciativas da empresa. A comunicação transparente e contínua fortalece a confiança e facilita a colaboração.  Desenvolver um plano de comunicação claro e estruturado é fundamental. Este plano deve incluir a identificação dos stakeholders, mapeando quem são os principais  – agentes públicos, parceiros, colaboradores, fornecedores e a comunidade em geral.  Também deve incluir a definição de objetivos de comunicação, estabelecendo metas específicas, como informar sobre novos projetos, atualizar sobre o andamento de iniciativas ou compartilhar resultados e impactos positivos e negativos. Além disso, é importante estabelecer um cronograma de comunicação, definindo uma frequência para as comunicações e garantindo que as informações sejam atualizadas regularmente e no momento adequado. Outra estratégia é criar relatórios de impacto, elaborando documentos que detalham o impacto das ações da empresa, tanto em termos econômicos quanto sociais, e compartilhando esses relatórios com agentes públicos e outros stakeholders para demonstrar transparência e responsabilidade.  Demonstre ética em cada ação  Não basta ter um discurso ético; é preciso praticar a ética em todas as ações. Por exemplo, se uma empresa declara que segue rigorosamente as leis e regulamentos, todos os colaboradores devem refletir essa conduta.  Em um mundo altamente conectado, qualquer desvio ético pode rapidamente se tornar público e prejudicar a reputação da organização. Para profissionais de relações governamentais, manter um comportamento ético constante é vital para sustentar relações sólidas e respeitáveis com o setor público. Cumpra prazos estabelecidos  Cumprir prazos é uma demonstração clara de comprometimento e seriedade. A administração pública opera com cronogramas rigorosos, seja na entrega de documentos, propostas de lei ou mudanças regulatórias.  Profissionais de relações governamentais devem garantir que todos os prazos sejam respeitados, mostrando assim que a empresa é confiável e comprometida com os procedimentos dos órgãos públicos. Evitar atrasos reforça a imagem de profissionalismo e responsabilidade. Mantenha um plano de compliance  Compliance envolve a adesão às normas e legislações vigentes, implementando medidas internas para prevenir fraudes e corrupção. Para gestores públicos e profissionais de relações governamentais, um plano de compliance robusto é essencial .  Esse planejamento ajuda a garantir que todas as ações estejam em conformidade com as leis, minimizando riscos de interpretações equivocadas ou de práticas ilícitas. Implementar um plano de compliance pode requerer consultoria especializada ou profissionais dedicados à análise e aplicação das melhores práticas em diferentes contextos empresariais. Construir relações sólidas com o setor público não é apenas uma vantagem estratégica, mas também uma necessidade para o crescimento sustentável e ético das organizações. Essas práticas asseguram que os projetos e propostas avancem de forma honesta e eficiente, contribuindo para um ambiente corporativo mais íntegro e confiável. Como a Inteligov ajuda a fortalecer as relações com o setor público A Inteligov é uma plataforma que pode ser uma aliada poderosa na construção de relacionamentos sólidos com stakeholders. Suas funcionalidades são projetadas para facilitar a transparência, a conformidade e a eficiência  nas interações com agentes públicos. Uma das principais ferramentas oferecidas pela Inteligov é a geração de relatórios personalizados . Esses relatórios permitem que as empresas apresentem dados relevantes e atualizados às partes envolvidas, demonstrando de forma clara e precisa o impacto e os benefícios dos projetos em curso.  Outra funcionalidade importante é o registro de interações . A plataforma possibilita que todas as reuniões e contatos com autoridades sejam devidamente documentados e armazenados. Isso garante que a equipe esteja sempre em conformidade com as normas e políticas internas e facilita o acompanhamento e a revisão de interações passadas, promovendo uma gestão mais transparente e organizada. O monitoramento de riscos regulatórios  é outro benefício significativo. Através do acompanhamento contínuo de órgãos reguladores, a plataforma permite que as empresas se mantenham atualizadas sobre novas normas e regulamentos que possam afetar suas operações.  Além dessas funcionalidades, a Inteligov oferece uma interface intuitiva que ajuda as empresas a identificarem tendências e oportunidades no setor público. Essas ferramentas são essenciais para desenvolver estratégias informadas e bem estruturadas, fortalecendo ainda mais as relações com agentes governamentais. Entre em contato com a nossa equipe e conheça todas as nossas soluções!

  • Lei de incentivo ao esporte e outras iniciativas no esporte brasileiro

    Durante as Olimpíadas de 2024, é importante entender como políticas públicas, como a Lei de Incentivo ao Esporte, têm moldado o desenvolvimento esportivo no Brasil. Essa lei é fundamental para o crescimento do esporte no país, permitindo que empresas e indivíduos invistam em projetos esportivos por meio de incentivos fiscais. Neste artigo, vamos explorar em detalhes como essa lei funciona e destacar outros projetos e iniciativas que também contribuem para o esporte brasileiro. História e objetivos da Lei de Incentivo ao Esporte A Lei 11.438/06, conhecida como a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), foi sancionada em 2006 e visa fomentar o esporte em diversas modalidades, desde a iniciação esportiva até o alto rendimento. Seu principal objetivo é promover a prática esportiva, incentivar a formação de atletas de alto rendimento e melhorar a infraestrutura esportiva. Ao permitir que empresas e pessoas físicas deduzam parte de seus impostos para financiar projetos esportivos, a LIE tem criado oportunidades significativas para o crescimento e aperfeiçoamento do esporte no Brasil. Em 2022, a LIE foi prorrogada até 2027, garantindo a continuidade de seus benefícios. A legislação permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam aplicados em projetos esportivos e paradesportivos. Com a prorrogação, os limites para o desconto dedutível foram ampliados: para pessoas físicas, a contribuição aumentou de 6% para 7% do Imposto de Renda devido; para pessoas jurídicas, o aumento foi de 1% para 2%. Além disso, a Lei 9.532, sobre legislação tributária, foi alterada para permitir que doações e patrocínios a projetos de inclusão social por meio do esporte, especialmente em comunidades vulneráveis, partilhem os limites de dedução das doações a projetos culturais e artísticos, estabelecidos em 4%. Mecanismos, funcionamento e impactos da Lei A LIE opera através de incentivos fiscais, permitindo que empresas destinem até 2% e pessoas físicas até 7% do imposto de renda devido a projetos desportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte. Essa participação é essencial para o sucesso da lei, garantindo um fluxo contínuo de recursos para o desenvolvimento esportivo. Uma mudança significativa ocorreu em julho de 2024 com a sanção da Lei 14.933/24, permitindo que pessoas físicas apresentem projetos esportivos com incentivos fiscais. Anteriormente, apenas pessoas jurídicas, como federações esportivas, ONGs ligadas ao esporte, instituições de ensino, governos e prefeituras, estavam aptas a apresentar esses projetos. Com essa alteração, a LIE se equipara à Lei Rouanet, ampliando a participação da sociedade no desenvolvimento do setor esportivo. Essa mudança, originada do Projeto de Lei 9241/17, visa aumentar a inclusão e a diversidade de projetos beneficiados. Desde sua implementação, a LIE tem tido um impacto significativo no cenário esportivo brasileiro. Entre 2007 e 2023, mais de 8.869 projetos foram beneficiados, com um investimento total de R$5,49 bilhões. Esses projetos incluem a construção e reforma de instalações esportivas, programas de treinamento para atletas e eventos esportivos de grande porte. Apenas em 2021, mais de 500 mil pessoas foram atendidas. Em 2022, 1.282 projetos foram apresentados, com captação de recursos que superaram os R$590 milhões entre os anos de 2021 e 2022. Iniciativas e projetos complementares A lei também tem sido fundamental para a inclusão social, proporcionando oportunidades para crianças e jovens de comunidades carentes participarem de atividades esportivas. Projetos como o Bolsa Atleta e a Lei das Loterias complementam a LIE, oferecendo suporte financeiro direto a atletas de alto rendimento. O Bolsa Atleta, por exemplo, é um programa que oferece bolsas mensais para atletas que se destacam em competições nacionais e internacionais. Desde sua criação, milhares de atletas foram beneficiados, permitindo que se dediquem integralmente aos treinamentos e competições. Já a Lei das Loterias visa a destinação de uma porcentagem das apostas para o financiamento esportivo, garantindo recursos contínuos para diversas modalidades. Além dos projetos mencionados, há também a iniciativa do Programa Impulsiona, que busca integrar o esporte no currículo escolar. Essa iniciativa tem como objetivo fomentar a prática esportiva desde cedo, desenvolvendo habilidades motoras e promovendo o bem-estar físico e mental dos alunos. O Impulsiona capacita professores e oferece materiais didáticos, tornando o esporte uma parte essencial da educação. O futuro do esporte no Brasil Olhando para o futuro, o esporte brasileiro enfrenta desafios, mas também muitas oportunidades. A continuidade e o aprimoramento das políticas públicas de incentivo são essenciais para o desenvolvimento do esporte. Investir em infraestrutura, formação de atletas e programas de inclusão social são passos importantes para consolidar o Brasil como uma potência esportiva. A evolução das políticas de incentivo, como o recente aumento nos percentuais de dedução fiscal, aponta para um cenário cada vez mais favorável para o esporte no país. Um dos desafios futuros é garantir a sustentabilidade dos projetos esportivos, mantendo um fluxo contínuo de investimentos e ampliando a base de apoio para além do setor privado. A colaboração entre governo, iniciativa privada e sociedade civil é fundamental para alcançar esses objetivos. Além disso, a inclusão de tecnologias e metodologias inovadoras no treinamento e na gestão esportiva pode potencializar ainda mais os resultados. Neste contexto, a Inteligov oferece uma plataforma poderosa para empresas que desejam monitorar projetos e iniciativas voltadas ao esporte no Brasil. Com suas funcionalidades avançadas, é possível acompanhar a tramitação de projetos de lei, receber alertas e notificações em tempo real sobre alterações na legislação e analisar dados relevantes. Essas ferramentas permitem que organizações estejam sempre atualizadas sobre as políticas em formação, possibilitando a adoção de estratégias proativas para fomentar o incentivo ao esporte. Além disso, a Inteligov facilita a visualização e o gerenciamento de informações essenciais, tornando o processo de acompanhamento legislativo mais eficiente e acessível. Empresas podem utilizar a plataforma para identificar oportunidades de financiamento e apoio a projetos esportivos, entender o impacto de novas legislações e tomar decisões informadas. Dessa forma, a Inteligov não apenas auxilia na conformidade legal, mas também promove um ambiente favorável para o crescimento e desenvolvimento do esporte no país. Entre em contato com a nossa equipe e agende agora uma demonstração gratuita!

  • Transformação digital e RIG: o monitoramento da opinião pública

    Em um mundo cada vez mais conectado, a   transformação digital  tem remodelado profundamente diversas áreas, incluindo as Relações Institucionais e Governamentais (RIG). Uma das mudanças mais significativas é a forma como o monitoramento da opinião pública é conduzido , tornando-se uma ferramenta indispensável para os profissionais deste setor. Este artigo explora os principais pontos dessa transformação, destacando a importância do monitoramento da opinião pública e como as tecnologias digitais podem ser aproveitadas para melhorar o trabalho dos profissionais de RIG. A opinião pública nas democracias modernas A opinião pública desempenha um papel vital nas democracias modernas, funcionando como um termômetro das percepções e sentimentos da sociedade sobre questões políticas, sociais e econômicas.  Na prática, a opinião pública influencia diretamente as decisões políticas e a   formação de políticas públicas . Para os profissionais de RIG, monitorar e compreender a opinião pública significa ter acesso a informações ricas que podem contribuir nas estratégias de engajamento e influência. Nesse sentido, é possível afirmar que a relação entre a opinião pública, a participação política e a democracia é intrínseca. A opinião pública é formada a partir dos debates e discussões que ocorrem na esfera pública , onde cidadãos expressam suas opiniões e influenciam uns aos outros. Este processo deliberativo é fundamental para a legitimidade democrática, pois garante que as políticas públicas reflitam os valores e interesses da sociedade. A revolução digital e a opinião pública Com a ascensão das tecnologias digitais e das redes sociais, o monitoramento da opinião pública passou por uma revolução. As   redes sociais se tornaram plataformas-chave para a formação e disseminação de opiniões . Hoje, políticos e cidadãos estão mais conectados do que nunca, permitindo uma comunicação direta e instantânea. Só para se ter uma ideia da participação dos parlamentares no meio digital, uma pesquisa realizada em 2023, pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), revelou que 82% dos congressistas utilizam a internet como principal fonte de informação , levando em consideração aplicativos como o Instagram e WhatsApp. Isso significa que os debates e as discussões que ocorrem nessas plataformas podem influenciar diretamente as decisões políticas. No entanto, dados do Instituto “Democracia em Xeque”, demonstram que a quantidade de informações disponíveis não é sinônimo de qualidade ou de alcance no meio digital. Por exemplo, José Guimarães (PT-CE) foi o parlamentar que mais postou no Instagram em abril de 2024, com 202 postagens, mas teve apenas 36.537 interações. Em contraste, Capitão Alden (PL-BA), com 172 postagens, alcançou 203.302 interações. Ainda, parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro são os que mais engajam no Instagram. Carla Zambelli (PL-SP), com 115 postagens, obteve 2.398.810 interações. Bia Kicis (PL-DF) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) também estão entre os mais influentes, com mais de 2 milhões de interações cada. Estes números refletem a capacidade desses parlamentares de mobilizar seguidores e influenciar a opinião pública no ambiente digital. Esse cenário precisa ser analisado cuidadosamente pelo profissional de RIG, uma vez que a opinião pública e sua interação com os parlamentares nas plataformas digitais influi diretamente em sua atuação. Isso ocorre, basicamente, por dois motivos. Primeiro porque estas plataformas mudaram a forma como se dá a comunicação entre o Estado, o agente público e a população de modo geral. Por meio delas, o Estado e o político se tornaram permeáveis à opinião pública e, ao mesmo tempo, tornaram mais direta a comunicação das próprias organizações com o público. A segunda perspectiva mostra que as plataformas digitais permitiram a automatização de um trabalho complexo e incerto: o acompanhamento das ações do Poder Público. Exemplos práticos de monitoramento da opinião pública O monitoramento da opinião pública é uma prática fundamental para os profissionais de RIG. Além das redes sociais, diversos indicadores e ferramentas podem ser utilizados para captar e analisar as percepções do público.  A seguir, apresentamos algumas das principais formas de implementar essa prática no dia a dia: Monitoramento de tendências: se uma nova pauta, como sustentabilidade ou educação, começa a ganhar tração, é possível alinhar as ações da organização para responder a essas preocupações emergentes. Além disso, analisar relatórios de pesquisa de mercado e tendências econômicas pode oferecer insights valiosos sobre as preocupações e prioridades da população. Pesquisas de opinião pública:  realizar e analisar pesquisas de opinião pública é uma maneira tradicional, porém eficaz, de monitorar o que a população pensa sobre determinados assuntos. Essas pesquisas podem ser realizadas por meio de entrevistas, questionários online, ou telefônicos, oferecendo dados quantitativos e qualitativos sobre as percepções e preferências dos cidadãos. Interação com parlamentares e outros stakeholders:   participar de audiências públicas , fóruns e reuniões oferece uma oportunidade de entender melhor as opiniões e preocupações diretamente dos representantes dos temas de interesse. Campanhas de engajamento: lançar campanhas de engajamento pode mobilizar a opinião pública em torno de causas específicas. Por exemplo, uma campanha bem-sucedida pode gerar apoio popular para um projeto de lei ou mobilizar cidadãos a participar de audiências públicas. Essas campanhas podem ser complementadas por eventos comunitários, petições online e outras formas de ativismo digital e presencial. Monitoramento de veículos de informação: além das redes sociais, é importante monitorar outros meios de comunicação, como jornais, revistas, televisão e rádio. Ferramentas de clipping e análise de mídia ajudam a identificar como os assuntos de interesse estão sendo tratados na imprensa, fornecendo uma visão abrangente da opinião pública e das narrativas predominantes. Indicadores econômicos e sociais: analisar indicadores econômicos e sociais, como taxas de desemprego, inflação, índices de criminalidade e indicadores de saúde pública, também pode fornecer insights valiosos sobre o humor e as preocupações da população. Esses dados ajudam a contextualizar a opinião pública dentro de um cenário mais amplo e a adaptar as estratégias de RIG de acordo. Desafios e estratégias na Era Digital Embora as tecnologias digitais ofereçam inúmeras vantagens, elas também apresentam desafios significativos para os profissionais de RIG. A quantidade de dados gerados diariamente é imensa, e a análise desses dados requer ferramentas tecnológicas avançadas.  Além disso, a natureza rápida e fluida das redes sociais exige que os profissionais de RIG estejam constantemente atualizados e preparados para responder a mudanças repentinas na opinião pública. Para enfrentar esses desafios, é essencial adotar estratégias que integrem tecnologias digitais e análises de dados. Ferramentas de monitoramento automatizado, como aquelas   oferecidas pela plataforma Inteligov , podem simplificar o processo de coleta e análise de informações, permitindo que os profissionais de RIG se concentrem em tomar decisões estratégicas baseadas em insights precisos. A Inteligov e o monitoramento da opinião pública A plataforma Inteligov é uma aliada poderosa para os profissionais de RIG que desejam otimizar o monitoramento da opinião pública. Com funcionalidades eficientes, a Inteligov permite: Monitorar temas de interesse : acompanhe notícias, andamento de projetos de lei, pronunciamento de parlamentares e agenda de autoridades. Analisar dados em tempo real : obtenha insights imediatos sobre as tendências e sentimentos da opinião pública, permitindo ajustes rápidos nas estratégias de comunicação e influência. Relatórios personalizados : gere relatórios detalhados que ajudam a entender melhor o cenário político e social, facilitando a tomada de decisões informadas e estratégicas. Utilizar a Inteligov não só simplifica o processo de monitoramento da opinião pública, mas também proporciona uma visão detalhada e abrangente das tendências no cenário político e regulatório . Isso é essencial para tomar decisões informadas e estratégicas, fortalecendo a atuação do profissional de RIG. Acompanhe nossas atualizações e descubra mais sobre como a Inteligov pode transformar sua abordagem de monitoramento da opinião pública. Para conhecer a Inteligov, agende uma demonstração gratuita!

  • As diferenças entre o processo legislativo Federal e Municipal

    Entender as diferenças entre o processo legislativo federal e municipal é fundamental para aqueles que acompanham e monitoram as atividades legislativas no Brasil. Essas diferenças impactam diretamente a forma como as leis são elaboradas, debatidas e aprovadas em cada nível de governo. Compreender essas distinções é essencial não apenas para cientistas políticos e advogados, mas também para profissionais de relações institucionais e governamentais que atuam com lobby e advocacy. Além disso, com a proximidade das eleições municipais de 2024, a importância de conhecer essas diferenças se torna ainda mais evidente, pois os processos e dinâmicas locais podem influenciar significativamente as estratégias de campanha e as políticas públicas propostas. O processo legislativo brasileiro O processo legislativo brasileiro é o mecanismo pelo qual as demandas da sociedade são transformadas em normas jurídicas. Esse processo é obrigatório para a regulação da vida em sociedade e para o funcionamento do Estado. No Brasil, cada ente federativo - União, estados, Distrito Federal e municípios - possui suas próprias casas legislativas, onde as propostas de leis são discutidas e votadas. No nível federal, o Congresso Nacional é responsável por essa função; nos estados, as Assembleias Legislativas; no Distrito Federal, a Câmara Legislativa; e nos municípios, as Câmaras Municipais. As principais etapas do processo legislativo O processo legislativo é composto por várias etapas que garantem a legitimidade das propostas apresentadas. A primeira etapa é a da iniciativa, onde parlamentares apresentam suas propostas à Mesa Diretora da casa legislativa. As propostas são então enviadas para as Comissões Temáticas, que analisam o conteúdo conforme suas áreas de competência. A seguir, ocorre a discussão das propostas, que visa expandir a compreensão e permitir a participação da sociedade civil. Durante este processo, as propostas podem receber emendas antes da votação em plenário. Se aprovadas, passam para a fase de sanção pelo Poder Executivo, que pode sancioná-las ou vetá-las. Mesmo vetadas, as propostas ainda podem ser promulgadas pelo Legislativo. Após a promulgação, os atos normativos são publicados nos meios oficiais para que entrem em vigor. O processo legislativo federal No Brasil, o Poder Legislativo federal é exercido pelo Congresso Nacional, que é bicameral, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Câmara dos Deputados A Câmara dos Deputados, considerada a câmara baixa, é composta por 513 deputados federais, eleitos para mandatos de quatro anos por meio de eleições proporcionais. Esta câmara está mais próxima dos anseios populares, sendo o local onde as demandas da sociedade são inicialmente debatidas. Senado Federal O Senado Federal, a câmara alta, é composto por 81 senadores eleitos para mandatos de oito anos em eleições majoritárias. O Senado atua como um revisor das propostas, com um olhar mais técnico e menos suscetível às pressões populares imediatas. Diferenças entre o processo legislativo federal e municipal Poder Legislativo municipal Nas Câmaras Municipais, o processo legislativo é conduzido por vereadores eleitos por eleições proporcionais para mandatos de quatro anos. Cada município é regido por uma Lei Orgânica, que organiza a política local e preenche lacunas deixadas pelas Constituições Federal e Estadual. Uma diferença notável entre os níveis municipal e federal é o tamanho das casas legislativas. Enquanto a Câmara dos Deputados é composta por 513 deputados e o Senado Federal por 81 senadores, muitas Câmaras Municipais têm um número significativamente menor de vereadores. Por exemplo, cidades grandes como Recife possuem 39 vereadores, mas a maioria dos municípios tem menos de 20. Esse menor número de representantes pode facilitar a tramitação de propostas, uma vez que a complexidade do processo e o número de etapas são reduzidos. Entretanto, essa simplicidade pode também resultar em menor diversidade de opiniões e menos debate, impactando a qualidade e abrangência das deliberações legislativas. Importância das diferenças Entender as diferenças entre o processo legislativo federal e municipal é importante por várias razões. Primeiramente, o Congresso Nacional é bicameral, o que implica um processo legislativo mais complexo e demorado em comparação com o processo unicameral das Câmaras Municipais. No Congresso, uma proposta precisa ser aprovada tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado Federal, passando por múltiplas comissões e sessões de debate em ambas as casas. Por exemplo, um projeto de lei que trata de mudanças fiscais pode ser objeto de intensos debates e alterações na Câmara dos Deputados antes de ser encaminhado ao Senado, onde passará por uma nova rodada de análises e possíveis modificações. Isso torna a tramitação de propostas mais rápida nos municípios, onde um projeto de lei é discutido e votado apenas em uma única casa legislativa, simplificando e acelerando o processo. Além disso, a relação entre o Executivo e o Legislativo difere significativamente nos dois níveis. No Congresso Nacional, as propostas do Executivo podem ser modificadas substancialmente, enquanto nas Câmaras Municipais, especialmente em cidades menores, as propostas do prefeito tendem a ser aprovadas com menos resistência, devido à dinâmica política local. Dificuldades no monitoramento municipal Monitorar o processo legislativo municipal é mais desafiador devido à escassez e à desorganização das informações. Muitas Câmaras Municipais não atualizam suas informações de forma padronizada e consistente, tornando o acesso a dados legislativos mais restrito. Isso contrasta com o nível federal, onde o acesso à informação é mais organizado e transparente. Profissionais que atuam no monitoramento dessas informações enfrentam dificuldades diárias, como a falta de um sistema centralizado para a publicação de dados, a inconsistência na disponibilização de documentos e a demora na atualização de sites oficiais. Além disso, a variabilidade na qualidade e na quantidade de informações disponíveis entre diferentes municípios aumenta a complexidade do trabalho. Esses profissionais frequentemente precisam recorrer a contatos locais e desenvolver métodos próprios de acompanhamento para garantir que não percam informações relevantes. A falta de transparência e a fragmentação das informações exigem um esforço maior na coleta, análise e interpretação dos dados, aumentando o tempo e os recursos necessários para um monitoramento eficaz. Benefícios do uso de plataformas de monitoramento de dados governamentais Neste contexto, profissionais de relações institucionais e governamentais que atuam com lobby e advocacy podem se beneficiar significativamente do uso de plataformas de monitoramento de dados governamentais, como a Inteligov. Essas ferramentas facilitam a coleta e a gestão de dados legislativos, aumentando a produtividade e a assertividade no planejamento e na execução de estratégias de defesa de interesses. Com a Inteligov, é possível acompanhar em tempo real as atividades legislativas em diferentes níveis de governo, permitindo uma resposta rápida e informada às mudanças legislativas. Nossa plataforma monitora dados de 68 Câmaras Municipais e oferece 100% de monitoramento das Assembleias Estaduais, além da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Isso é particularmente útil no contexto municipal, onde a desorganização das informações pode ser um grande obstáculo. Além disso, a plataforma oferece recursos para a análise e a visualização de dados, ajudando os profissionais a identificar tendências e oportunidades de advocacy. Entre em contato com a equipe da Inteligov e descubra como monitorar dados governamentais subnacionais de forma fácil e eficiente!

  • Negociação: o método de Harvard nas estratégias de advocacy

    A resolução de conflitos é um processo essencial para a manutenção de um ambiente harmonioso e produtivo, seja no cenário político, corporativo ou em qualquer esfera que envolva múltiplos interesses. Desta forma, o conhecimento sobre o método de Harvard de negociação se torna indispensável para profissionais que atuam com lobby e advocacy, mediadores e gestores de riscos. A capacidade de resolver divergências de opiniões e posicionamentos de forma construtiva é fundamental para o sucesso de negociações, a implementação de políticas eficazes e a criação de soluções inovadoras para problemas complexos. No contexto corporativo, a resolução de conflitos pode garantir a coesão entre equipes, promover a colaboração e alcançar objetivos estratégicos. Conflitos podem surgir de diversas fontes, como diferenças de opinião, competição por recursos, ou metas conflitantes. Quando não gerenciados adequadamente, esses conflitos podem levar a uma diminuição da moral, queda na produtividade e, em casos extremos, ao fracasso de projetos importantes. Exemplos comuns incluem disputas entre departamentos sobre alocação de orçamento, desentendimentos entre gestores e equipes sobre prazos de entrega, ou conflitos entre acionistas sobre a direção estratégica da empresa. Portanto, é extremamente importante saber como argumentar em cada um desses casos, para alcançar os resultados desejados. Como aplicar o método de Harvard Desenvolvido por Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton, e popularizado pelo livro "Como Chegar ao Sim", o método de Harvard oferece uma abordagem estruturada para negociações que busca resolver conflitos de maneira que todos os envolvidos possam sair ganhando. Ao invés de promover vencedores e perdedores, o método de Harvard enfatiza a importância de separar as pessoas dos problemas, focar em interesses em comum, gerar opções para ganhos mútuos e utilizar critérios objetivos para a tomada de decisões. Profissionais que lidam com a defesa de interesses encontram no método de Harvard uma base sólida para a condução de negociações bem-sucedidas. Este método é especialmente relevante em um cenário onde a polarização e a intolerância estão em alta, como ocorre frequentemente no ambiente político e corporativo. Por exemplo, mediadores que facilitam negociações entre sindicatos e empresas podem usar o método de Harvard para identificar interesses comuns e desenvolver soluções que satisfaçam ambas as partes. Gestores de riscos podem aplicá-lo para criar planos de ação que considerem os interesses de diferentes stakeholders, minimizando conflitos e potencializando a cooperação. O método de Harvard se baseia em quatro conceitos principais: pessoas, interesses, opções e critérios. Pessoas: é fundamental criar uma estratégia de negociação que separe as pessoas do problema. É necessário olhar para os interesses mútuos e abrir mão de posicionamentos rígidos, estabelecendo uma relação de confiança para lidar com situações difíceis sem levar a negociação para o lado pessoal. Interesses: este conceito trata do resultado desejado na negociação. É essencial reconhecer o interesse do outro para atuar de forma construtiva e focar nos interesses, não nas posições. Opções: antes de iniciar uma negociação, é preciso ter alternativas e consciência dos interesses de todos os envolvidos, buscando equilíbrio durante todo o processo. Contar com outras possibilidades e estar preparado para diferentes cenários é parte indispensável do plano. Critérios: a definição de critérios e objetivos é fundamental para o sucesso na negociação. Estabelecer regras justas e imparciais facilita toda a negociação, preservando o relacionamento entre os envolvidos. A importância da negociação na esfera política A divergência de opiniões e posicionamentos é parte integrante da construção política, sendo um elemento natural da democracia. O debate de ideias e ideais, muitas vezes acalorado, reforça o direito à livre manifestação e abre espaço para a pluralidade de pensamentos. Contudo, à medida que o cenário político se torna cada vez mais hostil e intolerante, considerando a radicalização das discussões, a polarização ascende, trazendo consigo significativos impactos para toda a população. Diversos fatores contribuem para essa polarização, incluindo corrupção, crise econômica, falta de representatividade política e descontentamento generalizado, assim como a disseminação de notícias falsas e discursos políticos radicais. Nesse sentido, o método de Harvard pode ser aplicado para facilitar o diálogo entre diferentes partidos políticos, organizações não governamentais e outros stakeholders envolvidos no processo de formulação de políticas. Ao focar em interesses comuns e buscar soluções mutuamente benéficas, os negociadores podem superar barreiras ideológicas e encontrar caminhos viáveis para a implementação dessas políticas, beneficiando o maior número de pessoas possível. Incorporando o método de Harvard nas estratégias de advocacy Uma maneira prática de incorporar o método de Harvard nas estratégias de advocacy é levar em consideração o primeiro conceito e separar as pessoas dos problemas. Durante debates acalorados, é fundamental incentivar os participantes a focarem nos problemas a serem resolvidos, em vez de atacarem uns aos outros. Promover a empatia e a compreensão pode reduzir tensões pessoais e facilitar a resolução objetiva das questões. Focar nos interesses, e não nas posições, é outra abordagem essencial. Por exemplo, ao negociar políticas de saúde, deve-se identificar os interesses subjacentes de todas as partes, como melhorar o atendimento ao paciente e reduzir custos, em vez de se prender a posições rígidas sobre a alocação de recursos. Já em uma negociação sobre políticas sustentáveis, por exemplo, é útil explorar soluções que beneficiem tanto os interesses econômicos quanto os ambientais. Propor iniciativas que incentivem boas práticas, mas que também ofereçam incentivos fiscais para empresas, pode resultar em acordos mais equilibrados e satisfatórios. Além disso, utilizar critérios objetivos para guiar as negociações é fundamental. Estabelecer métricas claras e imparciais, como taxas de alfabetização ou índices de desempenho escolar, para avaliar o sucesso de uma política educacional pode assegurar que todas as partes tenham um entendimento comum dos objetivos e facilitar a resolução de divergências. Ao aplicar os princípios deste método, profissionais de relações institucionais e governamentais podem desenvolver abordagens mais eficientes e colaborativas, essenciais para conduzir estratégias de advocacy. Informações essenciais para negociadores Para profissionais que atuam com negociação e precisam estar bem informados para engajar diferentes stakeholders, a Inteligov oferece uma plataforma completa de monitoramento de dados legislativos e governamentais. Com informações atualizadas e análises detalhadas, a Inteligov ajuda negociadores a desenvolverem estratégias informadas, facilitando a defesa de interesses e a mediação de conflitos. Entenda como a Inteligov pode municiar você com dados precisos e insights estratégicos para suas negociações. Acesse nosso site e descubra como nossa plataforma pode transformar a maneira como você conduz suas negociações. Conheça a Inteligov!

  • Teletrabalho é catalisado pela crise

    A crise sem precedentes que estamos vivendo tem catalisado uma série de processos na sociedade, com especial relevância para a adesão acelerada ao teletrabalho para a maioria das profissões que viabilizam o exercício das atividades usando a tecnologia, de dentro de casa. O que a pandemia do novo coronavírus acabou forçando foi a realização de experimentos em massa que até poucos meses seriam improváveis. Quem poderia imaginar que as Casas do Congresso Nacional deliberariam em um plenário virtual, com deputados e senadores se amontoando, cada um em seu justo quinhão retangular na tela da TV da respectiva Casa. As quarentenas forçadas levaram à diminuição vasta abrupta do tráfego de veículos em praticamente todos os centros urbanos do mundo, o fechamento de praias, cinemas, shoppings centers e qualquer atividade humana não essencial que ocorra em ambientes com aglomeração. Além das mudanças bruscas no modo de vida de uma maioria da população global, a crise tem levado a uma aceleração de um processo que já vinha sendo muito discutido no mundo corporativo como algo inevitável para garantir a sobrevivência das empresas: a transformação digital. Um dos aspectos de maior relevância na transformação digital é exatamente a migração para o teletrabalho. Entre aspectos positivos desse formato de atividade estão a grande economia de horas de deslocamento, o desafogamento do trânsito e dos sistemas de transporte público, além da possibilidade de passar mais tempo com a família. O acolhimento do teletrabalho pela legislação brasileira ocorreu com a Reforma Trabalhista de 2017, com a inclusão do art. 75-B à CLT. O legislador optou por criar um conceito relativamente restritivo, que abrange apenas a situação que o mundo corporativo no Brasil conhece como home office. A opinião sobre a forma como a CLT trata o assunto varia na doutrina nacional. De todo modo, representou uma modernização significativa para a lei trabalhista. A grande questão é como o mundo do trabalho irá se comportar após este período. Na Alemanha, por exemplo, o teletrabalho aumentou de 12% para 25% em estudos preliminares. E o governo propõe tornar um direito do trabalhador a opção pela modalidade após o fim da crise. Será muito importante aproveitar esses experimentos como estudos de caso que poderão orientar ações futuras.

  • Pensando a inovação nas Relações Governamentais

    Pensando a inovação nas Relações Governamentais. Este foi o tema do evento, realizado na última semana de julho, pela Inteligov. O bate-papo marcado para acontecer ao vivo, em uma noite de quinta-feira, revelou o lançamento do mais novo projeto da casa: a Comunidade Inteligov! Beatriz Falcão, Community Manager & Policy Expert, foi a apresentadora do evento e iniciou a transmissão contando um pouco sobre a iniciativa. Segundo Beatriz, o propósito da Comunidade Inteligov é colocar em debate a inovação na área de RIG, não apenas a inovação no aspecto tecnológico, mas a inovação de uma forma humanizada. A ideia central da Comunidade é a de trazer as pessoas que estão iniciando na área para serem as protagonistas da discussão, pois são esses jovens que enfrentam as dificuldades de realizar o trabalho de base e de monitoramento. Raphael Caldas, CEO da Inteligov, também participou do lançamento. Caldas conta que a fundação da startup aconteceu em 2014, mas que na época já estava com o carro na rua, experimentando soluções e fazendo contato com pessoas que pudessem contribuir com o projeto. Muita coisa mudou na área desde então. Caldas destaca que nos dias de hoje é quase impossível pensar em fazer RelGov sem uma plataforma de monitoramento. Ou seja, foi a partir do momento que ele identificou dores em comum nos profissionais de RIG que foi possível pensar em uma solução mais abrangente. Sobre a Comunidade, o CEO enfatiza: “A inovação vai muito além da tecnologia e por isso foi importante criar essa Comunidade, para encontrarmos novas metodologias”. O fundador da Inteligov também destaca que uma das ideias da Comunidade é que ela não tenha um dono, mas que seja apropriada por quem vai participar, com o especial privilégio para quem está começando na carreira e para quem não tem tantos anos de experiência. “Os experientes também são muito bem-vindos, mas devemos dar protagonismo aos iniciantes, coisa que raramente acontece na área de RIG”, afirma. Os influenciadores Além de contar com Beatriz Falcão como gerente da comunidade, outras pessoas terão papel fundamental no projeto: os influenciadores. Eles serão responsáveis por auxiliar no engajamento das discussões, criar e indicar conteúdo e material que possa expandir o conhecimento sobre inovação. Além disso, poderão criar minicursos, orientar mentorias e orientar os próximos passos da iniciativa. Beatriz ressalta que a escolha por esses influenciadores se deu após uma observação que ela fez do mercado e percebeu, nesses jovens, um potencial criativo muito grande. Tirza Meleah Tirza é administradora de mídias sociais e empreendedora na empresa Révélé. Atualmente, cursa Relações Internacionais na Universidade Católica de Brasília, onde dedica grande parte de sua jornada a projetos sociais, bem como o projeto “Mulheres que Prezam por Mulheres”, onde trata sobre questões de gênero, e no projeto “Jovens do Brasil”, visando a politização e instrução de novos profissionais. “Eu entrei para a área de RIG por conta de projetos pessoais. São projetos que conversam muito com o ideal da Comunidade Inteligov, que é o de ouvir quem sente as dores e qual é a mudança necessária, o que precisamos mudar de maneira palpável. “Fiquei muito feliz com o convite da Beatriz, pois não é todos os dias que temos o respaldo de gente que já tem experiência na área e que pode nos ajudar a fazer mudanças no sistema.” Tirza Meleah Vinicios Pacheco Vinicios é estagiário de Relações Governamentais e de Assuntos Regulatórios na IBM Brasil. Ele migrou do departamento de business/comercial para RIG por acreditar que é uma das únicas áreas onde é possível realizar mudanças efetivas, tanto na parte de business quanto na parte social e de construção de políticas públicas. Gabriel Marques Gabriel está cursando o 6° semestre de Relações Internacionais pela Universidade Católica de Brasília, é Coordenador discente do Workshop RI UCB, voltado a temas de Relações Institucionais e Governamentais e empreendedor. Marques encontrou na área de RelGov um propósito e vê o mercado como um instrumento para a mudança social. Gabriel Barreto Gabriel é cientista político de formação, tem atuação profissional na área da política, experiência na Câmara dos Deputados e em consultoria. Atualmente integra o time de especialistas em RIG da Inteligov. “Vejo a Comunidade como um importante espaço para as pessoas que estão na base e que estão movendo as engrenagens do processo legislativo: apresentando sugestões de emenda, sugestões de projetos de lei, fazendo a interlocução direta com parlamentares e acompanhando o produto do trabalho do Congresso.” Gabriel Barreto Marcella Pellegrini Marcella é advogada e especialista em Direito Legislativo e atua como consultora de Relações Governamentais na BMJ Consultores Associados. Marcella diz que se encantou por Relgov por ser um mercado muito plural, com muitos profissionais de diversas formações, onde há muito para se aprender. Também acredita que a Comunidade será um espaço muito rico de troca e com oportunidades para encontrar soluções para muitos desafios, principalmente os que vieram com o pós pandemia. As dores do início da carreira Beatriz chama a atenção para as dores sentidas pelas pessoas que atuam na área de RIG. Neste momento, Caldas conta que foi a partir de uma dificuldade de realizar o monitoramento que se interessou em codar (ação de codificar, ato de desenvolver códigos ou algoritmos). Dessa forma, poderia encontrar uma solução mais viável para o seu trabalho, ou seja, a partir de uma dor pessoal nasceu uma inovação e, em seguida, uma empresa, que hoje oferece soluções para outros profissionais que passam pelos mesmos problemas. Para Tirza, uma situação a marcou logo quando começou a procurar estágio na área de RIG. A estudante fez uma entrevista de emprego onde pediam por experiência em monitoramento e questionou: “O estagiário está sendo estagiário ou está sendo uma mão de obra barata na empresa?”. Essa é uma dor recorrente entre os jovens que estão à procura de uma oportunidade para iniciar a sua carreira. Já para Gabriel Barreto, a dor que mais o incomoda é o descompasso entre a regra formal e a prática. Em linhas gerais, como é possível mostrar ao cliente que a regra pode ser modificada de acordo com a dinâmica da defesa dos interesses? Ou então, como chegar ao ponto de ter a compreensão aprofundada dos procedimentos internos? Barreto pontua que para ter essas respostas, os iniciantes precisam de alguém que os oriente: “Eu quero ser na Comunidade uma pessoa capaz de ensinar técnicas e procedimentos elementares que foram muito importantes na minha trajetória profissional”, conclui. A pandemia também foi responsável por desencadear muitos desafios para os profissionais de RIG. Marcella afirma que foi preciso reaprender a construir o relacionamento com stakeholders de maneira virtual após o distanciamento social. Sua maior dor foi entender como seria possível engajar os tomadores de decisão e marcar reuniões com os parlamentares. “Eu tive a sorte de ter pessoas guiando a minha carreira, agindo como facilitadores. É isso que eu tenho como expectativa na Comunidade, de ser alguém que ajude na carreira de outro profissional que está iniciando.” Marcella Pellegrini Outro problema citado foi a falta de comunicação entre o mercado e a universidade. Gabriel Marques pontuou que a universidade pode deixar o estudante muito distante da prática. “O jovem profissional fica sem ideia de como iniciar a construção de relacionamentos profissionais, como conseguir estágio e como encontrar projetos para participar.” Gabriel Barreto ainda complementou a ideia, afirmando que a falta de conexão entre ensino e mercado de trabalho fica ainda mais evidente fora do eixo Brasília – São Paulo, e espera que a Comunidade ofereça mais oportunidades de conexões fora da “panelinha”. A falta de inclusão também foi uma dor citada. Pacheco conta que não enfrentou as mesmas complexidades relatadas pelos colegas, porém, destaca a falta de representatividade no setor: “Ainda é difícil encontrar pessoas negras na área de RelGov, principalmente em cargos de liderança. Como único profissional negro no departamento a nível América Latina, carrego a responsabilidade de abrir mais portas para as minorias”, finaliza. “A pluralidade e as vivências diversas acabam trazendo novos caminhos, pois a diversidade traz inovação.” Vinicios Pacheco A Comunidade Inteligov é um espaço para você que atua em Relações Institucionais e Governamentais e tem o desejo de inovar na maneira de se fazer RelGov no Brasil. Trata-se de um espaço 100% digital, seguro e gratuito. Caso queira mais informações sobre como a Inteligov pode te ajudar a encontrar soluções inovadoras, agende uma demonstração!

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